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Os cinco problemas ortopédicos mais comuns em cães e gatos idosos

Embora algumas patologias não tenham cura, há recursos para administrar os desconfortos do pet

A partir dos sete anos, os pets podem começar a apresentar problemas dessa natureza - Pexels

Cães e gatos, mesmo em idade mais avançada, costumam ser ativos e brincalhões se a saúde estiver em dia, especialmente os animais de pequeno porte.

Mas é natural que, com o decorrer dos anos, os ossos fiquem mais fracos, a coluna, mais cansada, e as articulações, desgastadas. Em razão disso, problemas de locomoção começam a aparecer. 

O tutor pode perceber o pet com alguma dificuldade em atividades diárias simples, como caminhar, deitar, manter-se em pé na hora de se alimentar ou até mesmo encontrar uma posição confortável para dormir. Eles podem, ainda, apresentar alterações de comportamento a ponto de recusar carinhos e brincadeiras ou lamber excessivamente o membro ou articulação dolorida. 

Top 5
Entre os problemas de locomoção que podem resultar nos sinais mencionados anteriormente, cinco estão entre os mais comuns: articulações (osteoartrose), displasia coxofemoral, hérnia de disco, luxação de patela e osteocondrose. 

Os cães idosos são mais predispostos a desenvolverem hérnias de disco, dores articulares, displasias e dores musculares, enquanto, entre os felinos, a incidência maior é de artrose. Conheça mais sobre essas patologias ortopédicas:

1. Osteoartrose
É uma doença degenerativa que atinge as articulações e é causa comum de dor nos pets. Isso ocorre pelo desgaste das articulações, sendo frequente em animais idosos, podendo ser agravado pela obesidade ou por viver em piso liso e subir em camas e sofás muito altos.

Não há cura para a osteoartrose, mas, com tratamento adequado, a dor pode ser aliviada e o animal, uma vida próxima do normal.

2. Displasia de quadril 
A displasia de quadril ou displasia coxofemoral tem geralmente como causa o fator genético ou hereditário. Os sinais clínicos, como a dor, podem ser piorados por excesso ou falta de exercício físico, sobrepeso e até condições do local onde o animal vive, como apartamentos de pisos lisos, por exemplo. 
 

Cão da raça golden retrieverAnimais com sobrepeso têm mais predisposição a desenvolver patologias ortopédicas. Foto: Pexels

O problema acontece pela malformação na articulação do quadril, não permitindo o encaixe correto do fêmur. 

Nesses casos, movimentos básicos, como andar, correr e sentar ficam comprometidos. É comum ver o animal mancar ou manter a pata elevada, pois não consegue encostar no chão.

3. Hérnia de disco
A hérnia de disco ou discopatia é uma degeneração da coluna vertebral. Assim como a displasia, pode ser causada por malformações na coluna ou adquirida por microtraumas/esforços frequentes. 

O disco intervertebral funciona como uma espécie de amortecedor contra choques e danos. A perda de seu conteúdo “gelatinoso”, que é a chamada hérnia de disco, pode causar dor e afetar a medula espinhal. 

Por vezes, a consequência pode ser a perda da comunicação do cérebro com os membros do corpo. Quando há calcificação em estado “petrificado”, deixa de exercer a função de amortecedor. 

Em casos mais graves, além de dor, dificuldade de locomoção e fraqueza, provoca incontinência urinária e/ou fecal e até paralisia, com perda de movimento dos membros.

O estágio da lesão é o que vai direcionar o tratamento a ser seguido. Alguns animais podem evoluir bem com fisioterapia e acupuntura, por exemplo. Outros podem precisar de cirurgia. 

4. Luxação de patela
A luxação de patela é a inimiga dos joelhos, principalmente nas raças pequenas, que têm mais facilidade para correr e subir pelos móveis da casa. 

Quando a patela, que é um osso pequeno do joelho, sofre luxação, o animal se movimenta de maneira anormal. Ele geralmente começa a mancar e sente dificuldade em apoiar a pata no chão, além de favorecer a ruptura do ligamento cruzado do joelho.

5. Osteocondrose
A osteocondrose costuma atacar os ombros, além de cotovelo, punho e joelho. A região fica fragilizada e podem ocorrer lesões. 
 

GatoFoto: Pexels

Isso ocorre pela lentidão da maturação da cartilagem, que pode ser genética ou ocasionada por crescimento acelerado, excesso de cálcio na alimentação e rápido ganho de peso do animal. 

A osteocondrose faz com que a região acometida fique frágil e haja desgaste articular, por exemplo, podendo causar inflamação e muita dor.

Atenção ao comportamento
A evolução nos recursos veterinários e o cuidado cada vez maior dos tutores têm aumentado a expectativa de vida dos pets.

Com mais animais chegando à terceira idade, esses casos se tornam mais comuns. Ao notar qualquer alteração no comportamento do pet, é importante levá-lo para avaliação clínica. 

“A proximidade com o pet faz com que os tutores busquem o melhor da medicina, não importa quão idoso seja. Isso é uma revolução vista nas últimas décadas e abre um grande campo na medicina veterinária: a geriatria”, diz a médica-veterinária Maira Rezende Formenton, integrante da Comissão Técnica de Fisioterapia Veterinária do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).

O profissional poderá indicar opções mais adequadas de tratamento para melhorar a qualidade de vida do animal. Quando observados em estágio inicial, alguns problemas podem ser administrados de forma conservadora, sem a necessidade de intervenções mais invasivas. 

Durante o tratamento, os animais podem contar com um conjunto de técnicas para a reabilitação e garantia de bem-estar, inclusive semelhantes ao que é oferecido ao humano.

Esses cuidados podem incluir exercícios, fisioterapia, acupuntura, dietas específicas, medicação e uso de terapias alternativas, como homeopáticos e fitoterápicos. 
 

Fisioterapia caninaExercício de fisioterapia. Foto: Pexels 

“As técnicas são adaptadas à anatomia do animal, assim como a fisiopatologia e biomecânica. É importante dizer que essas técnicas não são invasivas e, na maioria das vezes, promovem a melhora da dor e proporcionam conforto ao paciente”, explica Maira.

A fisioterapia veterinária conta com uma série de aparatos, como laser, Tens (Estimulação Elétrica Transcutânea), massagem e até hidroterapia. Em outros casos, porém, pode ser necessária intervenção cirúrgica.

Independente do tipo do tratamento a ser realizado, uma coisa é certa: quanto mais cedo for o diagnóstico, melhores serão os prognósticos e maiores as chances de dar conforto e longevidade ao cão ou gato. 

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