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Novo Ensino Médio: por que o sucesso do Projeto de Vida dependerá das competências socioemocionais

Professor Eduardo Calbucci explica que as mudanças não ficam apenas para o Ensino Médio

Professor Eduardo Calbucci, CEO da Semente Educação - Arquivo Pessoal

A implementação do Novo Ensino Médio começou para valer em todas as escolas brasileiras, que estão se adequando às novas diretrizes desde o início do ano. Além das múltiplas possibilidades trazidas pelos Itinerários Formativos, o Projeto de Vida também proporciona mudanças importantes para as instituições, com as competências socioemocionais ganhando destaque durante esse processo.

“A BNCC consolidou o princípio da educação integral no país. O aluno é um só. E a escola deve trabalhar as mais diferentes habilidades, da forma mais integrada possível. De alguma forma, o que se chama hoje de Projeto de Vida é como se fosse um subconjunto da aprendizagem socioemocional. Ou seja, sem um não existe o outro”, afirma Eduardo Calbucci, CEO da Semente Educação, que criou o Programa Semente, metodologia de ensino socioemocional que impacta cerca 50.000 alunos em todo o país.

As escolas devem incentivar o protagonismo e a autonomia do aluno a partir de reflexões, experiências e conhecimentos que possibilite o desenvolvimento pessoal, acadêmico, profissional e social. Para isso, é preciso saber de que forma isso será trabalhado, principalmente, durante o Ensino Médio, uma vez que as referências encontradas nos documentos oficiais ao Projeto de Vida apenas fazem alusão às habilidades que devem ser desenvolvidas no percurso acadêmico dos alunos.

É nesse momento que entram em cena competências como responsabilidade, organização, imaginação criativa e assertividade, por exemplo. Segundo Calbucci, a maneira mais eficiente de aplicar esses conceitos em sala de aula é justamente por meio da aprendizagem socioemocional.

“Para que um projeto, qualquer que seja, possa ser construído, as pessoas precisam estar abertas ao novo. A partir daí, elas colocam os sonhos de pé por meio de competências ligadas à autogestão, como foco, persistência e determinação. Durante essa caminhada, haverá frustração, desapontamento, estresse. Quem regular bem esses sentimentos têm muito mais chance de realizar desejos pessoais, acadêmicos e profissionais”, explica.

Professor Eduardo Calbucci em palestra com docentes

Além do Ensino Médio

O que muitas escolas ainda não perceberam é que essas mudanças não ficam apenas para o Ensino Médio. Trabalhar as competências socioemocionais para o Projeto de Vida é uma espécie de encerramento de um ciclo seria.

“É muito importante que se compreenda que o Projeto de Vida, embora apareça nos documentos oficiais sobretudo em relação ao Ensino Médio, é o final de um percurso de desenvolvimento de habilidades que começa na Educação Infantil”, diz o professor.

Com a pandemia, todos perceberam os impactos da interação social no processo de aprendizagem. Para além das competências cognitivas, conhecidas pelas disciplinas tradicionais como Português ou Matemática, a conjuntura atual demanda novas habilidades, como trabalho em equipe, resiliência, pensamento crítico, relação interpessoal e criatividade.

“O Projeto de Vida e as competências socioemocionais não vieram para quebrar um paradigma. Chegaram, na verdade, para se somar àquilo que já era feito, auxiliando a consolidação uma educação integral de fato”, finaliza.

Sobre o Programa Semente (www.programasemente.com.br) – Com uma abordagem moderna e inovadora, o Programa Semente é uma solução completa de formação socioemocional de alunos e educadores em diversas escolas brasileiras. A partir de um material escrito por educadores, médicos e psicólogos, sua metodologia possibilita que sejam trabalhadas questões como sociabilidade, autoconhecimento, autocontrole, empatia e decisões responsáveis, entre outras habilidades, cada vez mais presentes no mundo do trabalho e nas principais avaliações internacionais de educação. Desta forma, o Programa Semente contribui para a alfabetização emocional.

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