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Até onde – ou quando – vai a obsessão do Flamengo por Jorge Jesus?

O nome do treinador português volta a ser especulado na Gávea após demissão de Vítor Pereira.

Jorge Jesus, ex-treinador do Flamengo - Alexandre Vidal/Flamengo

No dia 1º de junho de 2019, o Flamengo anunciava oficialmente a contratação do técnico Jorge Jesus, então com 64 anos e com um currículo modesto. Uma carreira concentrada no futebol português, seu berço, onde havia conquistado quatro títulos nacionais pelo Benfica, entre os anos de 2009 e 2015, mas que, depois de três temporadas à frente do arquirrival Sporting nas quais assistiu o título ser disputado entre Benfica e Porto, comandava o Al Hilal da Arábia Saudita.

Mal sabíamos que, ali, iniciaria uma das maiores novelas do período recente do futebol brasileiro. Um relacionamento para lá de conturbado. Em um intervalo de um ano, só love. Foram cinco títulos conquistados (guarde este número): Campeonato Brasileiro, Libertadores, Supercopa do Brasil, Recopa Sulamericana e Campeonato Carioca. Além disso, conquistou também o amor – obsessivo? – de uma das maiores torcidas do Brasil.

Jesus deixou o Flamengo, em julho de 2020, em meio à pandemia da Covid-19 e retornou ao comando do Benfica, em Lisboa, e, desde então, não sai da cabeça dos rubro-negros. Passada a fúria por sua saída, os flamenguistas não mais se contentaram nem com o time nem com o treinador que ousasse assumir o comando, apesar dos títulos.

Domènec Torrent, Rogério Ceni, Renato Gaúcho, Paulo Sousa, Dorival Junior e, a mais recente vítima do peso de ocupar o espaço destinado a Jesus, meu xará Vítor Pereira. Seis treinadores, sendo três estrangeiros. Coincidentemente ou não, nesse intervalo de pouco mais de três anos, o Flamengo conquistou a mesma quantidade de títulos sob o comando do tal português: cinco.

Com uma diferença. Desta vez, os estrangeiros não obtiveram êxito. Rogério Ceni (Carioca e Supercopa do Brasil/2021 e Brasileirão/2022) e Dorival Júnior (Copa do Brasil e Libertadores/2022) foram os responsáveis pela felicidade na Gávea. Mas, ainda assim, não pareceu ser suficiente. Faltava algo. Ou alguém.

A cada troca de treinador, as atenções da mídia e da torcida se voltavam a “onde e como está Jorge Jesus?”. Com a demissão de Vítor Pereira oficializada nesta terça-feira (11), o cenário se repete. Agora, com uma ânsia maior. Parece um apelo de quem está desesperado pela volta do(a) amado(a).

Hoje, Jorge Jesus está tentando ser feliz longe. Comanda o Fenerbahçe da Turquia e, a 10 rodadas para o fim, está na segunda posição com seis pontos atrás do líder Galatasaray e mais de um mês de contrato a ser cumprido.

Posso estar errado, mas... assim como todo relacionamento obsessivo, a novela Flamengo e Jorge Jesus não é sadia e as probabilidades de um final feliz são bem pequenas.

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