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Adoecimento mental é cada vez mais recorrente e compromete rendimento escolar

Por Ângela Mathylde Soares, organizadora do Congresso Internacional Brain Connection

Ângela Mathylde Soares, organizadora do Congresso Internacional Brain Connection - Divulgação

A escola tem participação essencial na formação de bilhões de pessoas no mundo, sendo essencial na construção de futuros com um ensino de qualidade, influenciando, inclusive, a economia. Centenas de jovens brasileiros apresentam problemas ligados à saúde mental, devido à pressão para conquistar uma vaga na universidade. Tudo começa com as exigências e a queda de rendimento, afetando a autoestima, algo que, aos poucos, provoca ansiedade e, até mesmo, depressão, caso a condição evolua sem o um devido acompanhamento e tratamento. 

Uma das etapas escolares Brasil, considerada decisiva, está nos últimos três anos da educação básica, o ensino médio. Afinal, é o período em que os estudantes passam a se dedicar com maior intensidade a exames escolares, como o Enem, que podem mudar suas vidas. 

A preparação adequada é essencial e gera uma grande preocupação com a quantidade de matérias para estudo e revisão. A cobrança por parte dos responsáveis, professores e de si próprio, tornam a pressão ainda maior.

A verdade é que as emoções ainda podem desencadear outros efeitos no  corpo, aumentando a probabilidade de dor, sem origem e, sequer, solução. O fato é que muitos estudantes apresentam dores específicas, ligadas à ansiedade, por exemplo, úlceras estomacais, culpadas pelos fortes incômodos e a sensação de queimação constante. 

Contudo, apesar de o ensino médio ser a fase mais temida por milhares de brasileiros, os problemas de saúde mental, lamentavelmente, também acometem crianças, no início da jornada escolar, sendo que vão muito além das condições de ensino e integração escolares. 

Uma pesquisa da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, em parceria com o Instituto Ayrton Senna, revelou que 69% dos discentes na rede estadual apresentam sintomas relacionados à ansiedade e depressão, principalmente, depois da pandemia. A situação se reflete na sala de aula com comportamentos e sintomas difíceis de serem escondidos e controlados.

Muitos desses  sintomas estão ligados ao sofrimento, como a violência física e psicológica em casa, direcionada aos filhos ou não, aos falecimentos, à separação dos pais, dificuldades financeiras e, ainda, às dúvidas sobre orientação sexual e gênero, uma vez que muitas pessoas ainda não compreendem o que sentem e se identificam, apresentando medo da reação familiar.

As diferentes demandas indicam cada vez mais a crescente necessidade de manter profissionais preparados para amparar os  alunos nas equipes de colaboradores. Afinal, é essencial conversar para encontrar meios de solucionar as dificuldades. A atitude melhora o bem-estar psicológico e a performance, facilitando a aprendizagem.

É importante lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a ansiedade e depressão os malefícios do século, sendo o Brasil, o país mais ansioso do mundo (9,3%) e o mais depressivo da América latina. Trata-se de um problema iminente e requer mobilização de profissionais da educação e saúde para uma solução eficiente. Exatamente para contribuir na reversão dessa situação que o tema adoecimento mental na escola e universidade faz parte da programação do Brain Connection, o maior congresso internacional de educação no Brasil.

A 9ª edição acontece na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife, de 29 de outubro a 1° de novembro. Uma versão estendida, online, ocorrerá no dia 10. A programação apresenta diversas temáticas sobre neurociências e aprendizagem, discutindo vários aspectos, envolvendo transtornos mentais e também, diferentes barreiras, inclusive, as que surgem com a idade. Mais informações sobre palestras, participantes e inscrições estão disponíveis no site brainconnection.com.br.

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