Logo Folha de Pernambuco

Lei 14.811: uma segurança para a saúde mental das futuras gerações

Por Rodrigo Nery - Psicólogo e Diretor do Grupo Ampliar Terapia Multidisciplinar

Segundo Nery, o papel dos pais é de suma importância - Divulgação

A recente sanção da Lei 14.811 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva representa um avanço significativo no cenário nacional, especialmente no combate ao bullying e cyberbullying. É crucial reconhecer o impacto direto dessas mudanças legislativas na saúde mental das crianças e adolescentes.

A tipificação desses atos como crimes e a inclusão no rol dos crimes hediondos não apenas atribuem a devida gravidade a esses comportamentos, mas também estabelecem um marco legal que evidencia a importância de proteger a integridade psicológica da juventude. O reconhecimento do bullying como um fator de risco para problemas de saúde mental, como automutilação e suicídio, é crucial para orientar políticas e práticas de prevenção.

A implementação da Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual é um ponto crucial, destacando a necessidade de uma abordagem abrangente e preventiva por parte dos Executivos municipais e distritais, evidenciando o compromisso contínuo com o desenvolvimento de estratégias eficazes de proteção infantojuvenil. A periodicidade das avaliações a cada dez anos é uma salvaguarda que garante a adaptação constante às mudanças sociais e tecnológicas.

A compreensão do impacto psicológico do bullying, abordada na legislação, é especialmente relevante. O medo constante gerado por esses comportamentos não é apenas uma experiência momentânea; é uma ameaça constante à saúde emocional e mental das vítimas. O reconhecimento dessa dimensão emocional é vital para orientar abordagens terapêuticas e de apoio.

As mudanças nas punições, com multas para casos de bullying e penas mais severas para o cyberbullying, indicam uma postura mais assertiva diante desses crimes. A inclusão de condutas como induzimento ao suicídio e automutilação entre os crimes hediondos reflete um compromisso sério em coibir práticas que atentam contra a integridade emocional e física dos menores.

A extensão da responsabilidade penal a condutas envolvendo pedofilia e a exigência de certidões de antecedentes criminais para colaboradores de instituições sociais são passos fundamentais. Essas medidas não apenas visam a proteção direta das crianças, mas também destacam a necessidade de um ambiente seguro ao seu redor.

O papel dos pais, conforme apontado no artigo, é de suma importância. A participação ativa na vida digital dos filhos, aliada à observação atenta de sintomas de sofrimento, é uma estratégia preventiva valiosa. A intervenção imediata em casos de cyberbullying não apenas interrompe o ciclo de violência, mas também abre caminho para a construção da empatia e compreensão emocional.

A escola, como espaço de convivência diária, desempenha um papel vital na prevenção e repressão do bullying digital. Programas educacionais e políticas claras não apenas orientam o comportamento dos estudantes, mas também contribuem para a criação de um ambiente escolar seguro e acolhedor.

A Lei 14.811 não é apenas um conjunto de normas; é um manifesto que reflete um compromisso profundo com a proteção integral das crianças e adolescentes. Como sociedade, esse marco legal nos convoca a criar um ambiente mais seguro e consciente, promovendo o desenvolvimento saudável das gerações futuras.

Veja também

Raquel Lyra veta íntegra de PL sobre "surfe" em ônibus: "Práticas ilícitas já são proibidas"
ÔNIBUS

Raquel Lyra veta íntegra de PL sobre "surfe" em ônibus: "Práticas ilícitas já são proibidas"

'Vovó' gerada por IA frustra criminosos em tentativas de golpe por telefone, na Inglaterra
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

'Vovó' gerada por IA frustra criminosos em tentativas de golpe por telefone, na Inglaterra

Newsletter