Confraternização de Natal com o núcleo familiar
Olá, leitores e internautas que acompanham a coluna Saúde e Bem-Estar da Folha de Pernambuco
Ainda em plena pandemia do coronavírus é responsabilidade de todos cultivar o hábito do distanciamento social, da não aglomeração, da higienização constante das mãos e a correta utilização da máscara.
Natal é uma festa que mexe com as emoções, sentimentos e lembranças. Essas sensações são mais intensas nos idosos, porém, é interessante ter a confraternização presencial apenas com o núcleo familiar da própria casa.
O idoso pode até estar se protegendo, porém, as visitas podem levar o vírus para dentro da casa. Todo cuidado é pouco. Vamos esperar a vacinação para ter ações afetivas mais intensas.
Erro grave: tem pessoas que pretendem passar a ceia da noite de Natal com uma parte da família. E no almoço do dia 25 com a outra parte. Tal atitude fará o vírus se espalhar, muito cuidado.
Vamos viver o Natal na amplitude da palavra amor, praticando a empatia, se solidarizando com as pessoas que tiveram entes queridos falecidos devido ao vírus.
Portanto,
-Opte por fazer confraternização de Natal com o núcleo familiar já corriqueiro;
-Prefira os encontros on-line. Tendo que fazer presencial faça em local aberto e arejado.
As referidas ações não vão barrar a pandemia, porém, são úteis para diminuir o maior impacto da Covid-19 e, neste sentido, evitar mais pessoas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
Feliz Natal com autocuidado e empatia.
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Saúde em Pílulas
Fertilidade - Em recente estudo, pesquisadores da Flórida, nos Estados Unidos, perceberam dano testicular significativo em homens que morreram em decorrência do coronavírus. Cientistas do mundo inteiro estão investigando os efeitos do vírus no esperma e a relação com a fertilidade. O urologista Dimas Antunes enfatiza que essas análises são preliminares, mas importantes para entender como as alterações ocasionadas pela infecção podem comprometer a fertilidade masculina, permitindo orientações sobre quanto tempo as pessoas com Covid-19 devem esperar para ter filhos.
Disfunção erétil - De acordo com estudo publicado pela revista Jama Open Network, homens que praticam a dieta mediterrânea possuem menos risco de apresentarem episódios de disfunção erétil. A pesquisa foi realizada com mais de 20 mil homens. A dieta, que faz menção ao estilo de vida dos moradores das regiões banhadas pelo Mar Mediterrâneo, a exemplo de Grécia e Itália, baseia-se no consumo de itens frescos e naturais, tais como frutas, vegetais, peixes, azeite, oleaginosas, grãos, vegetais e pequenas quantidades de leite. O urologista Filipe Tenório alerta que entre os pacientes mais jovens o impacto da dieta foi maior, e quem aderir à dieta mediterrânea tem quase 20% menos chance de ter disfunção erétil quando comparado aos homens jovens que não aderiram a esse tipo de dieta
Câncer de pele - O oncologista Sergio Jobim Azevedo, líder do grupo de pele da Oncoclínicas, alerta para dois mitos comuns em relação ao câncer de pele: Toda pinta escura é câncer e que existe exposição ao sol 100% segura. No primeiro caso, é preciso atenção com pintas que coçam, que crescem e sangram. Já no segundo caso, o especialista explica que é preciso evitar excessos e sempre tomar sol com moderação. E os cuidados devem ser seguidos o ano inteiro e vale intensificá-los no verão. Isso inclui evitar ao máximo se expor diretamente ao sol, em especial das 10 às 16 horas, sempre usar protetor solar e não abrir mão de viseiras, chapéus e/ou bonés, bem como roupas e óculos de sol com proteção UV, em momentos de exposição mais intensa aos raios.
Enfermagem - O movimento Abrace a Enfermagem, criado pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), gerou grande engajamento nas redes sociais nas últimas semanas, chegando à marca de quase 7 milhões de pessoas impactadas pela ação em um período de 20 dias. Personalidades como Regina Casé, Alceu Valença, Fernanda Paes Leme, Mumuzinho, entre outros artistas e influenciadores, participaram da campanha.
Palavra do Especialista
Final de ano: gordura no fígado preocupa especialistas
O médico Marcos Miranda Filho alerta sobre a gordura no fígado e que 15% das pessoas podem evoluir para um quadro mais sério, a esteato-hepatite. Quando isso ocorre, o fígado torna-se refém de inflamações e lesõeo. Foto - Divulgação
O final de ano chegou, e mesmo sendo um ano atípico devido à pandemia causada pela COVID-19, as famílias já estão providenciando as ceias para comemorar o Natal. A época, propícia para consumo de alimentos calóricos associados a bebidas alcoólicas, costuma ser uma combinação não muito favorável para o fígado, que pode apresentar problemas.
Por ter essa característica silenciosa, essa parte do corpo humano pode mascarar uma doença que cresce em índices alarmantes: a esteatose hepática não alcoólica, também conhecida como gordura no fígado. O mecanismo de acúmulo de gordura no interior das células do fígado é natural, utilizado para estocar energia, mas quando passa de um limite aceitável necessita de uma abordagem terapêutica. É importante pontuar que esse fenômeno não ocorre de maneira isolada, ele é resultado de outras anormalidades no organismo.
De acordo com o Ministério da Saúde, 55,7% da população adulta do país apresenta excesso de peso e 19,8% está obesa, de acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Apesar da obesidade ser a maior causa da esteatose, pessoas magras também podem ter um aumento de gordura no fígado, nestas ocasiões o sedentarismo e o consumo excessivo de álcool tornam-se os principais antecedentes; além de existir ainda a possibilidade rara de síndromes genéticas de erros no metabolismo do colesterol.
O grande alerta é que 15% desses indivíduos podem evoluir para um quadro mais sério, a esteato-hepatite, Quando isso ocorre, o fígado torna-se refém de inflamações e lesões, dessa maneira não consegue trabalhar direito, sendo observado como aumento das enzimas hepáticas nos exames de sangue. Se não houver tratamento adequado, pode evoluir para cirrose e câncer.
A maioria dos pacientes não apresenta sintomas ou sinais nas primeiras fases da doença, porém em seu estado intermediário, eles poderão se queixar de dores abdominais, cansaço e fraqueza, além de barriga inchada e perda de apetite. O mais grave já em fases avançadas, porém, é que os principais sinais aparecem diretamente no fígado, por isso o paciente costuma apresentar hemorragias, tremores e confusão mental.
A boa notícia é que dá para intervir bem antes dessas complicações se manifestarem. Basta fazer um ultrassom para ter o diagnóstico e, a partir daí, iniciar uma terapia efetiva. O pilar do tratamento é emagrecer por meio de mudanças na dieta e prática de exercícios, mas para isso a evolução tecnológica dos exames de imagem permite a possibilidade de detectar, caracterizar e acompanhar a doença.
Em geral, os exames de imagem costumam ser aplicados para estreitar a lista de diagnóstico e acompanhar a evolução dos pacientes, dessa maneira, eles auxiliam na avaliação da resposta ao tratamento e de suas complicações de maneira prática.
Marcos Miranda Filho é médico radiologista da Lucilo Maranhão Diagnósticos
CRM/PE: 16.341
RQE: 4839
@lucilomaranhaodiagonsticos