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Mês do Professor: renomados especialistas em educação listam temas importantes para a pauta nacional

Comemorado anualmente no Brasil em outubro, o mês do Professor traz luz ao papel que os docentes exercem na formação cidadã e no desenvolvimento social, como um todo. Como dizia Paulo Freire, a “Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo”. 

E os educadores são os agentes das tão desejadas mudanças. Aproveitando a efeméride, especialistas em educação refletem sobre a educação sob prismas variados, passando por formação continuada, desenvolvimento de habilidades socioemocionais, relação entre professor/gestor, entre outros aspectos. Confira abaixo!

Inteligência artificial e aplicabilidade
A Lei Geral de Proteção de Dados (Lei n° 13.709/18), mais conhecida como LGPD, foi promulgada há cinco anos. Para Guilherme Camargo, especialista em educação e fundador da Sejunta Tecnologia - consultoria de tecnologia educacional que busca facilitar sua introdução na aprendizagem -, "a verdade é que a IA já está no bolso do estudante, em seus smartphones. É inevitável". Agora, o papel da escola é ajudar os estudantes a tomarem decisões importantes em relação à tecnologia. Para tanto, o especialista em educação aconselha atividades que tragam um contexto antes da atividade em si, conectando muito mais o estudante à prática e o ajudando a entender a relação do conteúdo com o mundo real. 

Camargo sugere que pontos como redes sociais sejam abordados em disciplinas como Ética e Cidadania Digital. “A minha recomendação é que os estudantes sejam provocados a analisar cenários e a tomar decisões e caminhos mais apropriados, preservando a própria privacidade e privacidade dos dados. Esse trabalho ajudará o estudante a tomar melhores decisões, principalmente, quando estiver sozinho, sem a supervisão de um responsável”, esclarece o fundador da Sejunta Tecnologia.

O papel do professor no Enem e em outros vestibulares
O papel do professor como mediador do processo de aprendizagem é crucial na preparação dos alunos para o Enem e para outros vestibulares. Os professores devem adotar estratégias que vão além da simples memorização de conteúdos, focando no desenvolvimento de habilidades complexas. “Isso implica promover um ambiente que permita aos alunos ensinarem uns aos outros, levantar hipóteses, testá-las, errar, perceber seus erros e propor novas explicações”, afirma Heloisa Agudo, autora do Sistema de Ensino pH.

Para ela, os professores devem atuar como mediadores nesses processos, utilizando estratégias que coloquem o aluno como sujeito ativo na construção dos saberes necessários para a realização das provas. Essa abordagem pedagógica promove não apenas a retenção de informações, mas também o desenvolvimento de habilidades críticas de análise, de avaliação e de resolução de problemas, fundamentais para enfrentar os desafios do Enem. 

Formação continuada
Para ampliar os horizontes da sala de aula, a formação continuada é um dos melhores mecanismos para experiência profissional. É certo que a docência é aprimorada por cada estudante que cruza a trajetória de um professor, no entanto, de acordo com Clarissa Lima, Assessora Pedagógica da Plataforma Amplia, Sistema de Ensino para educação básica, é por meio da formação continuada que as possibilidades educacionais são ampliadas, ofertando as melhores experiências aos alunos.  

“Observando uma sociedade em constante transformação, com tecnologias e metodologias educacionais cada vez mais eficazes, os professores engajados em ampliar seus conhecimentos por meio da formação continuada, certamente obtém melhores resultados educacionais para toda a comunidade escolar”, afirma Clarissa. 

Tecnologia Educacional
A integração da tecnologia educacional na rotina dos professores traz consigo uma série de benefícios que podem significativamente melhorar a qualidade do ensino. “A utilização de recursos tecnológicos possibilita um ensino mais eficiente e dinâmico, permitindo aos professores explorarem métodos de ensino mais interativos e envolventes”, explica o CEO da Vereda Educação, Arthur Buzzato. Além disso, a personalização do aprendizado se torna mais acessível, pois as ferramentas tecnológicas permitem adaptar o conteúdo e as estratégias de ensino, de acordo com as necessidades individuais dos alunos. 

No entanto, ao adotar a tecnologia educacional, os professores enfrentam desafios comuns, como a necessidade de se familiarizarem com novas ferramentas e a resistência à mudança. A infraestrutura tecnológica inadequada e as preocupações com a segurança dos dados também são obstáculos. Segundo Arthur, para superar esses desafios, é essencial fornecer treinamento e suporte contínuo aos educadores, criando um ambiente que encoraje a inovação. Investir em infraestrutura e segurança é fundamental, assim como o apoio da administração escolar para garantir o sucesso da integração da tecnologia educacional. 

Formação docente
O foco da aprendizagem é sempre o aluno. Mas, sem professor, não tem aluno, e vice-versa. O aprendizado do aluno está profundamente ligado ao professor, que deve ser bem-motivado, estar em constante aprendizado e sempre envolvido com os alunos e com o processo de ensinar e aprender.

“O professor é maior que o componente curricular, ele é transversal, é ele que contextualiza o processo de aprendizagem”, afirma Carol Stancati, diretora da Skies Learning, solução de formação de alunos bilíngues para escolas de Educação Básica. “Por isso, é fundamental que ele, além da formação consistente, esteja engajado com o projeto da escola e, principalmente, com cada um de seus alunos. É esse envolvimento que faz toda a diferença”.

Práticas inovadoras
Muito se fala em metodologias ativas, abordagens pedagógicas centradas no aluno e projetadas para envolvê-los em seu processo de aprendizagem. Porém, o que se observa é que muitos educadores não tiveram acesso a esse conhecimento em sua formação, pautada, muitas vezes, pelo modelo tradicional. 

“Falta de recursos e tempo escasso podem ser obstáculos na empreitada de formar o educador, mas com a correta gestão de tempo e o preparo adequado, é possível proporcionar momentos de aprendizados e troca de experiências entre educadores”, afirma Natália Alonso, gestoras de projetos na BEĨ Educação. “O compartilhamento de práticas em um momento formativo dinâmico e bem construído pode transformar a visão do professor para os materiais e projetos, resultando não somente em conhecimento, mas em maior aproveitamento e engajamento, um incentivo para que prolifere esse aprendizado da melhor forma”, acrescenta Natália.

Parceria professor/aluno
Um dos desafios atuais da educação é garantir que os estudantes tenham prazer em estar na escola e realizar as atividades propostas – e uma boa relação com os professores é o primeiro passo para isso. Pensando, principalmente, nos vestibulandos, que passam mais tempo na instituição de ensino do que em casa, além da disciplina individual, esse laço com os docentes deve estar fortalecido para obterem sucesso nos exames.

Myriam Ribeiro, coordenadora do Ensino Médio do Fibonacci Sistema de Ensino, dá dicas de como realizar essa aproximação: “Nós fortalecemos essa parceria com momentos semanais de monitorias, onde o professor atende o aluno de forma individual, esclarecendo suas dúvidas e questionamentos. Além disso, promovemos momentos de interação, como uma Mostra de Talentos, na qual professores e alunos interagem em apresentações de músicas, de dança e teatro”.

Tecnologias digitais em sala de aula
Diante de um mundo cada vez mais conectado, as tecnologias digitais podem ser importantes aliadas dos professores no dia a dia em sala de aula, inclusive ajudando a atrair a atenção dos estudantes. Porém, muitos gestores ainda têm dificuldade em compreender a necessidade de inserir a tecnologia dentro das escolas – computadores e celulares, ambientes virtuais de aprendizagem e aplicativos. 

Para Victor Haony Ribeiro de Oliveira, assessor pedagógico da Mind Makers, é preciso que a resistência ao uso de tecnologia nas escolas seja superada e que os professores sejam orientados sobre o assunto. "O processo de ensino-aprendizagem precisa acompanhar a realidade de hoje e não resistir às transformações tecnológicas", afirma. "As crianças já nascem em um contexto de avanço nas inovações tecnológicas, então é importante que elas estabeleçam conexões entre suas vidas e o que aprendem nas escolas e a tecnologia tem muito a contribuir na construção dessa ponte”, finaliza Victor.

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