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Quais os Rumos Socioeconômicos Apontados pelos Candidatos na Campanha?

As Incertezas Abraçadas com os Protagonismos da Polarização 

Há três semanas do primeiro turno das eleições uma inércia, na forma de polarização, revela-se insistente com uma resistência que pode comprometer o futuro do país. Pelo mal entendimento do atual  quadro eleitoral e pelo consequente relaxamento com sua essência. Tudo rola como se não existisse o amanhã e que o maniqueísmo de um bipartidarismo ideológico seja mesmo a solução. Percepção errônea que se espraia pela sociedade como uma aceitação natural.

Quando um quadro como esse se manifesta assim tão insistente, o vigor plebiscitário das eleições minimizam (ou até rejeitam) o papel programático.  Discutir planos, mesmo que o mundo nos mostre a extensão das inovações tecnológicas e dos níveis de conhecimento, torna-se algo secundário. Será que só nos resta aceitar quem valoriza a condução apenas com o olhar no retrovisor? Ou então, quem faz uso apenas dos pedais que acionam a debreagem e o freio, numa clara má condução? O danado é que o veículo que transporta as questões cruciais dos quadros econômico e social segue desgovernado. E na pista derrapante de uma polarização fora de marcha. 

As campanhas do protagonismo têm revelado esse "enredo automotivo", exceto as opções da chamada "terceira via". Quando não é o marketimg de um passado econômico que se deu condicionado ao sucesso do real e às condições externas favoráveis, o eleitor (fanatizado ou não) tem que ainda tolerar o atual estágio econômico do "faz de conta", cujo enredo nem se encontra mais na loja de conveniência daquele posto que dá solução para qualquer demanda. É Lula se insprando no seu primeiro governo e Bolsonaro afirmando que está tudo bem e obrigado. Só que o retrato atual não se aplica àquele passado e nem poderá repetir o presente. O veículo carece de outras pistas para fluir de modo melhor. Para o bem da nação.

Nesse contexto, embora me esforce para sustentar o equilíbrio que me cabe aqui, planos mais concretos e factíveis estão presentes nas campanhas de Ciro e Simone. Em ambos, contextos tecnicamente delineados para os desafios do futuro. Só que com essências distintas, sobretudo, no olhar econômico, já que ambos têm noção do drama social da miséria e da fome, prioridades a serem encaradas de frente.

A visão econômica de Ciro representa uma espécie de "releitura estruturalista", que foi moda nos anos 50/60, com doses pontuais entre 74/79, época do II PND de Geisel. A linhagem propositiva vem de Mangabeira Unger, que não foge da defesa dos instrumentos meramente intervencionistas. São investimentos públicos na veia, diante de um quadro de insegurança, quanto à genuína dimensão do buraco no orçamento público. Há quem possa divergir, mas não deixa de ser uma opção dd modelo.

Por sua vez, a campanha de Simone traz no seu bojo uma parcela expressiva do time que obteve pleno êxito com a implantação do Real. Embora seus integrantes tenham a habilidade de operar instrumentos liberais quando o cenário econômico urge por eles, a formação humanista do time consegue por em prioridade política as desigualdades sociais. Experiências públicas não faltam ao time. 

Dada toda essa configuração, penso que o eleitor brasileiro precisa se descontaminar dessa inércia suicida, incapaz de olhar para o futuro. É preciso uma outra situação em que, remediados os problemas sociais emergentes e estabelecido o foco na humanização, ponha a economia no eixo da sustentabilidade, que valorize a educação, cultura, ciência, tecnologia e preservação ambiental.

Olho no voto, meu caro (e)leitor.

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