Minhas Boas Conversas com o Menestrel da Educação
A Política de Desenvolvimento Carece do Idealismo dos que Crêem na Educação
Na Idade Média, existiu uma figura artística que, em muitas ocasiões, dedicava-se intensamente a celebrar um ofício quase litúrgico. Refiro-me ao Menestrel, que recitava ou cantava poemas para fidalgos da corte ou cidadãos comuns.
Atenho-me nesse mister a uma evidência que releva o reconhecimento por uma dedicação obsessiva, de quem se doa a tudo aquilo que crê e tenta daí difundir. Foi assim com os antigos menestréis. Tem sido assim, mantidas suas devidas proporções e identidades, com os idealistas pró-educação. Parece algo impensável, quando se leva em conta aquela máxima da velha prioridade de qualquer cidadão, governante ou não; a respeito da educação. Promessas eleitorais se desfazem, nas mais distintas formas de alternância do poder político. Nada se altera, embora restem os suspiros do que chamo aqui de "menestréis da educação".
Alguns nomes ao longo da história foram dignos desse mérito. Felizmente, costumam ser lembrados de alguma forma. Prefiro aqui operar minha análise nos exemplos atuais. Mais particularmente, um certo nome, cuja sonoridade, já costuma levar o brasileiro a associá-lo à extensão de toda uma luta de "bravo guerreiro", que transpira em nome de uma educação de qualidade, sem distinções.
Creio que o leitor já tenha percebido quem é esse Menestrel da Educação. Antes de referenciá-lo por algumas motivações que me levaram a construir este texto, penso ser útil destacar um outro ponto de importância. É que sempre se fará necessária a revisão de qualquer política econômica, mais precisamente, aquela que não tenha a educação como eixo dinâmico de um modelo de desenvolvimento. Por maior que o lastro de tempo possa ter alguma longevidade, o essencial é ir além do discurso e do reconhecimento. O futuro será mais palpável se a sociedade brasileira contribuir para cobrar da política educacional ações efetivas. Sem que haja oportunidades para engajar recursos humanos mais comprometidos, a incapacidade da política econômica em responder pelo desenvolvimento se perpetuará como fato consumado.
Neste contexto de luta, é indiscutível que o economista e político Cristovam Buarque tem a "cara da educação". No meu modo de ver, seu ofício de engajamento voluntário em defesa da educação de qualidade, com o mesmo grau de oportunidades, termina por expô-lo como nosso mais impetuoso Menestrel da Educação.
Desde a pós-pandemia, em algumas ocasiões, tenho acompanhado de perto esse périplo, que só exprime o compromisso incansável de Cristóvam, para referendar a educação como principal vetor do desenvolvimento. Compartilho, enfim, dessa obsessão educacional que consolidou em ..Cristovam um exemplo de homem público. Seja aqui e em Brasilia. (certamente, será também em Sao José dos Campos, na próxima segunda-feira), meu registro tem sido constatar a reação pública sempre favoravel a ele, inclusive, de ditos adversários.
Por isso tudo, repito: ele se junta a outros tantos nomes que têm combatido essa falta de compromisso público com uma educação diferente, que tem perdido tantos momentos de transformação.
Neste caso, como o tempo tem sido benevolente com as oportunidades, ainda dá para fazer algo e não desperdiçá-las. A "bola" da educação está, mais una vez, na "grande área" e ávida por gols. É preciso colocá-la no "fundo das redes".