Quase metade da população brasileira será obesa até o ano de 2044
Alerta foi dado durante congresso internacional sobre obesidade
Quase metade dos brasileiros em fase adulta (48%) terá obesidade e mais 27% terão sobrepeso até 2044, conforme alerta um novo estudo apresentado no Congresso Internacional sobre Obesidade (ICO). O evento é organizado pela Federação Mundial de Obesidade e foi realizado semana passada. Pude acompanhar o encontro e trago alguns dados importantes sobre a obesidade no Brasil. Conforme as estimativas do estudo, feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), três quartos dos adultos brasileiros terão obesidade ou sobrepeso dentro de 20 anos. Os autores da pesquisa também estimam que, se as tendências atuais se mantiverem, 130 milhões de brasileiros viverão acima do peso, em 2044. A prevalência de sobrepeso e obesidade entre adultos brasileiros aumentará de 57%, em 2023, para 75%, em 2024. Consequentemente, estima-se que sejam desenvolvidos 10,9 milhões de novos casos de doenças crônicas associadas ao sobrepeso e à obesidade nos próximos 20 anos, e 1,2 milhão de mortes atribuíveis ao sobrepeso e à obesidade durante esse período.
O trabalho foi realizado por Eduardo Nilson, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com contribuição de outros colegas. Os autores usaram um modelo de tabela de vida para estimar os impactos do sobrepeso e da obesidade sobre 11 doenças associadas ao Índice de Massa Corporal (IMC) elevado no Brasil até 2044, supondo que as tendências atuais sejam mantidas. O modelo estima mortes atribuídas e casos incidentes de doenças cardiovasculares, diabetes, doença renal crônica, cirrose e cânceres com base em dados demográficos e epidemiológicos de pesquisas nacionais e do Estudo de Carga Global da Doença (GBD). Até 2030, a estimativa é de que 68,1% dos adultos tenham sobrepeso e obesidade, com mulheres, negros e outras etnias minoritárias apresentando maior prevalência da doença, além do aumento da obesidade infanto-juvenil.
Medicamento Wegovy será comercializado no Brasil
O Wegovy, um dos mais recentes medicamentos contra a obesidade, estará disponível no mercado brasileiro a partir de agosto deste ano. O fármaco é uma caneta injetável produzida pela mesma fabricante do Ozempic, a farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk. O medicamento é feito à base de semaglutida, assim como o Ozempic. Seu uso foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o tratamento da obesidade e do sobrepeso no começo de 2024. O Wegovy é o 1º medicamento injetável à base de semaglutida voltado diretamente para o tratamento da obesidade. Embora também usado para esse fim, o Ozempic é indicado para tratar a diabetes tipo 2.
A semaglutida funciona imitando a ação do GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon humano). Ele reduz a fome e retarda o esvaziamento do estômago. O remédio é recomendado para o tratamento de adultos e crianças com 12 anos ou mais com obesidade, ou adultos com sobrepeso e comorbidades relacionadas ao peso. Assim como o Ozempic, o Wegovy tem tarja vermelha e só pode ser vendido sob prescrição médica. O medicamento apresenta redução média de 17% do peso, sendo que em 1/3 dos pacientes há redução superior a 20%. Também está associado à diminuição de 20% no risco de eventos cardiovasculares adversos.
Obesidade é uma doença complexa que tem se tornado uma preocupação crescente em todo o mundo. Nas últimas décadas, os estudos para seu controle têm avançado significativamente, levando ao desenvolvimento de medicações de novas gerações que oferecem novas esperanças e soluções para o combate à obesidade.
Informações obtidas durante o Congresso Internacional sobre Obesidade – ICO 2024.
Seja a sua melhor versão
Saiba mais sobre o médico Rafael Coelho clicando AQUI
Aromaterapia: Senac de Paulista oferece curso de aperfeiçoamento
Curso no Senac sobre aromaterapia - Foto: Freepik
O mercado de trabalho para aromaterapeutas está em expansão, impulsionado pela crescente procura por terapias alternativas e cuidados de bem-estar. Profissionais formados na área encontram oportunidades em diversos segmentos, como consultórios privados, spas e centros de bem-estar, clínicas de terapias complementares, hospitais, centros de saúde, e na indústria de cosméticos e produtos naturais. Para atender à demanda do mercado por profissionais qualificados, o Senac Pernambuco, unidade Paulista, abriu inscrições para o curso de Aromaterapia, uma oportunidade para profissionais e entusiastas ampliarem seus conhecimentos e ingressarem em um segmento promissor. As aulas têm início no dia 2 de julho e seguem até o dia 17 do mesmo mês, com encontros de segunda a sexta-feira, das 18h30 às 21h30. Durante o curso, os alunos aprendem várias técnicas para a aplicação dos óleos essenciais, bem como a identificar as necessidades do cliente, manusear os diferentes tipos de materiais e utensílios, entre outros conhecimentos. A formação é destinada a massoterapeutas, esteticistas, podólogos, acupunturistas, demais profissionais da saúde e interessados na área. Adotada até mesmo pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a Aromaterapia é uma prática terapêutica que promove o bem-estar físico, emocional e mental dos pacientes. Entre os seus benefícios estão a redução do estresse e da ansiedade, melhora do humor, alívio de dores, melhora do sono, fortalecimento do sistema imunológico, alívio de náuseas, tratamento de problemas respiratórios, entre outras condições. Os interessados em se inscrever no curso de Aromaterapia do Senac devem acessar o site AQUI. As aulas serão realizadas na unidade de Paulista, localizada na Avenida Prefeito Severino Cunha Primo, 30, Jardim Paulista. Para mais informações, basta entrar em contato pelos telefones (81) 3372-8250 / 9848-0015 / 9854-0030 (WhatsApp).
TDAH: entenda como o diagnóstico e as estratégias para tratamento variam entre países
Psicólogo Romanni Souza - Foto: Divulgação
Cada diagnóstico do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é único, podendo variar significativamente entre indivíduos. Segundo Romanni Souza, psicólogo e CEO do Instituto Romanni, o TDAH se manifesta de diferentes formas, com alguns pacientes mais inclinados ao déficit de atenção, outros à hiperatividade, e alguns experimentando ambos os sintomas simultaneamente. Utilizando os critérios do DSM-5, o manual diagnóstico padrão, Souza explica que, enquanto nos Estados Unidos o diagnóstico pode ser realizado em uma única sessão, no Brasil são necessárias geralmente duas a três sessões para conclusão do processo diagnóstico. A França, comparado ao Brasil por exemplo, apresenta taxas mais altas de diagnóstico devido a abordagens que consideram não apenas fatores neuropsicológicos, mas também comportamentais. Essa diferenciação pode influenciar significativamente como o transtorno é percebido e tratado, destacando a importância de entender o contexto cultural e as práticas diagnósticas regionais.
Romanni Souza enfatiza que o TDAH não se limita à falta de foco, podendo incluir momentos de excesso de concentração em um único assunto, prejudicando a atenção para outros detalhes importantes. "É fundamental compreender como nosso cérebro funciona e desenvolver estratégias comportamentais eficazes", destaca Souza. Tais estratégias podem incluir desde técnicas simples de organização até ajustes no estilo de vida, promovendo uma maior funcionalidade no cotidiano.
Embora pessoas com TDAH possam enfrentar desafios adicionais, como propensão a vícios e dificuldades em ambientes que exigem maior conformidade comportamental, Souza ressalta que a conscientização e a adaptação são essenciais. "É possível ser altamente funcional com TDAH, desde que se compreenda suas peculiaridades e se adote uma abordagem que respeite as necessidades individuais", explica o CEO do instituto Romanni.
Compreender o TDAH vai além de seus sintomas mais conhecidos, exigindo uma visão holística e adaptativa para promover uma vida plena e funcional. Com o conhecimento e as ferramentas adequadas, é possível não apenas gerenciar, mas também prosperar com este transtorno neuropsicológico.
"Saúde e Bem-estar" é atualizada toda segunda-feira no Portal Folha de Pernambuco
Colaboração: jornalista Jademilson Silva
[email protected]
@jademilsonsilva