Os perigos do uso das telas na infância: conheça algumas alternativas
Juliana Moreira é Educadora da Primeira Infância e Educadora Parental, responsável pelo perfil Cria Ativa e mãe de Helena. Ela topou um papo (de Primeira!) com nosso blog sobre um tema bastante pertinente ao contexto pandêmico que muitas famílias vivenciam desde março de 2020: o perigo da exposição às telas.
Fizemos somente duas perguntas com intuito de focarmos nos pontos cruciais da temática:
Pergunta Papo de Primeira:
Juliana, me fala um pouco sobre os perigos das telas para crianças na Primeira Infância. Isso tem se agravado na pandemia de que forma?
Rogério, acredito que para falar sobre os perigos e prejuízos do uso de telas na infância, antes é preciso entender como as telas agem no nosso corpo, mais especificamente no nosso cérebro.
Quando olhamos para uma paisagem muito bonita, nosso cérebro produz alguns neurotransmissores. Um deles é a dopamina, que nos traz a sensação de prazer, bem-estar, felicidade. Quando estamos em frente as telas, nosso cérebro produz 10 vezes mais dopamina do que quando olhamos a paisagem bonita.
Então, além de estarmos viciando o cérebro da criança a um nível muito alto de prazer, consequentemente o brincar e as relações interpessoais não se tornam tão interessantes.
Também existem todos os outros prejuízos causados pelo uso excessivo das telas. Entre eles estão: irritabilidade, ansiedade, dificuldade de atenção, tristeza, distúrbios alimentares, sono de má qualidade, mudança no comportamento, entre muitos outros.
E, sim, isso tem se agravado na Pandemia. Para conseguir dar conta de tantas coisas ao mesmo tempo como o homeoffice, crianças em casa, tarefas domésticas, vida pessoal etc., os pais recorreram muito mais as telas. A televisão, os tablets e os celulares foram as primeiras opções, enquanto não existiam alternativas.
Pergunta Papo de Primeira:
Quais as alternativas que você orienta/recomenda para os cuidadores buscarem minimizar estes danos?
Precisamos nos conscientizar para o que a exposição às telas podem ocasionar como consequências futuras. E a verdade é que algumas coisas já sabemos, outras saberemos apenas daqui alguns anos. A melhor alternativa é ter uma rotina possível, e buscar ferramentas para lidar com as crianças de maneira consciente.
Sei dos desafios de maternar, também sou mãe, mas sei também que é possível fazer diferente. O que eu percebo, ao longo desses anos trabalhando com tantas famílias, é que grande dificuldade está na falta de conhecimento. Por isso eu idealizei o Curso Rotina Descomplicada, onde ensino desde a teoria até as ferramentas práticas para transformar o dia a dia das famílias, gerando muito mais conexão entre todas as relações.
E algumas dicas que dou no curso são as seguintes:
- Uso Estruturado: Escolha o horário que será permitido o uso de telas. Evite o acordar e pelo menos uma hora e meia antes de ir para cama dormir.
- Uso Qualitativo: Escolha bons conteúdos. Se seu filho vai passar duas ou três horas na frente da televisão, que seja com um conteúdo de qualidade. No meu Instagram (@juliana.cria.ativa), você encontra algumas sugestões de desenhos e filmes infantis que desenvolvem habilidades de vida nas crianças!