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Afinal, o que é comorbidade?

Comorbidades são doenças associadas, por exemplo: hipertensão e diabetes - Imagem Pixabay

Olá, leitores e internautas que acompanham a coluna Saúde e Bem-Estar da Folha de Pernambuco

Comorbidade é a junção de duas ou mais doenças em um mesmo indivíduo. Por exemplo, se um pessoa tiver hipertensão (pressão alta) e um problema endócrino, como o diabetes, ela tem patologias associadas, ou seja, ela tem comorbidades.

Existem grupos e faixas etárias que podem mais facilmente ser acometidos por mais de uma doença. Os idosos são um exemplo disso. Um idoso que tem somente hipertensão, fala-se em doença de base. Quando ele é diagnosticado com Alzheimer, por exemplo, pergunta-se: o idoso tem pressão alta? Então, a doença base é a hipertensão arterial e ele tem a comorbidade Alzheimer.

Aquela pessoa que tem doença de base está mais sujeita a ter um sistema imunológico mais frágil, em especial que tem mais de 65 anos. Neste sentido, a covid-19 tem um terreno mais propício em situações onde o acometido possui mais de uma doença.

No caso da obesidade, a mesma é uma doença base para outras patologias, como hipertensão, diabetes, colesterol alto, varizes, apneia do sono, alguns tipos de câncer, pedras na vesícula, entre outras. 

Portanto, temos que tratar a doença base e as suas possíveis comorbidades. Cuide-se

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Saúde em Pílulas

Vírus - Com o número de casos de coronavírus subindo novamente, o medo da população em relação ao vírus aumentou. Conforme constatou o site Trocando Fraldas em seu mais recente estudo; 63% dos brasileiros ainda têm medo de se infectar com a Covid-19. Esse medo é ainda maior para as pessoas que perderam alguém próximo, com 74% dos participantes; e também entre as mulheres, com 63%, contra 51% para os homens.

 

Palavra do Especialista

Infertilidade deve ser investigada e tem tratamento

Médica Adriana GarizMédica Adriana Griz alerta que a infertilidade é um problema mais comum que se imagina - Foto: divulgação

A causa da infertilidade pode estar no homem, na mulher ou em ambos A infertilidade é um problema mais comum do que se imagina. Acomete cerca de 15% da população mundial, o que significa que 1 a cada 6 casais apresentará dificuldade para engravidar espontaneamente.

É considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma doença do sistema reprodutivo feminino ou masculino, caracterizada pela falha em atingir uma gravidez com sucesso após 12 meses de relações sexuais regulares. 

Mulheres com menos de 35 anos devem iniciar uma investigação após 1 ano de relações sexuais frequentes sem uso de métodos contraceptivos. No caso de mulheres entre 35 e 39 anos, essa investigação deve ser iniciada antes, após 6 meses de tentativa. E a partir dos 40 anos está indicada avaliação após 3 meses.

Muito importante: a infertilidade é conjugal, ou seja, envolve o casal e não apenas um dos cônjuges. Desta forma, tanto a mulher como o homem devem ser investigados, pois em cerca de 30% dos casos ambos apresentam causas de infertilidade. O tratamento varia de acordo com as causas encontradas, mas conta com técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade, como o coito programado e a inseminação intrauterina, até técnicas de alta complexidade como a fertilização in vitro.

É muito importante falarmos sobre este assunto, uma vez que a construção de uma família é um sonho da maioria dos casais e o retardo na procura por um especialista pode gerar desgastes, ansiedade e até piora das taxas de sucesso nos tratamentos.

Adriana Griz é médica especialista em reprodução humana
CRM/PE: 17733
@dra.adrianagriz

 

 

Especial

Luto gestacional, um luto silencioso

Médico Daniell Lafayette

Para o médico Daniell Lafayette "o luto gestacional, infelizmente, muitas vezes, fica em uma zona de penumbra" - Foto: Divulgação

Uma em cada 4 mulheres sofrem algum tipo de aborto. E esse tipo de perda, geralmente é subestimada pela sociedade. Dificilmente, as pessoas a reconhecem como um luto. Havendo sempre comparação com quem passa por essa situação ou menosprezando o sentimento da mãe referente ao momento que ela esteja vivendo.  Mas, nenhum luto é comparável ou pode ser classificado em alguma hierarquia, mas dá pra dizer entre os lutos que são subestimados ou impedidos de serem chorados, a perda gestacional, precoce ou tardia, é particularmente cruel. Fazendo com que, esse momento seja ainda mais doloroso e solitário.  Segundo o médico psiquiatra Daniell Lafayette: "Esse luto também é existente nos parceiros ou parceiras. Um conceito pouco explorado e pouco pesquisado, muitas vezes visto com uma tentativa da sociedade para que seja um evento “natural” ou “comum”, obviamente não o é para quem sofre. Falamos de um momento incomum, que fica em uma zona de penumbra entre os “sonhos e expectativas não realizadas” e a “morte de um ser já nascido, formado e consciente”." 
Viver o luto gestacional também é outro fator importante, para a mulher poder seguir em frente. “O casal e/ou a família passa por um momento de perda e finalização de expectativas. Esse momento traumático pode trazer um começo de conflitos nos indivíduos. Podem sentir-se confusos, pois alguns não entendem a fase de luto por “alguém que não conheceu”. No entanto, a gestação normalmente traz sonhos, expectativas, a participação em exames de rotina, cuidados específicos, a felicidade compartilhada da chegada de um filho. E o principal, sentir as alterações hormonais e anatômicas de uma gestação, perceber que há uma VIDA crescendo e sendo compartilhada. Esses sentimentos podem estar presentes em gestações planejadas ou não e em mães que optam por induzir um aborto (legal ou não, esse não é o ponto central desta discussão, mas sim os sentimentos). Esse trauma pode trazer sintomas ansiosos, depressivos, fóbicos, dentre outros. Algumas pessoas que conversei, tentaram trazer um sentido de “normalidade” e tentaram forçar-se a aceitar e superar. Outras mulheres começaram a ter medo de passar novamente por esse processo e voltaram a fazer métodos anticoncepcionais. Há também o sentimento de culpa, de ter falhado, de não ter melhor cuidado, de ter “participado da morte” daquele feto. Então viver o luto, mesmo que seja confuso, é necessário para se ter seu próprio tempo, criar forças, resolver conflitos e tomar qualquer decisão que seja para o seu futuro.", ressalta Daniell Lafayette. Então, o melhor que tem a fazer, ao ver alguém passando por essa situação é deixar com que ela chore o que tiver vontade de chorar, sem silenciar o que ela estiver sentindo.

Por Ariella Medeiros - jornalista

Daniell de Siqueira Araújo Lafayette é médico residente em psiquiatria
@daniell.lafayette

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