O Pandemônio na pandemia: Relatório mostra quem mais lucrou e quem mais sofreu com a pandemia
Como estratégias econômicas durante a pandemia duplicaram fortunas e jogaram 160 milhões na pobreza
Relatório divulgado pela conceituada ONG britânica OXFAM, agora, nesta semana, no início do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, revela um cenário econômico social dantesco produzido pelas estratégias adotadas no combate à doença durante o Ciclo Pandêmico.
Segundo revelou Danny Sriskandarajah, executivo-chefe da OXFAM:
“Houve um novo bilionário criado quase todos os dias durante esta pandemia, enquanto 99% da população mundial está pior por causa de lockdowns, menos comércio e menos turismo internacional. Como resultado disso, mais de 160 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza”.
Essas 160 milhões de pessoas vivem com menos de U$ 5,5 dólares por dia, como consequência das ações de impactos econômicos e sociais implementadas ao redor do mundo.
Afirma ainda o impactante Relatório, que a queda na renda dos mais pobres ao redor do mundo, contribuiu para a morte de 21 mil pessoas por dia!
Este número de mortes causadas pela extrema pobreza, em que parte considerável da população mundial foi jogada por conta das medidas restritivas de liberdade e trabalho, é maior do que o número de mortes causadas pela própria pandemia.
Com base em janeiro de 2022, o mundo contabiliza 5,4 milhões de mortos pela COVID, desde seu início. O Relatório OXFAM aponta que tendo como base os 365 dias de 2021, as mortes pela extrema pobreza causada pelas medidas recessivas e restritivas vitimaram 7,55 milhões de seres humanos.
Outras constatações do Relatório OXFAM:
- A pandemia está forçando os países em desenvolvimento a cortar gastos sociais à medida que as dívidas nacionais aumentam;
- A igualdade de gênero sofreu um retrocesso com 13 milhões de mulheres a menos no trabalho agora do que em 2019 e mais de 20 milhões de meninas em risco de nunca voltar a escola;
- Grupos minoritários étnicos foram os mais atingidos pela COVID, incluindo os bengaleses do Reino Unido e a população negra dos EUA;
Na outra ponta abordada pelo Relatório, a gestão do Ciclo Pandêmico produzindo quase um bilionário por dia tornou a desigualdade mundial, que já era caótica, em algo indecente.
Neste período pandêmico, os 10 homens mais ricos do mundo, dados da FORBES, dobraram suas fortunas.
A riqueza deles, coletivamente, cresceu de U$ 700 bilhões de dólares para incríveis U$ 1,5 trilhão de dólares.
A desigualdade é tanta que até entre eles existe desigualdade. Enquanto a fortuna de Elon Musk cresceu 1000% a de Bill Gates cresceu “apenas” 30%.
Quem são eles?
Elon Musk, Jeff Bezos, Bernard Arnault, Bill Gates, Larry Ellison, Larry Page, Sergey Brin, Mark Zuckerberg, Steve Ballmer e Warren Bufet.
Ao analisar os negócios, e, portanto, os interesses desses bilionários, não podia ser diferente, encontramos alguns dos segmentos econômicos que mais se beneficiaram pelo Ciclo Pandêmico: redes sociais, comércio eletrônico, softwares, TI, internet, produtos de luxo e corporações financeiras.
“Mesmo durante uma crise global, nossos sistemas econômicos injustos conseguem oferecer lucros inesperados para os mais ricos, mas falham em proteger os mais pobres” disse Danny Sriskandarajah.
O executivo-chefe da OXFAM, defendeu ainda que os líderes políticos agora têm uma oportunidade histórica de apoiar estratégias econômicas mais ousadas para “mudar o curso mortal em que estamos”.
Este estudo foi baseado em dados da Forbes Billionaires List, Relatório Anual do Credit Suisse Global Wealth, que compila a distribuição da riqueza global desde 2000, Banco Mundial, dentre outras fontes.
Ao fim e ao cabo, recebemos com indignação humanitária a constatação que os meta-capitais e as altas estruturas políticas mundiais acrescentaram à uma catástrofe sanitária uma hecatombe econômica e social.
Porém, não com surpresa. Relembro que, aqui na nossa paróquia, em 26 de março de 2020, na página 08 do caderno de ,economia da nossa Folha de Pernambuco eu já defendia que medidas restritivas da liberdade de trabalho aprofundariam as dificuldades e seriam prejudiciais aos mais pobres.
Proibir um ser humano de trabalhar não é solução para nada. Nunca foi. A extrema pobreza adoece e mata. Este Estudo da OXFAM, bem como, inúmeros outros Estudos e pronunciamentos ao redor do mundo, estão constatando e provando o óbvio: o empobrecimento do trabalhador é sequenciado de fome e depressão, que juntas, podem ser mais mortais do que a própria doença que se quer combater.
No caso concreto da COVID, ainda por cima, a fome e a depressão baixam a imunidade do ser humano e o torna mais fragilizado frente à doença.
Leia Também
• Brasil: Um dos Maiores Produtores de Alimentos do Planeta
• Perspectivas no âmbito Econômico-Financeiro para o Brasil em 2022
• Retrospectiva da Economia 2021 - Parte 1
No Brasil, como em poucas partes do mundo, a ideologização e politização da pandemia, por parte de alguns Estados brasileiros, contribuíram negativamente e severamente para o aprofundamento dessas medidas indutoras da extrema pobreza, que alude o Relatório OXFAM.
Neste enfoque, os estados do Nordeste lideraram as ações restritivas de liberdade econômica, e por consequência, também lideraram os índices de desemprego, principal fator da extrema pobreza.
Confira os estados com as maiores e menores taxas de desemprego no brasil no último trimestre de 2021 segundo o IBGE:
Maiores Taxas de Desemprego
1- Pernambuco/Nordeste 19,30%;
2- Bahia/Nordeste 18,70%;
3- Amapá/Norte 17,50%;
4- Alagoas/Nordeste 17,10%;
5- Sergipe/Nordeste 17,00%.
Menores Taxas de Desemprego
1-Santa Catarina/Sul 5,30%;
2- Mato Grosso/Centro Oeste 6,60%;
3- Mato Grosso do Sul/Centro Oeste 7,60%;
4- Rondônia/Norte 7,80%;
5- Paraná/Sul 8,00%.
Assim sendo, entendo, que, pelo menos, de 2022 em diante, no enfrentamento da pandemia, devemos lutar por mais economia e menos ideologia!
Forte abraço a todos e fiquem com Deus!
Borba Consultoria | Sociedade Pernambucana de Planejamento Empresarial - SPPE