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Novas e Velhas Lições (2)

Os Efeitos Econômicos e as Influências Culturais que Fizeram do Festival de Cinema de Gramado uma Re

Alfredo Bertini - Jose Britto/Arquivo Folha

Neste ano de 2024, comemoro um marco pessoal: são 30 edições participativas no Festival de Cinema de Gramado. Nem considero aqui uma participação indireta, como público virtual, por conta das limitações impostas pelo período da pandemia. O que me importa aqui é, simplesmente, valorizar uma longevidade que se traduz em respeito profissional e afeto pessoal. Afinal, não há como dissociar o papel que o Festival de Cinema e a própria cidade de Gramado exerceu sobre os rumos da minha vida profissional. Foi uma guinada que, à epoca, surpreendeu familiares e amigos.

Nada mais oportuno que comemorar esse marco em total sintonia com outro referencial. É que nesta semana inicial de agosto, também tenho um motivo a mais para comemorar. São 4 anos de exercício semanal, quase que pleno, desta coluna na Folha. Assim, este espaço que denominei de "Nem 8, Nem 80", hoje se transforma num mix de histórias de vida, entre 4 e 30. Respectivamente, os 4 anos de um escriba que, tenta fazer da crônica econômica algo palatável e equilibrado. Tal e qual os 30 anos, de um aprendiz que, no bojo do sucesso alcançado por Gramado e seu Festival, tem-se empenhado para fazer no Recife algo de mesma envergadura. Em ambas situações, vale-me a ousadia de uma comunhão de palavras, originalmente, escritas por Eduardo Galeano e Rutger Bregman, na qual "a serventia de uma utopia realista é seguir o caminho, sem desistir".

Pois bem, neste embalo comemorativo, quero aqui enaltecer os 52 anos de trajetória e resiliência do grandioso Festival de Cinema de Gramado. E faço esse gesto pelo crivo do olhar econômico,  do mesmo modo que encarei na minha primeira vez, em 1994. Assim, além do conteúdo cultural que um festival desse naipe é capaz de projetar, impactou-me também a conjunção de valores tão notórios na cadeia produtiva do turismo.

Por mais impactante que hoje esteja a situação do RS, aposto na resiliência e na força gaúcha, para referendar o Festival de Cinema como algo além do bem turístico-cultural, que projetou Gramado para o Brasil e o mundo. Afinal, seu valor econômico, medido pela extensão da cadeia produtiva, representa um exemplo incontestável.

Orgulha-me ter visto de perto essa trajetória. E, a partir dela, sentir-me inspirado por fazê-la acontecer à semelhança, durante 28 anos, no chão nativo. Uma sugestiva contribuição para mostrar que o RS e PE podem estar distantes na geografia. Mas, muito próximos nas suas identidades culturais.

Que assim seja. Que assim continue. Obrigado Gramado pelos ensinamentos de 30 anos. Meu igual obrigado para a Folha, pelos 4 anos de oportunidades, sempre no intento de mostrar uma outra realidade do que representa o dinamismo econômico.

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