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Entre as fábulas da cortina e do cobertor: uma economia enferma em berço esplêndido

Os maus indicadores econômicos agitam o processo eleitoral

Do alto da sua experiência na análise política e pelo que dizem as pesquisas eleitorais que coordena, está coberto de razão o professor e cientista político Antônio Lavareda. De fato, a extensão dos problemas econômicos já impregnados na sociedade deverá compor a pauta principal da campanha 2022. Por mais que o governo insista, na sua retórica, em passar para a sociedade um controle dos problemas sociais e econômicos. Puro disfarce. 

Diante dessa clara percepção do tamanho do problema, o governo só reforça sua insistência no ensaio intransigente de temas paralelos, justo os que lhe dão mais conforto para a corrida eleitoral.  Por mais que essa estratégia política possa lhe proporcionar alguma dose de êxito e êxtase sobre seus fiéis seguidores, o esporte nacional da transferência de culpa, por melhor que seja a substituição das temáticas, parece mesmo revelar fraturas expostas. Afinal,  a ordem de grandeza da crise econômica já começou a dar sinais de sua intolerância com relação à tanta miopia forjada. Acontece que o quadro de enfermidade é bem maior do que parece, sobretido, para os olhos que se recusam a enxergar a realidade.

O quadro da economia é muito grave e já expõe uma terapia intensiva, opção incomum para os negacionistas de raiz. De fato, o que se coleta dessa UTI é algo assustador. Senão, vejamos a sequência abaixo. 

O tal posto Ipiranga saiu da rota ou assumiu sua própria falência. Já não se falam mais nas reformas imprescindíveis, porque o que prescinde agora é exercitar o pior dos populismos: o do viés eleitoreiro. O "Centrão" assumiu a cadeita invisível de um planejsmento público da pior espécie, em nome de um controle orçamentário que tem até ofícios secretos. Enfim, um clima de terra arrasada parece tomar conta do planalto central. Tudo isso já promove sensações de asfixia, numa economia enferma e na UTI. 

Por fim, os indicadores de equilíbrio orgânico do paciente vão de mal a pior. As aferições vistas pelo aparelho macroeconômico explicam bem o quadro.

O que dizer de uma taxa de juros que, por necessidade de segurar a inflação, teve que ser ampliada em dez pontos percentuais de um ano psra outro? Dela, já se tem os sinais fortalecidos de um aumento no endividamemto das famílias, que restringe o nível da renda destinado so consumo. O câmbio se mantém oscilante, mas pelo efeito dos demais preços internos e a instabilidade externa, tende a se manter em linha de piora. A inflação se apropria da velha expressão do "galope", tamanha é a velocidade que se imptime hoje em varios produtos, no sentido da elevação dos preços finais. Com essas situações e as pressões sobre o nível da reposição salarial, o poder aquisitivo da população se deteriora. Mesmo para os que ficam no mercado de trabalho, esse efeito real sobre a renda familiar (perda de poder aquisitivo) já se tradiz em novos níveis de pobreza. Pior para os que se desempregam, pois seu extrato na composição da pobreza é representado por um piso ainda maisi nferior dessa escala.

Como não considerar tudo isso? Será que nesse ritmo de deterioração há como se sustentar no disfarce? A pauta de costumes que tanto interessa ao governo consegue se exprimir melhor que o drama socioeconômico? Creio que essa estratégia só subestima a dura realidade do "bolso" dos brasileiros.

Parece-me que é insustentável o governo se manter longe da gravidade dos problemas econômicos. A teoria da "cortina de fumaça" para desvio de foco do quadro atual está exaurida. Não dá mais para esconder. Prevalece agora a teoria do "cobertor curto". Afinal, os entraves econômicos estão expostos e o tamanho curto do cobertor não vai ser alterado tão cedo.

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