Setembro vermelho alerta para a prevenção das cardiopatias nos pets
Nesta terça-feira (29), é comemorado o Dia Mundial do Coração. Você já ouviu falar do Setembro Vermelho? Embora pouco divulgada, é uma campanha de extrema importância, que tem por objetivo alertar e conscientizar sobre a prevenção das doenças cardíacas.
As cardiopatias exigem cuidados especiais e, quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maior será a chance de sucesso no tratamento e de melhorar a qualidade de vida do paciente. Isso serve tanto para os humanos quanto para os pets. Sim, eles também podem desenvolver cardiopatias e precisam de zelo.
Então, ao invés de esperar que o seu animal dê sinais de que alguma coisa não vai bem, é melhor realizar check ups regulares para acompanhar a saúde dele. Entre os sintomas mais comuns que podem indicar alguma alteração na saúde do coração dos cães, por exemplo, estão respiração acelerada, tosse seca, falta de ar, indisposição e perda de apetite e peso.
Os felinos, por sua vez, não costumam apresentam tanto a tosse. E o cansaço durante exercício físico também não deve servir de parâmetro, uma vez que os gatos têm uma dinâmica de atividades menos intensas. Mas a apatia, a respiração ofegante e a perda de apetite podem ser indicativos, assim como a fraqueza. Apesar de incomuns, desmaios e cianose (arroxeamento na pele e mucosas) também podem aparecer tanto nos caninos quanto nos bichanos.
Se o seu animal apresentar algum desses sintomas, o mais indicado é levá-lo para uma avaliação. Além disso, pets com mais de sete anos devem fazer exames regularmente, independente de sintomas, pois o avançar da idade é um dos fatores que levam ao desenvolvimento de doenças no coração.
O sedentarismo e a obesidade também contribuem negativamente. E outra questão importante é o fator genético, que surge como uma das principais causas de cardiopatias. Algumas raças são mais propensas a desenvolver doenças e, por isso, devem ser ter um acompanhamento mais específico desde cedo.
“Poodle, Cocker Spaniel, Schnauzer e Cavalier King, além de cães grandes, como o Boxer, Doberman e São Bernardo, têm uma carga genética muito forte para cardiopatia e acabam desenvolvendo doenças muito jovens. Esses precisam de um acompanhando desde cedo para diagnóstico e tratamento. São animais que têm predisposição por causa da linhagem sanguínea, pai, mãe ou avós que possam ter passado genes que venham causar essas cardiopatias”, explica a médica veterinária Thamires Araújo, especialista nos diagnósticos de exames por imagem. Ela alerta ainda para as doenças adquiridas. “É a situação da dirofilariose, que é causada por verme no coração e é bem comum em regiões mais próximas à água, como beira de mar, rios e lagos”, completa.
Boxer, Schnauzer, Cocker Spaniel e São Bernardo estão entra as raçãs que devem fazer acompanhamento desde jovens. Fotos: Pixabay
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Diagnóstico
Os principais exames realizados para checar a saúde do coração são eletrocardiograma e ecocardiograma, mas também pode ser feito um raio-x do tórax. “A radiografia é um dos primeiros exames que pode ser feito, que vai dizer se tem um aumento ou não (no órgão), podendo indicar alguma cardiopatia. E os mais específicos são ecocardiograma e eletrocardiograma. O eco vai mostrar toda a parte morfológica, enquanto o eletro observa a condução elétrica, se vai ter arritmias ou qualquer outro distúrbio”, explica Thamires.
Outro exame importante é a aferição da pressão arterial. As prescrições vão depender do quadro de cada animal. E, no caso dos já diagnosticados com alguma cardiopatia, o intervalo dos exames diminui. "De forma preventiva, devem ser feitos anualmente. Se for diagnosticada alguma doença, passa a ser semestral, já que costumam ser doenças degenerativas e, como toda doença degenerativa, elas progridem”, pontua a veterinária.
Tratamento
Cada cardiopatia vai exigir um tratamento específico, por isso, uma vez diagnosticado como cardiopata, o pet deverá ter acompanhamento regular. O veterinário ministrará não só medicações, mas também indicará a alimentação mais adequada, podendo, inclusive, incluir suplementos vitamínicos.
Ajudará ainda a dosar as atividades a serem realizadas, de forma que o animal não fique sedentário, mas também não exagere nos passeios e brincadeiras. Tudo isso de forma personalizada. Assim como nos humanos, o tratamento de um pet pode não ser aplicável a outro, portanto, a supervisão médica é indispensável.
No dia a dia de um animal cardiopata, devem ser evitadas ainda situações que levem ao estresse, assim como ambientes com barulhos muito altos e/ou estridentes, a exemplo dos fogos de artifício. Temperaturas extremas de calor e frio também são desaconselhadas, por causarem um desequilíbrio no organismo.