Ácido fólico protege o cérebro. Conheça os alimentos ricos com a vitamina
Olá, leitores da coluna Saúde e Bem-estar da Folha de Pernambuco
O ácido fólico é conhecido como folato ou vitamina B9. A princípio remete-se o ácido fólico ao período da gestação para evitar problemas neurais no feto, porém, o seu uso é indicado para todos. O ácido fólico faz muito bem ao cérebro, temos como exemplos os idosos, que são suscetíveis à deficiência de vitamina B9, portanto, público mais vulnerável a casos demenciais e problemas com a cognição. Estudos em fase inicial relacionam o declínio de vitamina B9 aos níveis elevados de homocisteína e Alzheimer, bem como a baixa concentração. A homocisteína é um aminoácido presente no organismo e, em excesso, afeta o sistema cardiovascular. Altos níveis de homocisteína endurecem os vasos, elevando a pressão arterial. Há evidências de que a vitamina B protege contra o acidente vascular cerebral (AVC). O baixo índice do ácido fólico no organismo também tem sido associado à depressão e à resposta aos medicamentos antidepressivos. Claro, que o ácido fólico não substitui a terapia com psicólogo e acompanhamento pelo psiquiatra, mas pode ser um ótimo coadjuvante. Há indícios de que ele age na produção de serotonina, um neurotransmissor que garante o bom humor. Outro dado interessante é que a Sociedade Americana de Câncer declarou que a vitamina previne a progressão da doença. E como vitamina do completo B, o ácido fólico, exerce papel relevante na saúde de pele, unhas e cabelos. A vitamina estimula o crescimento de unhas e cabelos, combate a acne e dermatites.
E quais os alimentos ricos em ácido fólico?
Todas as folhas verdes escuras, ou seja, espinafre, brócolis, couve, alface e salsa. Os cereais integrais, feijões, cogumelos, fígado de galinha, abacate, manga, laranja, tomate, melão, banana, ovo, levedo de cerveja e germe de trigo. Com um cardápio bem variado e equilibrado, pode-se adquirir a vitamina através da alimentação. Porém, em alguns casos, é preciso suplementar e o médico precisa ser consultado.
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SAÚDE E BEM-ESTAR EM PÍLULAS
Miopia - De acordo com um estudo realizado na China, os casos de miopia entre crianças de 6 anos aumentaram 400% nos cinco primeiros meses do isolamento social de 2020, em comparação aos anos anteriores. A pesquisa foi publicada na JAMA Ophthalmology, revista científica com maior fator de impacto dentro do campo da oftalmologia. De acordo com a oftalmologista Catarina Ventura, diretora do Instituto de Olhos Fernando Ventura, esse crescimento excessivo ocorre por conta do uso exagerado de televisão, celulares, telefones e tablets. Além de miopia, as telas também podem causar cansaço nos olhos e deixá-los secos e irritados.
Robótica - O cirurgião oncológico Mario Rino é o responsável pela coordenação do primeiro curso de certificação em cirurgia robótica do Real Hospital Português.
Março lilás: prevenção ao câncer de colo de útero
Cancêr do colo do útero é a quarta maior causa de morte pela doença entre as mulheres - Foto: Canva
Março é o mês da campanha “Março Lilás”, que tem como o objetivo de conscientizar a população feminina sobre a importância do combate e prevenção ao câncer de colo uterino. Também conhecido como câncer cervical, a doença afeta, sobretudo, mulheres acima de 25 anos, e tem como característica marcante a evolução lenta. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), esta é a quarta maior causa de morte por câncer entre a população feminina brasileira, perdendo apenas para o de mama e o colorretal. Para Thales P Batista, médico cirurgião oncológico do Real Instituto de Cirurgia Oncológica (RICO), quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maiores são as chances de cura da paciente. Embora a pandemia tenha dificultado o acesso ao ambiente hospitalar, existem exames de rastreio oncológico de rotina que devem ser priorizados. “Muitas pessoas estão sendo forçadas a adiar consultas e exames importantíssimos para o diagnóstico da doença, o que também pode prejudicar o diagnóstico precoce do câncer do colo uterino. Esse equívoco pode ter consequências devastadoras” alerta.
OPINIÃO – PALAVRA DO ESPECIALISTA
Onde as pandemias se encontram: por que você precisa ficar alerta para a relação entre obesidade e covid-19 grave?
Médica Karina Santos: “estudos alertam: risco de complicações e até de morte causados pelo coronavírus podem dobrar em obesos” - Foto: Theo Holanda
Em meio a um dos maiores desafios da saúde na História da humanidade, tem se dado pouca atenção à relação entre a covid-19 e uma outra pandemia: a da obesidade. Para você ter uma ideia da dimensão do problema, 61,7% da população adulta do país apresenta excesso de peso e 26,8% está obesa, segundo o IBGE. O mais preocupante é que essas pandemias se encontram e se você está brigando com a balança, é melhor ter atenção máxima aos alertas que vêm sendo emitidos desde o ano passado por entidades médicas internacionais, como a Federação Mundial de Obesidade. De acordo com o relatório Covid-19 e a obesidade: O Atlas 2021 , divulgado esse mês pela instituição, 90% das mortes por coronavírus ocorreram em países com altas taxa de obesidade. Já o documento oficial da Federação Latino Americana de Obesidade aponta que o risco de morte para doentes da covid-19 com obesidade do nível 1 (ou seja, pessoas com índice de massa corporal, IMC, de 30 a 34,9) é 23% maior. O IMC é um indicador para avaliar se a pessoa está numa faixa de peso ideal - proporcional a sua altura. Esse risco, também segundo o documento, é 81% maior para os doentes com obesidade do nível 2 (IMC entre 35 e 39,9). E se a obesidade for de nível 3 (IMC acima de 40), o risco de que o coronavírus leve a óbito é praticamente o dobro em relação a uma pessoa na faixa de peso ideal. Mas se você se enquadra num desses grupos, saiba que existem tratamentos eficazes para o excesso de peso e que estão cada vez mais avançados, incluindo desde reeducação alimentar e atividade física até psicoterapia e uso de medicações de última geração quando necessário. E, sim, cada vitória ao longo do tratamento faz grande diferença na guerra contra o coronavírus. Pequenas perdas de peso, de 3 a 5% por exemplo, já podem reduzir o risco de complicações por covid-19. Portanto, comece a reagir agora. Procure tratamento com um especialista em obesidade, não apenas para mudar, mas para preservar a sua vida.
Karina Santos é médica e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
CRM 14918/PE
RQE 3110
Instagram: @karinasantosendocrino