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Palpação é aliada contra o câncer de mama também nos pets; saiba como fazer

Ao colocar essa prática na rotina, fica mais fácil perceber possíveis alterações

Realizar a palpação em momento descontraído e de interação deixa o pet mais relaxado - Pexels

Um movimento simples, que não demanda muito tempo ou grande esforço, mas que pode contribuir para salvar vidas. O exame de palpação é um grande aliado no combate ao câncer de mama, pois ajuda na percepção de alterações na região. 

Quando a mulher realiza o autoexame como rotina, ela consegue notar mais facilmente a formação de pequenos nódulos, a saída de secreções pelos mamilos, uma mudança na tonalidade da pele, entre outras possibilidades. 

Ao colocar na rotina uma checagem na cadeia mamária do pet, o tutor passa a conhecer melhor essa região do corpo do animal, a ponto de identificar qualquer mudança que possa vir a acontecer.  

A palpação da região das mamas é o movimento com as pontas dos dedos. Fazendo esse procedimento periodicamente, o próprio tutor poderá perceber se há alguma alteração, inchaços ou alteração de cor. 

“É possível notar o aumento de volume. Em estágio inicial, o nódulo é muitas vezes pequeno, do tamanho de um feijão para menos”, explica o médico-veterinário Otávio Verlengia, membro da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP).

Na maioria dos casos, os nódulos detectados nas mamas de animais domésticos são malignos. Eles podem ter comportamento agressivos e metastáticos (quando atinge outros órgãos do corpo), mas, quando descobertos ainda em estágio inicial, as chances de administrar um tratamento são maiores.

As fêmeas, de fato, são mais vulneráveis, porém os machos não são imunes e, por isso, vale a pena dar uma checada periódica neles também.

Não existem raças caninas ou felinas que tenham maior predisposição à doença. Sabe-se, contudo, que as gatas são responsáveis pela maior parte dos registros de câncer de mama em pets.

Prontinha para o check up.  Foto: Pexels


A detecção de um ou múltiplos nódulos é facilitada conforme o grau de sensibilidade do tutor. Os mais atentos e cuidadosos conseguem diagnosticar de forma bastante precoce.

“É muito importante levar o animal para fazer exames periódicos, check-up e avaliação física, como forma de detectar a doença o mais rapidamente possível”, avalia o médico-veterinário oncologista Rodrigo Ubukata, membro do Grupo de Trabalho em Quimioterapia Veterinária do CRMV-SP.

O isolamento social, inclusive, permitiu que muitos humanos estivessem mais próximos de seus animais dentro do ambiente doméstico, o que aumentou a percepção e o cuidado de muitos tutores, comenta Otávio Verlengia. “Muitos passaram a enxergar cães e gatos como uma verdadeira companhia e a observar e cuidar mais deles.”

Cirurgia
Para que o diagnóstico seja fechado, são necessários exames mais detalhados. Um dos métodos mais utilizados é a punção do nódulo, denominado citologia aspirativa. Trata-se de um exame de triagem para avaliar se é um tumor ou outra afecção. 

Em alguns casos, conforme o estágio da doença, a cirurgia é o único tratamento. “Do contrário, vai crescer e se alastrar até a perda da vida do animal com metástase”, alerta Otávio Verlengia. 

“Pode-se tirar a cadeia mamária inteira ou parcial. Vai depender do médico-veterinário e do estudo no qual ele se baseia”, completa.  

Após o procedimento, o tumor passa por uma biopsia, a fim de saber se é de natureza benigna ou maligna. Esse resultado vai influenciar diretamente na escolha do tratamento mais adequado a ser seguido.

“A avaliação de estágio da doença vai determinar se terá indicação para complementar o tratamento com quimioterapia ou radioterapia”, explica Rodrigo Ubukata.

Castração
É importante lembrar que o exame de palpação das mamas nos pets deve ser parte do protocolo básico de atendimento de qualquer médico-veterinário durante uma consulta, independentemente da queixa do tutor para a visita à clínica. Mesmo quando se trata de fêmea castrada, que tem menor risco de desenvolver a doença.  

“A castração precoce ajuda na prevenção, mas há ainda a questão genética. Assim como mulheres têm histórico familiar direto com tumor de mama, também pode ter influência no caso dos pets. Na maioria das vezes, não se conhece toda a linhagem do animal”, observa Rodrigo Ubukata. 

Segundo o oncologista, há alterações celulares descritas e descobertas que estão envolvidas. Ele cita como exemplo a questão hormonal e uso de anticoncepcionais nos animais. “Uma única aplicação implica em três vezes mais incidência de câncer de mama.”

Nas cadelas, a castração da cadela antes do primeiro cio oferece mais de 99% de chances de o animal não desenvolver câncer de mama, destaca ele. Entre as gatas, a questão hormonal possui influência diferente e a castração por volta de seis a sete meses diminui a incidência da doença em até 90%.

De acordo com Otávio Verlengia, o recomendado é que caninas de raças de pequeno porte (até 10 quilos) sejam castradas, se for o caso, entre o primeiro e o segundo cio. Raças médias e grandes, entre o segundo e o terceiro cio.

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