Obesidade contribui para baixar a imunidade do organismo
Inflamação do corpo é uma das características da pessoa obesa
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Olá, leitores da coluna Saúde e Bem-estar
Antes de qualquer coisa, tenho que informar que a obesidade é uma doença crônica, inflamatória e tem alta morbimortalidade. Não é simplesmente uma condição comportamental, como muitos julgam. A obesidade é tão séria que pode, inclusive, intervir diretamente na imunidade, por exemplo. A obesidade é fator de risco para outras patologias, como hipertensão, diabetes, colesterol alto, varizes, apneia do sono, gordura no fígado e alguns tipos de câncer. A obesidade pode influenciar na inflamação do corpo e a baixar a imunidade, assim como alterar a resposta rápida dos glóbulos brancos em lutar contra diversas infecções.
Você deve estar se perguntado: o que é uma comorbidade?
Comorbidade é a junção de duas ou mais doenças em um mesmo indivíduo. Por exemplo, se uma pessoa tiver hipertensão (pressão alta) e um problema endócrino, como o diabetes, ela tem patologias associadas, ou seja, ela tem comorbidades.
Existem grupos e faixas etárias que podem mais facilmente ser acometidos por mais de uma doença. Os idosos são exemplos disso. Um idoso que tem somente hipertensão, fala-se em doença de base. Quando ele é diagnosticado com Alzheimer, por exemplo, pergunta-se: o idoso tem pressão alta? Então, a doença base é a hipertensão arterial e ele tem a comorbidade Alzheimer.
A obesidade também pode interferir no sistema imunológico dos indivíduos, independentemente da idade. Aquela pessoa que tem doença de base está mais sujeita a ter um sistema imunológico mais frágil, em especial de mais de 65 anos. Portanto, temos que tratar a doença base e as suas possíveis comorbidades
Para uma pessoa ser considerada obesa, o seu índice de massa corporal deve ser calculado. De uma forma geral, o critério que a Organização Mundial da Saúde recomenda e o que mais utilizamos para classificar o estado nutricional do indivíduo é o IMC [Índice de Massa Corporal]. Esse índice é calculado da seguinte forma: peso [em kg] dividido pela altura² [em metros]. Uma pessoa é classificada com excesso de peso (sobrepeso) se este IMC é igual ou superior a 25 kg/m² e classificada com obesidade quando o IMC é igual ou superior a 30 kg/m². Porém, existem outros critérios mais específicos para diagnóstico como o percentual de gordura corporal e a massa de gordura corporal, que são realizados por antropometria ou bioimpedância.
Deste ponto podemos dizer que a obesidade mórbida é uma forma de acúmulo excessivo de gordura no corpo, caracterizada pelo IMC maior ou igual a 40 kg/m². Esta forma de obesidade é também classificada como grau 3, que é a mais grave, pois, neste nível, o excesso de peso coloca em risco a saúde e tende a diminuir o tempo de vida.
O sobrepeso e a obesidade devem ser tratados corretamente contribuindo, assim, para uma melhor qualidade de vida.
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Rafael Coelho
Pílulas
Com a chegada da menopausa algumas mulheres costumam perceber também a perda involuntária de urina
Existe tratamento para a perda invonlutária da urina nas mulheres - Foto: Canva
O urologista Dimas Antunes explica que a incontinência urinária de esforço costuma ser a mais comum nesta população e pode ocorrer durante a atividade física, sobretudo durante exercícios com peso, além de situações corriqueiras como tossir e espirrar.
"Os baixos níveis de estrogênio e a pouca vascularização na região pélvica são possíveis causas. Contudo, a condição tem solução. O tratamento adequado pode aliviar o desconforto, bem como devolver a autoestima", esclarece Dimas Antunes.
Palavra do Especialista
Maio Verde alerta sobre a prevenção e combate ao glaucoma
Glaucoma é a segunda causa de cegueira no mundo - Imagem: Canva
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) atestam que o glaucoma é a segunda causa de cegueira no mundo. Caracterizada pelo aumento da pressão intraocular, a doença provoca danos no nervo óptico, é silenciosa e muitas vezes descoberta em estágio avançado, o que torna a cegueira irreversível.
“Por isso, o diagnóstico e o tratamento precoce são aliados para conter o seu desenvolvimento. E o maio verde, mês de prevenção e combate ao glaucoma, tem o dia 26 como a data especial para alertar a população sobre os perigos da patologia”, destaca Roberto Galvão Filho, oftalmologista do Instituto de Olhos do Recife (IOR) e presidente da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG).
No Brasil, há um percentual aproximado de 3,4% de pessoas, com idade acima de 40 anos, com glaucoma.
“É uma doença multifatorial marcada pela destruição permanente de células da retina que formam o nervo óptico. Essa perda de células ganglionares leva à defeitos no campo visual, começando da periferia para o centro, levando à cegueira se não for tratada a tempo”, alerta Galvão Filho.
Sua principal característica é ser assintomática nas fases iniciais. Quando o paciente percebe algum problema de visão, já tem perdido entre 40 e 60% do nervo óptico.
TIPOLOGIA - Quase 90% dos pacientes com glaucoma desconhecem que são portadores. O Glaucoma de Ângulo Aberto é o tipo mais comum, representando 2,4% dos casos.
“O aumento da pressão intraocular é o principal fator causador, mas defeitos vasculares, viroses e até deficiências na imunidade já foram postulados como causa”, relata o oftalmologista do IOR.
O glaucoma é mais frequente após os 40 anos, atingindo o pico de prevalência entre pacientes com idade entre 60 e 70 anos.
Segundo Galvão Filho, não existe prevenção para a doença, mas esta pode ser combatida com informação, detecção e tratamento nas fases iniciais, quando os danos no campo visual ainda não se instalaram.
“O diagnóstico precoce só pode ser realizado em consultório oftalmológico. O paciente precisa saber o que é o glaucoma e seus fatores de risco, dentre eles, pressão intraocular elevada, histórico familiar, miopia, ser da raça negra, ter hipertensão arterial ou diabetes”, explica o médico.
EXAMES - O glaucoma pode ser diagnosticado por meio de exames de imagem. Aparelhos de tomografia óptica computadorizada (OCT) podem achar a doença até oito anos antes dos primeiros sinais. De acordo com Galvão Filho, o paciente com a patologia pode e deve ter uma vida normal depois do diagnóstico, bastando seguir as orientações do seu oftalmologista.
TRATAMENTO - Quanto ao tratamento, este é realizado a base de colírios e procedimentos cirúrgicos com lasers e cirurgias fistulizantes, além de implantes de tubos de drenagem internos, microinvasivos e externos.
O uso de colírios é base do tratamento do glaucoma - Foto: Canva
“O colírio é bastante eficiente e resolve mais de 80% dos casos, contudo, precisa do uso diário e constante por toda a vida”, explica o médico.
O cuidado inicial com laser, principalmente o laser seletivo, tem avançado como tratamento de primeira escolha em muitos países, com o benefício de apresentar poucos efeitos colaterais e ter o mesmo resultado de redução da pressão por mais de cinco anos com uma só aplicação e um custo muito menor que os colírios.
RISCOS – Galvão Filho recomenda pequenas mudanças de hábitos na rotina, que ajudam a tratar a doença.
“Sabemos por estudos clínicos controlados, que a prática regular de exercícios físicos reduz a pressão intraocular e pode melhorar o fluxo sanguíneo para o nervo óptico. Outros dados indicam que a meditação pode ter o mesmo efeito. Além de melhorar as condições vasculares e imunológicas do indivíduo, a alimentação saudável também pode fazer bem e prevenir o glaucoma. Contudo, não há ainda estudos conclusivos a esse respeito”, diz Galvão Filho.
Outro fator de risco é a ligação entre diabetes e glaucoma. Inclusive, a doença já foi chamada de "diabetes do olho", em um passado recente.
“O que sabemos de fato é que o diabetes apresenta um risco importante para se desenvolver glaucoma. Os mecanismos para isso parecem ser elementos vasculares que podem estar associados às duas condições”, destaca o médico.
O estresse também pode contribuir no desenvolvimento da doença, modificando fatores vasculares e imunológicos que podem aumentar a pressão intraocular, diminuir o fluxo de sangue para o nervo óptico e apressar a morte de células afetadas pelo glaucoma.
SUS - A rede pública de saúde brasileira oferece tratamento para a doença. Muitas cidades do Brasil fornecem o colírio, sem custo, pelo SUS, e a maior parte dos procedimentos cirúrgicos também estão disponíveis.
Atualmente, a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) está no processo de certificação do laser seletivo para ser oferecido ao SUS.
“Estamos também preparando um guia de diagnóstico e tratamento eficiente da doença para oferecer às cidades interessadas em tratar seus pacientes. A SBG se propõe a ajudar na implantação do atendimento adequado e na orientação do acompanhamento dessas pessoas”, informa Galvão Filho.