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Nem 8, nem 80

Empregos e Empreendedorismos

Como a Terceira Idade se Ajusta às Oportunidades de Ocupação no Cenário Econômico?

Pixabay

Há dias do cotidiano da chamada terceira idade, que se para e pensa sobre a extensão do tempo que resta. E para quem não abre mão de sonhos, o fato real é que não há muito tempo a perder. De modo pragmático, reforço a ideia de que a gente não deve se prender à contagem do tempo. O ideal é vivê-lo plena e intensamente. Abandonar qualquer forma de obsessão pelos minutos. Afinal, por mais longínquo que seja o trajeto na escala da vida, é preciso aproveitar cada instante vivido.

Por mais que o tempo seja um dos mistérios mais instigantes da vida humana, pois nos ensina que sua passagem revela aspectos surpreendentes, o mundo tem "passado a limpo" situações contraditórias. Pelas lentes atuais, consegue-se explicar mudanças de atitudes e comportamentos, que transformam o papel de agente socioeconômico dos que compõem o público da terceira idade. E nisso um contraste se apresenta de maneira realista. Afinal, conquistamos o amadurecimento etário da população, mas as oportunidades de ocupação, mesmo quando geradas pelo mérito necessário, embutem outro nível de reconhecimento de preconceito estrutural. 

De modo simples e direto, o que quero transmitir com isso é o impacto de um novo escopo de conflito social.  Ou seja, numa sociedade que já se estabelece com um padrão etário envelhecido, o que está representado como emprego ou empreendedorismo para alguém da terceira idade,  é um novo exercício de superação. 

A consequência natural da  transição demográfica que consagra a supremacia da velhice, não se traduz em respeito ao que esses cidadãos podem exercer como atividades produtivas. Por mais que muitos desses longevos queiram desfrutar de um ócio merecido, outros tantos se sentem capazes de atuarem como agentes econômicos. Tanto faz como empregados ou empregadores. Nesse sentido, o tempo não representa algo tão simples e abstrato. Entendo que pode (e precisa) ser vivido com o respaldo de uma sabedoria conquistada, seja como aplicada no ócio (que, claramente, pode ser criativo), tal e qual como uma ocupação. 

Foi-se o tempo em que até mesmo longe do limite da expectativa média de vida, os idosos só se entregavam aos aposentos, no sentido amplo do termo. Não faz tanto tempo que pessoas sexagenárias viviam reféns da sua improdutividade. Só que o mundo mudou de forma veloz. Os "novos velhos" são sinônimos de atividade, por mais que os jovens não queiram crer. E o fato é que a sociedade precisa agir de modo respeitoso e inclusivo com seus idosos. Pois praticar o etarismo é exercer outra forma imperdoável de preconceito estrutural.

O boa notícia é saber que essa maioria idosa ainda pode se manter. E, assim, diminuir a responsabiidade de uma geração juvenil, que se imaginava sozinha para custear seus velhos.

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