Desta Vez, o "Homo Libratum"
O Equilíbrio Emocional que Ajuda a Sustentar a Economia
Peço desculpas ao público leitor pelo momento de erudição, que me faz voltar às origens, neste gesto de recorrer à língua latina. Contudo, não posso deixar de lado uma linha evolutiva, justo no que expressei, na coluna passada. De fato, o que disse foi algo que propôs um mero esforço pela consistência analítica. Nada além disso.
De modo objetivo, apenas defendi que, para ser "sapiens", não bastava ser o "homo" um cidadão "culturae". A ação imperativa do passar do tempo, trouxe para a atualidade a importância de sê-lo também sustentável. Tê-lo ativo, no seu papel cotidiano, como um "homo susteneri", em especial, no ofício de agente econômico consciente.
Diante desse contexto, seguirei na mesma pisada e lanço mão agora de outro status humano: o "homo libratum". Explico: é preciso ser também um cidadão "equilibrado", que, na medida do possível, age na sociedade por meio de intervenções ponderadas. A realcar, quando o papel de agente econômico é exercido com lucidez.
Acontece que essa defesa suscita, na cabeça de alguns, questionamentos sobre o como agir assim, diante de uma sociedade que, em larga medida, encontra-se apartada por ideais não só distintos. O fato que ponho como extensão trata do rigor das diferenças vistas em extremos opostos. Pior ainda: de um modo onde preconceitos, inverdades e agressões são os elementos mais considerados.
Exemplos recentes, que aqui extraio da conjuntura econômica, ajudam-me no reforço dessa tese, cuja essência revela a falta de compromisso de dados agentes econômicos com a realidade dos fatos. Para demonstrar isso, trago para compor o cenário algumas informações atuais sobre o desempenho da economia brasileira, a saber: 1) PIB com revisões de crescimento (OCDE projeta melhoras para 2024 e 2025); 2) inflação sob controle (IPCA15 de setembro ficou em 0,13%); 3) taxa de desemprego em queda (6 6%, a menor desde 2012); 4) o PIB per capita atingiu o pico histórico; e, finalmente, 5) melhora na nota de crédito pela agência Moody's (nosso país ficou à beira de retomar o grau de confiança nos investimentos).
Independente das contradições de alguns discursos políticos que emanam do Planalto, o fato real é que o Ministro Haddad e a equipe econômica têm contribuído para o alcance desses resultados. Qualquer exercício equilibrado, do ser e agir como "homo libratum", costuma reconhecer tais conquistas. No entanto, paira no ar um clima de surpresa e desconfiança, por parte de certos agentes econômicos. No pé da tradução, que nos leva ao nome da agência que credenciou o país, parece claro que o nível de "mood" está bem abaixo. Nesse sentido, por que esse mal humor? Para quem serve tanta reação descabida? Infelizmente, muitos "analistas da Faria Lima", que se assumem como "vozes do mercado", seguem em movimentos erráticos, quando apostam em nome do caos. Fazem, assim, um esforço absurdo de tratar as expectativas, como abstrações temerárias..
Uma explicação pode estar por trás desse clima do "jogar contra", do negar um profissionalismo ético e equilibrado. A exacerbação dos critérios que pautam embates ideológicos e que, por conseguinte, expõem escolhas políticas, parece ser a razão do pessimismo. Alem disso, toda aquela carga de preconceitos, inverdades e até agressões. A economia brasileira carece ser vista por ações mais sensatas, sem apreços políticos.