A Importância da Representatividade Negra para a Saúde Mental das Crianças
Especialista ressalta que a representatividade é fundamental para a autoestima das crianças negras
A representatividade negra tem se tornado um tema cada vez mais relevante na sociedade atual. Através dela, busca-se promover a igualdade, o respeito e a valorização da diversidade racial em todas as esferas da vida. Quando falamos sobre a importância da representatividade negra para as crianças, estamos falando não apenas sobre a construção de identidades saudáveis, mas também sobre o impacto positivo na saúde mental dessas crianças.
A Coordenadora de Psicologia do Grupo Ampliar Intervenção Comportamental, ressalta que a representatividade é fundamental para que as crianças negras possam desenvolver uma autoestima saudável e um senso de pertencimento. “Ao se depararem com personagens, heróis e modelos de sucesso que se assemelham a elas, as crianças negras sentem-se valorizadas e encorajadas a se aceitar e a acreditar em suas próprias capacidades. A falta de representatividade negra pode ter efeitos negativos na saúde mental das crianças, levando a problemas como baixa autoestima, ansiedade e até mesmo depressão. Ao crescerem sem referências positivas que se assemelham a elas, essas crianças podem sentir-se excluídas e inadequadas, enfrentando dificuldades para construir uma identidade sólida e confiante”, disse Jenifer Silva, especialista em análise do comportamento.
Uma maneira poderosa de promover a representatividade negra é por meio da indústria do entretenimento, como o cinema. A estreia da nova versão da "Pequena Sereia", da Disney, em 25 de maio, é um exemplo notável disso. Pela primeira vez, a princesa Ariel será interpretada por uma atriz negra (Halle Bailey), o que representa um marco significativo na história da representatividade no cinema.
Para a psicologa, essa representação diversa e inclusiva consegue impactar positivamente a autoestima e o senso de identidade das crianças negras ao mesmo tempo, em que quebra estereótipos e preconceitos arraigados na sociedade. "A representatividade não beneficia apenas as crianças negras, mas também todas as crianças. Ao crescerem em um ambiente diverso e inclusivo, elas aprendem a valorizar e respeitar a diversidade, promovendo a construção de uma sociedade mais justa e igualitária" destacou.
Um aspecto importante a ser considerado é o processo de familiaridade. O cérebro humano tende a criar padrões e a reagir de forma agressiva diante do que é desconhecido. “Ao serem expostas repetidamente à diversidade, as pessoas vão se familiarizando e, eventualmente, aceitando e apreciando essa diversidade. Portanto, é essencial que sejam oferecidas às crianças oportunidades de contato com diferentes culturas, etnias e realidades, para que elas possam desenvolver empatia, respeito e aceitação desde cedo”, sinaliza a coordenadora do Grupo Ampliar.
A psicóloga ainda enfatiza que tratar o tema da representatividade negra com as crianças é fundamental para promover uma saúde mental positiva. "Os adultos têm o papel de dialogar sobre a importância da diversidade, explicar que todos merecem ser respeitados independentemente de sua cor de pele e incentivar a apreciação das diferenças. Além disso, é essencial oferecer livros, filmes, desenhos e brinquedos que apresentem personagens negros como protagonistas, para que as crianças possam ter contato desde cedo com a diversidade de narrativas e desenvolver uma visão inclusiva do mundo", pontuou.
"Promover a representatividade negra para as crianças não é apenas uma questão de justiça social, mas também de cuidado com a saúde mental e emocional dessas crianças. Ao construir um ambiente inclusivo e diverso, estamos construindo um mundo onde todas as crianças possam se sentir aceitas, valorizadas e capazes de alcançar seu pleno potencial", concluiu, Jenifer Silva.