O resistente dinamismo econômico do setor sucroenergético
O empreendedorismo do agronegócio pode ser sustentável
Nada mais presente na história econômica do Brasil do que a cana-de- açúcar. Um protagonista que, entre tantos enredos de sucessos e crises, pode ser capaz de explicar suas próprias dinâmicas como exemplos de resistência.
De fato, a cana-de açúcar foi a primeira grande riqueza agro-industrial brasileira. Dada sua boa adaptação ao clima e solo, em certas áreas do país, foi durante um bom tempo a base da economia colonial. Esse status foi naturalmente sendo transformado pelo próprio dinamismo de uma economia global, cujo núcleo se viu fora do seror agroindustrial, justo porque foi consagrada a força do setor terciário. Assim, coube aos setores primário e secundário uma adaptação coadjuvante nessa nova ordenação econômica, cuja representação de aspectos como a produtividade, inovação, criatividade, pesquisa, ciência e tecnologia passaram a ser encarados como vitais à sobrevivência.
Feliz foi quem apostou no conjunto desse esforço e pode transformar a agricultura e a indústria como vetores revisados de um novo padrão de desenvolvimento. O agronegócio é muito bem explicado por essa linha de empreendimento, porque soube buscar cada uma daquelas trilhas. No contexto econômico atual, tem-se revelado um setor próspero e competitivo, com importante contribuição para os espasmos de crescimento que tem caracterizado a economia brasileira. Mesmo que, nesse desempenho, haja um esforço de não validá-lo na sua inteireza por algins exemplos insistentes de agressão ambiental.
Acontece que no rigor da avaliação econômica, certas atitudes individuais podem gerar resultados coletivos diferentes, no duplo sentido. Ou seja, o que pode ser bom/ruim para o agente econômico isolado, pode também ser traduzido como ruim/bom na avaliação coletiva, respectivamente. A teoria econômica abriga esse conceito como um "sofisma de composição. No caso do sucesso geral do agronegócio, o fato de alguns agirem de forma equivocada seus modelos de produção, não se traduz à semelhança do geral, sobretudo, os que se esforçaram e geraram modelos de negócios sustentáveis. Muitas vezes, essas discussões são carregadas de ideologias e entropias, que se pautam por posturas histéricas e revelam resultados estéreis.
No bojo desse mérito do agronegócio, aquele que se faz de modo racional e sustentável, há que se saudar iniciativas como a Megacana Tech Show Brasil. O evento, originário dos que produzem sucroenergia no território mineiro região de Campo Florido), assumiu a relevância de se fazê-lo itinerante, para melhor expressar o objetivo de abordar e falar sobre as principais novidades e tecnologias para os que operam com a cana-de-açúcar. Pela primeira vez em Pernambuco, realizado na Usina Petribu, que atuou como hospedeira no campo varietal e também por ter cedido o espaço do evento, reuniu empresários do setor e pesquisadores do tema. Para PE, em particular, uma demonstração do quanto nossos produtores estão sintonizados com o que há de mais moderno.
Lembro aqui que a cadeia produtiva do setor sucroenergético já contribui com mais de uma dezena de bilhões de dólares para a formação do PIB brasileiro. Só as exportações de açúcar beiram a casa dos R$ 10 bilhões/ano. Nesse sentido, a iniciativa de se reunir anualmente os produtores para geração de negócios, quando acrescida do interesse pela troca de conhecimentos e informações, representa não só um esforço pela união, como uma demonstração de que o setor tem dignidade e confiança suficientes para cumprir seu papel na geração de alimentos e de energia limpa e renovável.
Diante de avanços e críticas, as atividades do sucroenergético não só dão provas de resistência econômica, como acenam para compromissos que são evidenciados na concepção de um mundo revisto, bem mais sustentável.
Cabe retirar das mesas de discussão sobre este tema e suas correlações, o desejo nefasto de se impor ideologias que gerem conflitos.