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Empoderamento feminino: saiba como as educadoras estão moldando o futuro

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Em um mundo em constante transformação, o papel das educadoras vai muito além da transmissão de conhecimento. Elas desempenham um papel fundamental na construção da autoestima e confiança das meninas dentro da sala de aula. O empoderamento feminino na sala de aula não é apenas um conceito, mas uma prática diária que pode impactar diretamente o futuro das próximas gerações.

De acordo com Tânia Fontolan, diretora pedagógica da SOMOS Educação e da Rede Pitágoras, refletir sobre o empoderamento feminino no mês de março - considerado o mês da mulher - é essencial para destacar as conquistas das mulheres, conscientizar sobre os desafios ainda enfrentados e reforçar a importância da igualdade de gênero. “Esse período simboliza uma oportunidade de ampliar debates, promover reflexões e incentivar ações concretas que contribuam para uma sociedade mais justa e equitativa”, observa Tânia.

A participação de mulheres em cargos de liderança cresceu de 17% para 28% nos oito últimos anos, segundo o 9º relatório anual Mulheres no local de trabalho, apurado pela McKinsey e a LeanIn.org, mas ainda há uma longa trajetória para a equidade de gênero. Neste contexto, segundo Tânia, a presença de educadoras serve como modelo de liderança ao demonstrar, na prática, que as mulheres podem ocupar espaços profissionais de destaque, tomar decisões e inspirar mudanças. “Ao vivenciar o exemplo de mulheres que ensinam, orientam e lideram, as alunas se sentem mais encorajadas a buscar seus próprios caminhos e desafiar limitações impostas socialmente. A atuação das mulheres educadoras pode inspirar as alunas a perseguirem seus objetivos e a acreditarem em suas capacidades, como as próprias educadoras o fizeram”, afirma.

Desafios da promoção do empoderamento feminino

Combater estereótipos de gênero que limitam as expectativas e aspirações das alunas é fundamental, especialmente os que associam as mulheres ao espaço privado e minimizam sua atuação em áreas públicas e de decisão. Na avaliação de Tânia, ao longo dos anos, é perceptível que as meninas têm se tornado mais conscientes de seus direitos, mais questionadoras sobre desigualdades e mais ativas na busca por espaços e oportunidades, mais participantes de movimentos sociais que lutam pela ampliação e consolidação de direitos. A ampliação do acesso à informação e a presença de mais mulheres como referência na mídia e em diferentes áreas profissionais contribuem para esse processo de transformação e fortalecimento da identidade feminina.

“Em relação a décadas atrás, temos mais mulheres na liderança política e na condução de negócios, e atuando em profissões antes consideradas masculinas, exemplo, pilotando aviões e em carreiras ligadas a STEM - ciência, tecnologia, engenharia e matemática - etc). As estatísticas mostram que atualmente, as mulheres são maioria nos cursos de Ensino Superior no Brasil. No entanto, seguimos longe da equidade: mulheres líderes ainda são minoria, em média, ganham menos que os homens para desenvolver as mesmas funções, são vítimas de violências pelo fato de serem mulheres. Há muito a ser conquistado e a discussão nas escolas é passo importante para isso,” aponta Tânia.

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