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Novos Candidatos ao "Prêmio Pastel de Economia"

O Brasil no Topo da Lista de Sandices Econômicas

Isso mesmo. Por livre arbítrio, instauro a proposição inédita de um "mérito", que  se vincule ao festival de várias sandices econômicas, que pairam sobre os ares brasileiros. Por isso, está lançado o "Prêmio Pastel de Economia". Justo o lado oposto da moeda, diferente daquele que se pauta pelos rigores científicos, como é o caso do Nobel. Aqui só cabe a rima para dar graça ao texto. 

 

A proposta se baseia no reconhecimento de iniciativas que contrariem as teorias e lógicas da engrenagem que move a ciência econômica. Por mais que ela deva ser encarada como social e humana e, por conseguinte, inexata na fronteira do seu conhecimento. Mantenho a compreensão de que o recurso dos métodos quantitativos representa apenas relevantes instrumentos aplicativos. Servem para dar robustez às análises.

 

Claro que o Brasil atual é o melhor dos cenários. Com um histórico de incompletude em quase tudo que executa, em especial, nas políticas que pretendem mexer com a realidade socioeconômica, tal exemplo não poderia deixar de se mostrar. O detalhe é que não irei me ater ao jogo simplista das promessas não cumpridas, fenômeno político tão comum. A essência que dá nutrição à proposta do Prêmio está, exatamente, naa iniciativas que parecem estimular teorias e conceitos inusitados. Sem qualquer fundamento científico.

 

Como negar a ciência passou a ser oficio escancarado para tanta gente, as teses parecem mais fluentes na onda das informações  "fakes", que de tanto serem compartilhadas sem filtros adequados, tentam se tornar verdades irrevogáveis. Irei me ater em alguns casos incríveis.

 

A teoria inicial é um exercício hipócrita de imodéstia, de pretexto e de transferência de responsabilidade. Quando a maior autoridade executiva do país abre a boca para consagrar que "não foi ele quem determinou o recolhimento da população" para justificar os maus resultados econômicos, tem-se nesse geato a construção de uma teoria que, uma vez praticada  poderia gerar o pior. Claro que nas entrelinhas  estão a verborragia do despreparo e o tratamento dos demais governantes como inimigos. Mas, é preciso deixar claro que, contrariando o que a maioria dos economistas indicava à época da gravidade pandemia, desconsiderar  o "isolamento" traria um risco econômico bem maior. Isso ao se olhar de modo isento e técnico os parâmetros macroeconômicos. Afinal, os riscos de se aumentar a gravidade da pandemia, com seus custos diretos e indiretos, seriam bem maiores, mesmo que se mantendo parte dessa força de trabalho sob a proteção de uma política pública emergencial. A aposta ao contrário teria revelado uma opção ainda mais genocida (a negação que permitiu o atraso no combate não invalida o crime já  consolidado), com consequências econômicas ainda mais drásticas. Bem cabe aqui, a primeira referência do "Prêmio Pastel em Economia".

 

Outra teoria curiosa, que pode ser vista agora pela microeconomia, é querer que se acredite na tese do boicote meramente ideológico. Isso como fator decisório para se entender uma retração de demanda, que seja suficiente para explicar a desvalorização de uma empresa na bolsa e, por conseguinte, crer que a mesma feche as portas e faça-se somar seus milhares de trabalhadores ao estoque de desempregados. Não só há os que defendem o determinismo único dessa tese, como ainda tentam justificar a supremacia de um concorrente, pela simples razão de existir  uma "demanda ideológica". Isso é querer dividir o mercado pelo viés dessa incômoda polarização política. Como se a propensão a consumir fosse imbuída apenas de um exercício maniqueísta em torno do perfil ideológico dos maiores acionistas. Um esforco idiota de distanciar, por exemplo, a essência dos negócios da senhora e do seu rival que cultua estátuas. Como se o bem e o mal fossem rótulos entre eles. Nisso, chegou-se ao ponto de se apontar o "capitalismo materializado numa gestão de comunista". De Smith a Marx, de Mises a Keynes, todos seus fiéis seguidores ainda tremem na base, nessa espécie rara de favorecer essa tolice separatista.

 

E o que dizer daqueles que se vendem ideologicamente de uma forma e agem de outra? E dos que apoiam a desconstrução dos eixos econômicos vitais ao novo olhar pelo desenvolvimento? Por que fazem chacotas dos planos? Refiro-me ao "fake marketing" de liberais ditos convictos, que se renderam ao populismo barato. Até mesmo aos gastos secretos, definidos dentro de um combalido orçamento público. São ainda os mesmos executores de políticas públicas que têm transformado educação, cultura, meio ambiente e ciência & tecnologia em setores sem mérito econômico. Desastres de um futuro que já se projeta duvidoso, em termos de desenvolvinento socioeconômico.

 

Assim, uma vez instaurado, o "Prêmio Pastel em Economia", o mesmo tem coordenadas geográficas, endereço e CEP bem definidos. A cara de um Brasil, no qual  o poeta Cazuza já pedia para mostrar, lá nos duros anos 80.

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