Uma nova jornada
Equilíbrio e foco. Esses serão os atributos essenciais das análises econômicas de temas destacados, que terei o privilégio de trazer para este espaço.
"Nem 8, nem 80", enquanto identidade da coluna, representa bem esse sentido de equilíbrio que buscarei nas análises. Em tempos de um maniqueísmo exacerbado, que se apresenta como uma catarse ideológica a favor de extremos, o exercício do discernimento não se traduz numa tarefa tão simples assim. Embora esse contexto esteja mais perceptível no ambiente político, é claro que há repercussões na alçada econômica. Assim, em se tratando do cenário brasileiro de hoje e independente das consequências da crise explicada pela pandemia, o embate está entre um "liberalismo tímido" da equipe econômica e um "intervencionismo inoculado", presente em parte do Governo e da sociedade. Aliás, um conflito que tem muito de seu perfil no contexto intragovernamental, do que se poderia esperar do antagonismo clássico entre situação e oposição.
Uma vez que a busca pelo equilíbrio analítico seja considerada, o meu compromisso seguinte será perseguir os focos. Intenciono sair do convencional, de simplesmente comentar a informação econômica de momento. Pretendo ir além, como prospectar situações setoriais, mirando caminhos e estratégias que apontem para o desenvolvimento econômico sustentável. A referência maior será o Brasil, embora não me seja impeditiva qualquer avaliação local/regional ou internacional.
Respeitados esses pontos básicos, creio que me sentirei mais à vontade para criar e inovar nas análises. Evidente que os temas econômicos mais gerais terão seus comentários. Será o caso da inflação divulgada, do desemprego ou da taxa de juros anunciada pelo Copom. No entanto, julgo também ser interessante trazer alguns aspectos de algumas atividades econômicas, sobre as quais eu possa extrair análises que se diferenciem do convencional. Nessa linha de raciocínio, que tal uma discussão sobre o chamado "novo normal" do pós-pandemia? Globalismo ou Nacionalismo? E o que se projeta do papel do Estado? Como se deve encarar o mercado de trabalho diante do mundo virtual e do "home work"? Todos temas sugestivos.
Essas últimas são questões imediatas, impulsionadas pela maior crise sanitária da História. Fora disso, como ficam as discussões sobre a retomada do crescimento econômico? Como ficam os gargalos que dificultam a retomada dos investimentos? Na infraestrutura, como encarar as questões como logística e energia? E as questões ambientais?
Bem, os desafios estão postos. Cabe-me, daqui para frente, dar inicio às análises e poder contar depois com a leitura e a crítica dos que se interessem pelos temas.
No mais, num momento de estréia, também se mostra justo o expediente da gratidão. De Eduardo a Pugliese. De Leusa a Fábio. De João a todos que compõem o time Folha, meu obrigado por estar aqui. E no nome de muitos amigos que me externaram felicitações, dedico um agradecimento especial ao publicitário Edison Martins, que numa conversa iluminada me disse: "seja equilibrado, algo como nem 8, nem 80".
Assim cheguei e espero contribuir para o bom debate.