O que Esperar da Economia Brasileira em 2024
Breve Resumo das Expectativas para o Ano Novo
Na semana passada, escrevi sobre as razões que poderiam garantir algumas comemorações a respeito dos feitos da economia brasileira em 2023. Atrevo-me, agora, a ponderar sobre as expectativas relacionadas com os desafios econômicos para 2024.
2024 se apresenta de modo diferente do ano que se encerra. Este, foi iniciado sob a égide de uma enorme desconfiança, sob riscos de uma hecatombe externa e interna. Na primeira perspectiva, sobrerudo, por conta dos efeitos da guerra da Ucrânia e o baixo crescimento das economias mais fortes. No âmbito interno, pelas dúvidas aplicadas ao real controle dos indicadores macroeconômicos, sobretudo, pelo aparente descompasso entre o que seria as políticas fiscal e monetária. Para adensar tamanha hesitação, uma dose cavalar de instabilidade política, que apontou para o indicativo de que a democracia estava ainda sobre pilares frágeis. Cenário econômico mais nebuloso que esse, fazia tempo que não se assistia.
Aconteceu que, no passar dos meses, essa nebulosidade se revelou como "nuvem passageira", por alguns méritos já enaltecidos no texto da semana passada. Assim, o que se prevê para 2024, não possui qualquer conexão com aquele momento semelhante do final do ano passado. Muito embora, os analistas de plantão e os mercados estressadoa de sempre, não projetem "céu de brigadeiro". Há desafios por encarar, de tal sorte que não há tantos motivos para que a equipe econômica se sinta numa "zona de conforto" tão segura, como se possa acreditar.
De fato, pelas adversidades climáticas e outros fatores menores, a agricultura não será em 2023 o dínamo do crescimento do PIB, como foi em 2023. As expectativas hoje beiram os 2%, mas pode surpreender, de repente. Os sinais da reforma tributária e, no mínimo, o controle do deficit fiscal em patamares aceitáveis, podem propiciar algum efeito surpresa. Como há de se esperar uma provável estabilidade nos preços gerais da economia, mirando aqui na inflação, nos juros e no câmbio. Sobre os gastos públicos é sempre bom lembrar que mais de 95% do orçamento se mantém comprometido com despesas obrigatórias, previstas pela Constituição e sua legislação derivada. Um engessamento que exigiria muito mais do que o discurso apelativo de cortar o que não têm expressão e impacto. Essa entropia desfavorável tão anunciada, já deveria ter ensejado um debate político mais consistente, onde existisse a coragem necessária para se rever parte desse "gesso".
Bem, cabe-nos agora se manter na expectativa de que a resposta da economia seja melhor que os avanços de 2023.
Nesse clima de se esperançar ainda mais, aa boas conquistas são também o meu desejo que, particularmente, reservo aos leitores em 2024.
Feliz Ano Novo!