Alimentação também pode atrapalhar o sono
Olá, internautas que acompanham a coluna Saúde e Bem-estar:
Sabemos que a alimentação interfere nas questões da saúde do corpo e da mente, no caso do sono é uma situação que deve ser analisada com atenção. Na insônia, certas substâncias podem potencializar ou melhorar o quadro. Alimentos devem incluir o magnésio - auxilia na diminuição dos níveis, no organismo, do hormônio do estresse, o cortisol, e o triptofano, auxilia a produção natural de melatonina. Já a cafeína e o álcool podem prejudicar o sono regenerador das pessoas que têm insônia.
Segundo estudos, quem se alimenta de maneira equilibrada ao longo do dia tem menos fome no jantar e consequentemente não faz refeições pesadas no período noturno, o que evita o desconforto estomacal que pode prejudicar o sono contínuo. O ideal é que a última refeição seja leve e rica em alimentos integrais.
Substâncias que podem atrapalhar o sono:
Álcool - É comum a crença de que o hábito de tomar uma taça de vinho antes de dormir pode trazer benefícios. O álcool é, de fato, uma substância que dá sono - a sua ingestão potencializa a GABA. No entanto, o álcool causa um sono extremamente superficial, ou seja, um sono não reparador, fazendo com que a pessoa acorde cansada. Além disso, 8h a 12h após o uso de álcool, é comum que haja uma ansiedade rebote, com sintomas de palpitação, agitação, irritabilidade e até crises de ansiedade no dia seguinte.
Cafeína - É um estimulante presente em bebidas como café, chá preto e energéticos, conhecido por ter efeito sobre o sistema nervoso central e por aumentar o estado de alerta. Ela age bloqueando a adenosina, substância responsável pelo estado de sonolência e por isso, o seu consumo não é indicado depois do final da tarde.
Açúcar - Alimentos e bebidas açucaradas, como doces e refrigerantes, elevam os níveis de glicemia e aumentam a liberação da insulina, o que deixa a pessoa em estado de alerta devido ao pico glicêmico.
Gorduras - O consumo de alimentos gordurosos, como frituras e alguns tipos de carnes, dificultam o esvaziamento gástrico, o que lentifica a digestão e deixa o estômago com uma sensação de "pesado." A gordura saturada está relacionada ao aumento do cortisol (hormônio do estresse), além de diminuir a produção de leptina e elevar a produção de grelina, hormônios relacionados ao aumento da saciedade e ao aumento do apetite, respectivamente.
Sódio - Alimentos com muito sal costumam aumentar a sede. Sendo assim, o consumo deste tipo de alimento próximo da hora de dormir não é indicado, pois a ingestão de água dará vontade de ir ao banheiro durante a noite, o que acabará prejudicando o período de sono e aumentará a chance de uma insônia intermediária.
Alimentos que ajudam a melhorar o sono
Triptofano - Os alimentos ricos nesse aminoácido, como o leite, aveia, mel, queijo branco, tomate, kiwi e amêndoas, são excelentes no favorecimento da produção de melatonina no organismo, hormônio que regula o sono, além de atuar na e ajuda na produção de serotonina, substância conhecidamente associada à diminuição de ansiedade.
Magnésio - O mineral está presente no alho, banana, salmão, feijão e espinafre, e pode ajudar a melhorar a qualidade do sono, já que ele diminui os níveis de cortisol - hormônio relacionado ao estresse. Além disso, o magnésio também tem o poder de aumentar a GABA, um neurotransmissor que inibe o funcionamento de todo o sistema nervoso e promove, assim, o relaxamento.
Ômega-3 - Considerada uma gordura saudável, ela está presente nas sementes de linhaça e chia, na sardinha, no atum e nas nozes. O ômega 3 possui um importante efeito para redução da inflamação cerebral, o que é fundamental para que nosso cérebro possa adormecer com naturalidade.
Vamos cuidar da nossa alimentação e ter uma boa noite de sono.
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SAÚDE EM PÍLULAS
Prevenção - O HOPE faz uma ação para conscientizar a população sobre o glaucoma, essa doença silenciosa que é a principal causa de perda de visão irreversível no mundo. Chamada de Hope Alerta, a ação itinerante acontece no Shopping Patteo Olinda, no piso L2, de 31 a 02 de junho, com orientações sobre sintomas, fatores de risco, tratamentos e alertando sobre a importância do diagnóstico precoce. Além disso, aqueles que apresentarem os fatores de risco poderão ser direcionados para a unidade do HOPE dentro do Shopping para realizar o exame de tonometria.
Doméstico I - Durante a pandemia, um dado preocupante foi verificado: o aumento dos acidentes domésticos. Crianças e idosos estão entre as principais vítimas. Segundo o Ministério da Saúde, 70% dos acidentes acontecem nas residências, no entanto, as quedas podem ser evitadas através de cuidado redobrado e algumas adaptações na arquitetura do ambiente familiar.
Doméstico II - Especificamente sobre banheiros, o cuidado precisa ser redobrado. As pessoas pensam que acessibilidade é ter apenas uma barra de apoio no banheiro, porém, envolve um conjunto de medidas preventivas para conseguir um bom resultado. O gerente do Home Center Ferreira Costa, Sosthenes Portela, aconselha, se possível, deixar o box mais amplo, de modo que o vaso sanitário fique dentro dele. "A divisão entre o assento e a área do chuveiro fica por conta de uma porta de vidro com dobradiças", conclui Sosthenes.
Pandemia piora distúrbios do sono de crianças e adolescentes com autismo, aponta pesquisa
Pesquisa revela sobre qualidade do sono em crianças e adolescentes com autismo - Foto: Canva
Crianças e adolescentes com autismo apresentam distúrbios de sono com prevalência maior do que a população. Pesquisa do Instituto do Sono mostrou que a pandemia intensificou essas queixas. Antes da crise sanitária, 48% dessas crianças e desses adolescentes precisavam dormir no quarto dos pais. Agora, esse porcentual saltou para 60,4%. Outro problema apontado foi o fato de elas permanecerem acordadas por mais de 30 minutos ao longo da noite. Antes da pandemia, esse risco era 3,8 vezes maior em crianças com autismo do que naquelas sem esse transtorno. Com a crise sanitária, o risco é 4,6 vezes maior. “A privação de sono modifica o comportamento de crianças e adolescentes com autismo, provocando desatenção, agressividade, irritabilidade e hiperatividade. Com a crise sanitária, os distúrbios de sono cresceram, abalando mais o cotidiano das famílias”, afirma a Professora Doutora Sandra Doria Xavier, coordenadora do estudo. A pesquisa envolveu 319 crianças e adolescentes, dos quais 106 com autismo, 53 com a síndrome de Cri du Chat e 160 sem nenhuma questão neurológica.
OPINIÃO – PALAVRA DO ESPECIALISTA
Tratamento do câncer em mulher jovem deve considerar o aspecto da fertilidade
Câncer e fertilidade em mulheres - Foto: Canva
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que 316.280 mil mulheres serão diagnosticadas com algum tipo de câncer em 2021. Deste total, cerca de 22% se referem a casos de pessoas com idades entre 20 e 49 anos. O tratamento oncológico inibe a proliferação de células cancerígenas, mas também pode interferir nas células germinativas. Por isso, é recomendado que as mulheres com diagnóstico de câncer devam ter acompanhamento de um especialista em preservação da fertilidade, sempre que possível, antes de iniciarem os seus tratamentos oncológicos. A linha de cuidado oncológico para mulheres jovens deve sempre levar em conta os aspectos relacionados à fertilidade para que a tomada de decisão sobre as terapias a serem empregadas considerem outros aspectos relativos à integralidade dessa pessoa para além da doença, tais como seus desejos futuros no tocante à maternidade. Por isso, é essencial a atuação conjunta de uma equipe multidisciplinar, que ajudará a paciente nesse processo de entendimento daquilo que pode ser feito no tocante à preservação das suas chances de gravidez futura.
Ana Carolina Branco é oncologista da Multihemo Oncoclínicas
@multihemo