Suape Segue Sua Trajetória Econômica Exitosa
As Boas Soluções Econômicas Não Têm Prazo de Validade
Na minha trajetória particular de cidadania pernambucana, com abstrações utópicas e obras concretas, que tem-me levado à maturidade econômica que hoje se vislumbra em Suape, penso que possuo alguma história para contar.
De fato, no meu primeiro choque de realidade com Suape, fazia pouco tempo que o projeto havia saído do papel. Eu era um discreto estudante de Economia da UFPE e, por meio de um professor de sociologia, compus um grupo que havia se interessado em conhecer de perto o início das obras. Isso se deu em 1979. Mais do que essa simples visita, vi-me como um escolhido para contar o que achei, num programa televisivo, na nossa querida TV Universitária. Talvez, uma dose de ousadia que não coubesse tanto a um jovem. Por mais sonhador que fosse. Por mais que acreditasse na força e no compromisso desta "nação pernambucana".
Claro que esse processo de acomodação e reconhecimento não foi construído com tanta facilidade. As pressões contrárias constituídas ao longo dessa trajetória, como as que se manifestaram por meio dos controles ambientais, podem ter desacelerado a dinâmica desejada. No entanto, para a construção de um outro paradigma mais sustentável, as reações criticas serviram para novas adaptações à realidade de um mundo que se agigantou nas mudanças.
Na sequência desse meu envolvimento, a surpresa por ter sido escolhido, em 1991, para presidir a estatal Suape, com pouco menos de 30 anos de idade. Naquela circunstância, o então governador Joaquim Francisco concedeu-me a oportunidade de fazer minha utopia ser realista. Vi-me no desafio concreto da continuidade de uma obra, na qual já se pressentia uma disposição de união política, de comunhão de forças da sociedade, em defesa de um setor estratégico para a economia de Pernambuco. Fui da época da largada das operações com o pátio de contêiner, da duplicação da rodovia PE 60 e do ramal ferroviário. Início de uma etapa de prestação de serviços associada a uma infraestrutura básica.
Por ter passado por essa experiência e acompanhar o empenho de tantos outros gestores que me sucederam até o presente, não posso esconder minha enorme satisfação por enxergar a realidade de Suape hoje como algo sólido. Os números não mentem, considerados os resultados deste semestre de 2023 em relação ao mesmo período em 2022:
- crescimento de 5% na movimentação de cargas;
- crescimento de 7% na atracação de navios;
- crescimento de 59% no hub de veículos.
Em adição a tais resultados, vale qualificar algumas informações. O hub de veículos do porto é o maior do Nordeste, responsável pelo escoamento da produção de veÍculos do Polo Stellantis, instalado na cidade de Goiana (PE), para efeito de mercado externo. Por outro lado, como destaque também relevante, o fato de que os 71%, que compõem a movimentação de ganhos líquidos sobre o total geral de cargas, já tornarem o Porto de Suape como o maior e principal referencial desses serviços no país.
Todo esse desempenho, que tem seu impacto no conjunto da obra econômica de PE, tem sido fruto de um trabalho profícuo de gestores e colaboradores, diretos e indiretos. Suape passou a compor o estoque dos raros exemplos de entendimento político pela aposta no desempenho técnico de diferentes governos. Portanto, um belo exemplo de que os bons projetos não têm prazo de validade. Instalam-se, seguem suas competências técnicas, respeitam critérios sociais e geram resultados.
Manteho-me, assim, na minha modesta condição de um "suapista de carteirinha". Em nome das cores e simbolismos que fazem a nação Pernambuco.