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Obesidade e diabetes podem causar disfunção erétil

Especialistas destacam a importância do controle da obesidade e do diabetes para o desempenho sexual

Medicamentos facilitadores de ereção podem ser prejudiciais à saúde - Canva

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A obesidade e o diabetes tipo 2 atingem diretamente o sistema cardiovascular e estão intimamente ligados à disfunção erétil, também conhecida como impotência sexual. No Brasil, a obesidade afeta 26,8% da população, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Já o diabetes atinge mais de 16 milhões de pessoas no país, conforme dados divulgados pelo Atlas da Federação Internacional de Diabetes.
 
De acordo com Tarissa Petry, endocrinologista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a disfunção sexual masculina é, em muitos casos, um sintoma do diabetes, da obesidade ou das duas patologias associadas. Quando o diabetes interfere no desempenho sexual, isso ocorre porque a doença causa uma série de alterações vasculares e sensitivas que comprometem a circulação dos vasos sanguíneos, inclusive da região genital.

“Para que o homem consiga manter uma ereção, o sangue deve fluir para o pênis. No entanto, o diabetes tipo 2 interfere nessa vascularização causando dificuldade ou incapacidade de manter a ereção peniana rígida o suficiente para atingir uma atividade sexual satisfatória”, explica a especialista.

Portanto, fazer o controle dos níveis glicêmicos e o tratamento adequado para o diabetes, reflete também na saúde sexual masculina.
 
No caso da obesidade, a disfunção erétil pode ser psicológica ou hormonal.

“Alguns homens, quando estão acima do peso, acabam ficando inseguros, abalados, deprimidos e frustrados. E claramente esses sentimentos interferem no desempenho sexual”, assegura

Complementa:

“Devemos também ficar atentos aos desequilíbrios hormonais que a obesidade traz, a enzima aromatase, encontrada na gordura, que transforma a testosterona em hormônio feminino, fazendo com que o homem perca hormônio masculino quando está acima do peso. Quanto mais gordura, mais ela será convertida em hormônio feminino e maior a dificuldade de ereção”, esclarece a  Tarissa.

Nesse caso, o controle do peso com acompanhamento médico é o primeiro passo para recuperar o bom desempenho sexual.
 
A médica destaca ainda que pessoas com mais de 60 anos, podem confundir disfunção sexual causada pelo diabetes ou obesidade com uma disfunção causada pelo avançar da idade.

“Quando o homem é mais velho acaba achando que é normal ter disfunção sexual e pode não ser bem isso. Então, procurar um médico é sempre a melhor forma de detectar e tratar as causas da doença e voltar a ter disposição sexual”, reforça.
 
 

Cuidados com os medicamentos facilitadores de ereção

Apesar de não haver estudos brasileiros que determinem e relacionem a obesidade e o diabetes tipo 2 com a disfunção erétil, trabalhos recentes publicados, na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos revelam, respectivamente, que 16% e 25% dos pacientes desses países com diabetes sofrem também de disfunção sexual. Para  Alexandre Danilovic, urologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, esses dados refletem igualmente a realidade do nosso país.

“O que observamos na prática clínica é que cerca de 40% dos homens com mais de 40 anos enfrentam algum tipo de disfunção erétil. E por entendermos que a disfunção sexual é um marcador clínico para doenças cardiovasculares, muitas vezes ligada ao diabetes ou ao excesso de peso, alertamos para a necessidade de procurar ajuda médica”, adverte o especialista.
 
 

Danilovic chama a atenção para a utilização desenfreada de medicações para o tratamento da disfunção erétil.

“Os inibidores da 5-fosfodiesterase (5-PDE), facilitadores de ereção, são bastante seguros e eficientes, mas é importante que o paciente com diagnóstico inicial procure um urologista para uma avaliação, com verificação hormonal e exames cardiológicos para a utilização desses medicamentos com segurança, além de descobrir através do diagnóstico as causas reais do problema”, diz.
 

Ambos os especialistas asseguram que os tratamentos da obesidade e do diabetes melhoram o desempenho sexual em casos de disfunção e enfatizam também a importância de fazer uma avaliação médica periódica, com exames para o controle da glicose e da pressão arterial e buscar manter um estilo de vida saudável, com prática de atividade física e alimentação balanceada.

Com informações do Hospital Alemã Oswaldo Cruz – São Paulo/SP

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Rafael Coelho
 

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