Uma visão macroeconômica do Brasil em 2022
Contra números e fatos não há argumento ou narrativa que sobreviva. Pelos menos entre nós agentes econômicos que militamos na economia real.
Uma das maiores preocupações, do ponto de vista macroeconômico, é que, após o período pandêmico, e ainda sob os efeitos da guerra da Ucrânia, o governo federal terminasse com alto grau de endividamento, em função dos gastos com o enfrentamento da pandemia, o que poderia prolongar por anos os efeitos negativos da crise pandêmica sobre a economia.
Ocorre que, contrariamente aos temores, a Dívida Bruta do Governo Geral – DBGG, deverá terminar o ano de 2022 representando 74% do Produto Interno Bruto (PIB).
Com taxa de endividamento menor do que em 2018, apesar de todas as dificuldades de uma pandemia inédita na história da humanidade, que vergou economias gigantescas como as dos EUA, UE e China, o Brasil sai, em meio a todo sofrimento econômico e humanitário, economicamente inteiro desta epopeia.
Olhando para os nossos congêneres, países emergentes, encontramos projeções de crescimento de dívida entre 10,6 pontos e 8,5 pontos percentuais. (comparação com as taxas observadas antes da pandemia.)
Para alcançar este importante feito na DBGG brasileira, o governo federal também empreendeu um programa de apoio aos entes federados, através das transferências por repartição de receita que atingiram a 4,8% do PIB em 2022, aproximadamente R$ 480 bilhões. Maior patamar da série histórica iniciada em 1997. Assim sendo, estados e municípios puderam equilibrar suas contas, contribuindo com o resultado global.
Outra preocupação era com o superávit primário. Neste ponto, a projeção indica um saldo positivo de R$ 23,4 bilhões. Aliás, o primeiro desde 2013. (Fonte: Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias – 5º Bimestre de 2022).
No diagnóstico das contas nacionais, o resultado positivo das estatais, que deverá fechar 2022 na ordem de R$ 250 bilhões, também colabora para que os investidores nacionais e internacionais entendam que o Brasil continua a ser um porto seguro para os investimentos.
O equilíbrio econômico-financeiro nacional contribui decisivamente na pontuação do nosso rating de crédito. O Brasil entrega em 2022 um índice de despesa primária em proporção do PIB de 18,7%. Menor índice até que o próprio índice de 2019, ano anterior a pandemia, que fechou em 19,5%.
O crescimento econômico foi defendido de forma muito dura neste período e visava a manutenção dos investimentos produtivos e dos empregos. O foco sempre foi manter a economia brasileira a mais ativa possível e em condições para a retomada.
A análise dos últimos 10 anos do crescimento do PIB, mostra que, mesmo enfrentando a maior tragédia de saúde da humanidade e com duras repercussões na economia, o Brasil iniciará 2023 vindo de dois anos seguidos com forte crescimento.
-
2020 – Início da pandemia do COVID-9;
-
2022 – Projeção Boletim FOCUS 12.12.2022.
O índice de desemprego acompanhou a boa fase da economia neste final de 2022 e cravou 8,7% (3° trimestre de 2022). Este índice é o menor desde o 2° trimestre de 2015.
Por fim, o cenário positivo das contas públicas, PIB e desemprego somados ao reconhecimento do Brasil pelo Banco Mundial como o segundo país do mundo com a mais alta maturidade em governo digital, dentre 198 países analisados, confere a economia brasileira o posto de uma das mais saudáveis e atrativas economias pós-pandemia.
Esses excelentes resultados que a economia brasileira apresenta é muito fruto da competência do ministro Paulo Guedes, um craque reconhecido mundialmente e da condução firme e responsável da coisa pública implementada pelo governo Bolsonaro.
Ocorre que, neste momento, o mercado enxerga nuvens negras no caminho da economia brasileira, que podem atrapalhar o futuro promissor desenhado pelos resultados alcançados até aqui.
Em resumo, dois fatores surgem como grandes preocupações:
-
a troca de comando da economia, com incontestável perda de qualidade do gestor e as consequências negativas que este downgrade pode acarretar para a condução da economia;
-
a nova orientação política, desta feita, populista e socialista bolivariana, que traz a todos, lembranças do histórico de desastres econômicos e políticos perpetrados por esta linha ideológica na América do Sul, sempre permeada de corrupção e crises políticas;
Não sem razão, portanto, o mercado expressa sua preocupação. Agora, sentida na instabilidade dos números do câmbio e da bolsa, e, amanhã, podendo refletir nos baixos números dos investimentos, e, consequentemente, baixa atividade econômica e desemprego.
Ao fim e ao cabo, as preocupações do mercado, leia-se num significado amplo, não só investidores, mas também empresários e trabalhadores, não são, obviamente, com os bons números das contas públicas neste final de 2022, e sim, com a condução da economia brasileira pelos próximos anos.
Forte abraços a todos e fiquem com Deus!