Saiba como planejar as finanças para as despesas do começo de 2025
Segundo especialistas, agosto é o prazo-limite para organizar o orçamento do início do ano que vem
Junto às expectativas de recomeço, os primeiros meses do ano também trazem a preocupação com as despesas que se somam nesse período. Além dos novos gastos que, geralmente, são acumulados com as festividades de fim de ano, é preciso ter um planejamento específico para arcar com os custos de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e materiais escolares, por exemplo.
Segundo a economista e consultora financeira Rita Pedrosa, para evitar dores de cabeça com os gastos no início do ano, é essencial planejar-se com pelo menos seis meses de antecedência. Com os principais impostos programados para janeiro e fevereiro, agosto é o prazo-limite para começar o planejamento.
Vale lembrar que no panorama de 2024, realizado pelo Serasa, o índice de cidadãos que tiveram seus nomes incluídos na lista de inadimplentes no mês de janeiro vem aumentando. Em 2023, 70,09% dos brasileiros entraram para a estatística de endividados do mês. Em 2024, o número se manteve em alta, com 72,04%.
Organização
Para evitar entrar na lista dos que estão com as contas em atraso, o consenso entre os especialistas é que tudo seja colocado no papel com antecedência, identificando os valores que precisarão ser desembolsados no período, como IPTU, IPVA, fatura de cartão de crédito, previsão de gastos com as festas de fim de ano, custos escolares, entre outros.
Marcelo Teixeira, que é arquiteto e autônomo, fala da importância de se organizar durante todo o ano. “Como sou autônomo, os gastos de final de ano têm outro peso para mim, já que não posso contar com 13º ou férias. Então, sempre tento fazer uma reserva para roupas e presentes. Sempre tento me programar e quando não consigo, sinto que fui falho com aquele ano”, contou Marcelo.
Escreva a legenda aquiJá a vendedora Emanuelle Rocha diz que não costuma se planejar e sempre se vê apertada nos últimos e nos primeiros meses ano. “Ao longo do ano, outras contas pedem a atenção e se organizar para o final do ano acaba ficando de lado mesmo”, reconheceu.
Dicas
Na prática, é importante traçar planos para honrar esses gastos antes dos prazos de vencimento das faturas. Entenda como essa renda pode ser organizada a médio prazo.
A economista Rita Pedrosa pontua que o planejamento financeiro precisa ser um hábito constante, independente do mês. No entanto, focar na organização para o início do ano pode ser uma boa oportunidade para começar.
O engenheiro Rodrigo Menezes diz que tenta sempre manter um padrão de vida adequado ao seu nível da renda para não gastar além do que pode e ter dores de cabeça na hora de pagar as contas.
Escreva a legenda aqui“Para mim, é importante dar prioridade aos gastos essenciais, depois vêm os secundários e, seguida, fazer uma reserva para melhorar de vida. Acredito que isso vale para todos, do mais humilde ao milionário”, afirmou o engenheiro.
Segundo Rita, depois de identificar, na sua realidade, quais os gastos são costumeiros nessas datas, é imprescindível estabelecer um orçamento como meta.
Além de categorizar as saídas, definir metas claras com prazos definidos, procurar formas de obter renda extra como vender itens não utilizados ou oferecer serviços, pode ser uma saída para otimizar a renda.
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Décimo terceiro
Breno Almeida, economista e especialista em gestão pública, lembra que para os cidadãos em regime trabalhista, os últimos meses do ano são marcados pelo recebimento do 13º salário. O pagamento pode garantir a renda para ser destinada aos altos custos da temporada, mas é preciso lidar com a entrada como um extra e não contar com ela para outros fins.
“O pagamento do 13º salário é um elemento que pode garantir uma renda extra, o ideal é não realizar dívidas pensando nesse valor para que possa contar com ele para essas despesas”, alertou.
Impostos
No começo do ano, além dos tributos estaduais e municipais, como IPVA e IPTU, outras cobranças também podem impactar no bolso do consumidor. Como exemplo, temos a taxa de Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV), que geralmente é cobrada nos primeiros meses do ano junto com o IPVA, bem como a taxa do corpo de bombeiros, que pode ser faturada junto ao IPTU, ou separadamente, dependendo do estado.
Em Pernambuco, a taxa de bombeiros é demandada pelo Governo do Estado. Já o IPTU é um imposto municipal que é cobrado pela secretaria de finanças de cada cidade.
De acordo com Breno Almeida, é importante que o contribuinte cultive uma reserva ao longo do ano para que seja possível optar pelo pagamento integral dos impostos na cota única no início do ano e, assim, obter maiores descontos.
O arquiteto Marcelo Teixeira diz que sempre aproveita o abatimento no valor concedido para realizar o pagamento único, a fim de diminuir os gastos ao longo do ano. Veja como funcionam os descontos no Estado.
Desconto IPTU
O valor do imposto sobre propriedade varia de acordo com cada município, assim como os descontos concedidos. De acordo com a Secretaria de Finanças do Recife (Sefin), o decréscimo para os adimplentes é de 5% em cima do valor da parcela.
Já para os que optarem pelo pagamento da cota única, o desconto dobra, chegando a 10% de abatimento no total das 10 parcelas. Para quem tem alguma dívida junto à prefeitura, a Sefin alerta que os descontos são inválidos para as parcelas, valendo apenas para as cotas únicas.
Desconto IPVA
No caso do IPVA, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PE) oferece o desconto de 7% para quem prefere pagar o valor total do tributo. O custo também pode ser parcelado em 10 vezes e o vencimento fica de acordo com o número final da placa de cada veículo.
O não pagamento do imposto pode acarretar em multas e apreensão do automóvel, bem como impede a regularização do CRLV, que também é cobrado anualmente, resultando em mais um agravante na irregularidade do veículo.
Nesse caso, o valor em aberto deve ser negociado junto à Secretaria da Fazenda de Pernambuco (Sefaz/PE), responsável pelas taxas no caso de inadimplência.
Material Escolar
A volta às aulas também demanda gastos e, por isso, na hora das comprar é importante fazer pesquisa de preço. Além disso, segundo o gerente de atendimento do Procon Pernambuco, Ewerton Farias, os pais devem ficar atentos sobre as despesas que são suas e as que são da escola.
“O Procon divulgou, no início do ano, uma nota técnica que estabelece várias regras sobre instituições de ensino. Materiais como álcool, argila, copo ou brinquedos devem ser custeados pela escola. Os pais só são responsáveis por itens de uso exclusivo do aluno”, alertou Farias.
A pesquisa de preço entre mais de um estabelecimento é indispensável e contar com o orçamento para esse gasto é essencial. No caso das matrículas, Rita Pedrosa lembra que assim como para todas as saídas financeiras, também é necessário haver um orçamento pré-estabelecido para o gasto.
