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Criativa, Inovadora e Tecnológica

Os Pilares de uma Nova Economia Terciária e Audiovisual

Alfredo Bertini - Arthur de Souza/Arquivo Folha

Na coluna passada, entre tantos argumentos que já preguei, insisti numa tecla insólita, que a tratei por 5D. Mais precisamente, para enunciar desconhecimento, desinformação, desleixo, difamação e destruição, quando o assunto é irrelevar a cultura como atividade econômica. Para isso, vale até a pequenez de se por todo um setor, no ralo de chatas inflamações Ideológicas.

Hoje, preciso ir bem além disso, uma vez que entendo ser, essa minha discreta e resiliente missão, um exercício natural. Justo por aceitar que a economia é movida pela dinâmica e que, por isso mesmo, revela-se capaz de desencadear uma evidente revisão no sentido do valor econômico. 

Quem me acompanha, já ouviu ou leu sobre minhas referências, quando abordo essa questão, que muda o eixo que faz girar essa "economia de vanguarda". Ao dinamismo desse processo cabem duas revoluções sistêmicas: a consolidação do setor terciário e a emergência do mundo digital. Por incrível que pareça, ainda há agentes econômicos e sociais que não perceberam a força de uma "terciarização" de décadas. Por mais expressivos que sejam os valores que emanam de setores não menos importantes (primário e secundário). 

Nesse avançar do terciário, o pior está na incompreensão de se dar méritos aos efeitos da revolução digital. Neste aspecto, o papel que cabe ao audiovisual hoje está no seu ambiente estratégico. É o exercício de um poder pouco visível, pois ao reforçar o tratamento à identidade, pode-se explicar sua sintonia com as estratégias para um desenvolvimento, que se almeja sustentável. Certa vez, quando disse a uma comissária de voo que o produto mais consumido no avião era o audiovisual, ela custou a entender. Mas, logo validou minha tese. Sinais de valor. 

Reforço esse ponto de vista para concluir, em duas direções, algo importante que está por ser decidido pelos próximos dias no Parlamento: a regulamentação do streaming (vídeos sob demanda). A primeira direção aponta para a urgência de uma regulamentação. Não há mais como os agentes agirem por si. Na consequência disso, é vital se valorizar o que cabe ao empreendedor nacional. Na essência, por trás do que se produz para uma demanda que exerce suas escolhas, está a questão estratégica da identidade nacional. Isso precisa ser relevado. Cabe lembrar que o nosso setor audiovisual é criativo, inovador e tecnológico. Além de gerar empregos e rendas.

Bem, para os que pensam diferente e exercem interesses ideológicos e comerciais sem limites, uma breve lembrança protecionista, anunciada nesta semana: as restrições aplicadas pelos EUA aos carros elétricos chineses. Nessa hora, identidade e empregos têm sua importância. Estratégica, é claro. Mas, como diz a música: "cada um tem seu dom de ser capaz e feliz". Que isso nos sirva de exemplo.

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