Vini Jr. fora do Top 12 mundial é absurdo e sabemos o motivo

Em campo, brasileiro teve desempenho acima da metade dos nomeados, mas incomodou muito fora dele.

Vini Jr. segue sofrendo as consequências de crimes dos quais foi vítima. - JORGE GUERRERO/AFP

Antes de mais nada, uma contextualização: o prêmio Fifa The Best 2023, cujos finalistas indicados foram revelados nessa quinta-feira (14), considera o período entre 19 de dezembro de 2022, um dia após a final da Copa do Mundo no Catar, e 20 de agosto deste ano.

Significa que as brilhantes performances de Messi e Mbappé naquele mundial não podem ser consideradas, até porque eles já foram premiados por isso, uma vez que a edição relativa ao ano passado foi realizada este ano, no dia 27 de fevereiro, em Paris, coroando o argentino como o melhor do mundo.

Voltando ao período considerado para a atual edição, as performances analisadas se restringem, praticamente, à atuação dos atletas por seus respectivos clubes, já que o ciclo das seleções foi iniciado com as eliminatórias europeias para a Euro, mas ainda sem jogos e partidas que chamem a atenção.

No dia 18 de abril, escrevi aqui, neste mesmo blog, sobre como Vini Jr. era – e continua sendo – o brasileiro mais perto do prêmio de Melhor do Mundo. Esse texto foi publicado logo após mais uma atuação maestral do atacante brasileiro, comandando o Real Madrid na vitória por 2 a 0 sobre o Chelsea, no Stamford Bridge, e carimbando o passaporte merengue para a 11ª final de Champions League em 13 anos.

Diga-se que o brasileiro foi o vencedor da Bola de Ouro da única competição organizada pela FIFA neste período, o Mundial de Clubes no Marrocos.

Com convicção, eu asseguro que Vini Jr. teve performances mais decisivas em seu clube do que a metade dos nomeados. Não há hipótese ou contexto em que Julián Alvarez, Marcelo Brozovic, Osimhen, Rice, Kvaratskhelia e Rodri tenham jogado melhor do que o brasileiro.

Quanto à outra metade, há de se convir que De Bruyne, Gündogan, Bernardo Silva e Haaland foram peças fundamentais em uma temporada fantástica do Manchester City campeão da Copa da Inglaterra, da Premier League e, pela primeira vez, da Champions League.

São discutíveis as atuações de Messi e Mbappé, em um período em que seus respectivos nomes estavam mais envoltos em polêmicas extra-campo do que propriamente pelas suas performances em campo, à exceção do argentino que ainda teve os holofotes do mundo do futebol voltados para si com a chegada ao Inter Miami, nos EUA.

Dito tudo isto, precisamos reconhecer que nenhum destes 12 nomes indicados fez o que Vini Jr. fez: um incômodo barulho. Nenhum deles foi perseguido, humilhado e agredido em sua essência como o jogador brasileiro foi diversas vezes neste período. Ninguém, dentre os indicados, precisou se manter firme diante de multidões enquanto era vítima de um crime. Nenhum lutou por uma causa. Contra torcedores, jogadores e até dirigentes de clube e da própria LaLiga.

Fazer barulho incomoda. Defender uma causa incomoda. Lutar contra o racismo incomoda. E tem um custo!

Mas, como o próprio Vini Jr. falou após a divulgação dos finalistas: “Tranquilo, amigos!

Tranquilo”, por três motivos: primeiro, não foi a primeira vez que ele passou por algo do tipo; segundo, por mais que torçamos, custa acreditar que será a última; e terceiro, ele sabe que, infelizmente, nem sempre os melhores vencem.
 

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