De volta à civilização e longe da barbárie da boiada
Fim da retórica: chegou a hora da real execução das pautas ambientais
Finalmente, um sinal alvissareiro despontou nesses dias, quando a inflamação do clima político ainda dava graves sinais de resistência, apesar do resultado eleitoral. E veio no estilo daquelas boas soluções "duas em uma". Quando praticidade e objetividade servem para corrigir até mesmo o qua já dava evidências de ser incorrigível, no tempo que se esperava.
Questionamentos, despropositais ou não, quanto à forma de deslocamento ou da viagem em si, a importância do presidente eleito Lula estar na COP 27 não teve e nem tem preço. Há certas situações em que as emergências consolidadas ou as circunstâncias colocadas falam acima de eventuais comedimentos. São para já. E quando estar no evento significa dar encaminhamento a dois assunros, fica bem melhor ainda.
Antes desse devido destaque sobre os dois efeitos em um, cabe uma palavra inicial sobre esse momento de Lula na COP 27. Aqui me refiro às suas palavras, mais precisamente, ao histórico discurso que proferiu. Não importa que estivéssemos, nesses últimos e tristes anos, órfãos de um minimo ensaio de verdadeiras liderança e soberania, no que concerne ao convívio com os pares internacionais. Qualquer voz ao contrário teria algum efeito. Mas, o fato de Lula chegar ao evento chegando...ah, isso fez e poderá fazer, mais ainda, muita diferença. Suas palavras soaram como um bálsamo, que aliviou toda uma preocupação mundial em torno do interesse pela preservação, pela sustentabilidade e pelos que fazem da ciência, também um compromisso inadiável com as condições ambientais do nosso planeta.
E Lula foi além. Isso ao extrapolar e associar esse tema com outras questões que atuam para estimular o compromisso com as iniciativas públicas e institucionais. Lula validou as inclusões de questões gerais urgentes como a fome e a segurança. Retomou toda uma sensatez pragmática do multilateralismo na ordem mundial, para que tenhamos soluções efetivas, que saiam dos papéis e discursos. Enfim, a partir das soluções para a preservação e sustentabilidade, siinalizou para outra cosmovisão de gestão dos problemas mundiais.
O Brasil voltou à cena num momento oportuno e foi certeiro. Creio que tambem voltou pela necessidade de se fazer presente numa nova História da Humanidade, agora centradas nas reconstruções civilizatórias. E, por fim, fez tudo isso sem comprometer a sua e as demais soberanias postas em tais discussões internacionais. Em tempos de COP e de COPA, foi mesmo um ggol de placa.
No entanto, quais foram os dois pontos básicos que agiram como respostas e estão por trás dessa oportunidade única de estar na COP 27? O primeiro foi evidente. Estar presente e passar o recado de que o Brasil voltou à cena e na sua condição de líder natural da pauta anbiental. Contudo, há outra conquista nessa atitude, talvez ainda implícita. Refiro-me agora a amplitude que toma conta das relações diplomáticas, quando o Brasil já se antecipa num tema tão caro quanto oesse do meio ambiente. Assim, prolongo e já comemoro o que poderá advir de melhorias nas nossas relações com o mundo, comerciais ou não. Se já anunciamos que não queremos ficar de fora da realidade ambiental, na medida que a porteira não mais estará aberta para o gado, tudo indica que aquela insistência de ser isolado ou pária mundial não teria importância, é definitivamente página virada. Que o nosso corpo diplomático possa exercer, de novo, tudo que sempre fez, competentemente, em nome do Brasil.
Cabe, agora, ao novo governo também se revelar sustentável nas palavras ditas e nos compromissos assumidos. O senhor da razão (o tempo) logo nos dirá se a distância entre fala e feito será nula.