Segundo a OMS, em 2025, o número de crianças obesas pode chegar a 75 milhões no mundo
Olá, leitores da coluna Saúde e Bem-estar da Folha de Pernambuco
Não é de hoje que a obesidade e o sobrepeso infantil preocupam os especialistas. Veja esses dados: segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada três crianças, com idade entre cinco e nove anos, está acima do peso. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2025, o número de crianças obesas no mundo pode chegar a 75 milhões. Diante da pandemia do coronavírus a realidade ainda é mais grave: crianças sedentárias, sem estímulos sociais da escola, mais tempo dentro de casa, ociosidade e falta de brincadeiras em parques, praias e playgraud. Os recursos financeiros também estão mais escassos, portanto, produtos com nutrientes e vitaminas estão sendo trocados por processados e industrializados, sendo assim, com mais açúcar e sal. Infelizmente, as brincadeiras de rua estão sendo preteridas pelo vídeo game, computador e smartphone. No mundo das telas vivenciamos uma tragédia anunciada: a obesidade infantil com repercussão nas futuras gerações. Isto significa mais mortes pela diabetes, colesterol alto e pressão alta.
Algumas orientações são importantes para combater a obesidade infantil:
-Limite o uso das telas. Temos que sermos bem categóricos em relação a esse fenômeno.
-Evite o uso de frituras, embutidos e enlatados. Prefira cozinhar ou assar.
-Descasque mais e desembale menos
-Sobre aqueles estoques de biscoitos, doces e refrigerantes que você faz no armário da cozinha da casa? Esqueça isso! A criança sabe que vai ter esses produtos sempre à disposição. Não faça armazenagem desses alimentos.
-As brincadeiras nos parques e praças estão limitadas por causa da Covid-19, não é? Então, vamos adaptar a rotina da casa. Insira a criança nos afazeres domésticos, como guardar roupa, sapatos, brinquedos, lavar frutas e verduras.
-Realize atividades físicas com seus pequenos: pule corda, faça bambolê, brinque de peteca, dance.
-Estabeleça horário para se deitar e levantar, mesmo quando não for dia de escola.
-Faça do momento da refeição um encontro familiar, agradável e harmonioso. Os pais são espelhos para os filhos, portanto, coma devagar e com alimentos saudáveis. As comidas devem ser coloridas, abusando de legumes e verduras. Também oriente a criança a comer sem líquido, inclusive sem o suco. Deixe a fruta in natura para comer na sobremesa. Ingerir a fruta é melhor do que tomar o suco, principalmente pelas fibras, melhora a saciedade.
-Introduza novos alimentos e fale dos nutrientes. Um “não” a um alimento não pode ser feito sem a justificativa.
-Ofereça água ao longo do dia para as crianças. Muitas vezes elas estão precisando de água e não de guloseimas.
-E quando tudo isso passar, leve mais o seu filho à feira livre. Deixe-o escolher também os legumes.
Com equilíbrio e moderação formaremos crianças em futuros adultos saudáveis.
Seja a sua melhor versão.
SAÚDE E BEM-ESTAR EM PÍLULAS
Receita Médica - A Memed, empresa líder no mercado de receita médica digital, acaba de divulgar um novo estudo sobre o aumento da digitalização das receitas médicas no Brasil, impulsionado principalmente pela pandemia. Em 2020, apenas na plataforma Memed, o número de receitas triplicou, saindo de 500 mil, para cerca de 1.7 milhão de receitas mensais, e a empresa assinou quase seis vezes mais contratos de integração com instituições de saúde (137 contratos) em comparação a 2019. Atualmente, a plataforma da Memed conta com mais de 120 mil médicos cadastrados e 200 instituições de saúde integradas.
Saúde Mental - Temas como estresse e angústia tiveram um crescimento superior a 1000% em menções de sessões de terapia realizadas por brasileiros em 2020. Os dados são de um levantamento realizado pelo Zenklub, maior plataforma de saúde emocional e desenvolvimento pessoal do País, realizado na base de mais 120 mil clientes cadastrados no serviço. Questões como ansiedade, conflitos familiares e depressão também tiveram um aumento expressivo nas sessões em comparação ao último ano, com aumento de 304%, 257% e 172%, respectivamente.
Perda gestacional recorrente
Perda gestacional deve ser discutida - Foto: Canva
Embora ocorra com mais frequência do que muitos pensam uma perda gestacional jamais deve ser banalizada. Além disso, a dor de um abortamento é real e traz um luto muitas vezes solitário vivenciado quase como um segredo. Raiane Brandt, obstetra e especialista em medicina fetal, explica um pouco sobre algumas questões biológicas para quem já passou por esse processo repetidas vezes. "Existem condições relacionadas às perdas de repetição em idade gestacional precoce e os protocolos de investigação precisam ser completos, já que o risco de um aborto aumenta a cada nova perda. Devemos levar em consideração alterações cromossômicas, processos inflamatórios e imunológicos, doenças tromboembólicas hereditárias, anomalias uterinas e endocrinopatias", diz. Os abortos recorrentes são experiências traumáticas e, por isso, o ideal é que a abordagem do casal seja multidisciplinar para receber apoio completo.
OPINIÃO – PALAVRA DO ESPECIALISTA
Dor nas costas? Pode ser hérnia de disco
Médico Erlan Pércio: "os sintomas da hérnia de disco podem ser aliviados com medicações, repouso, melhora da postura e com sessões de fisioterapia" - Foto: Divulgação.
A hérnia de disco é uma lesão que ocorre com mais frequência na região lombar. Essa doença é a que mais provoca dores nas costas e alterações de sensibilidade para coxa, perna e pé. Aproximadamente 80% das pessoas vão experimentar a dor lombar em algum momento de suas vidas. Quando um dos discos intervertebrais sai de sua posição normal pode causar a compressão de uma das raízes nervosas da medula, provocando a dor. Além disso, quem sofre com a hérnia de disco apresenta outros sintomas, como dor irradiada para os membros superiores, no caso da hérnia cervical, e para os membros inferiores, nos casos da hérnia lombar. A dor irradiada também pode ser acompanhada por fraqueza muscular dos membros inferiores afetados, formigamento e até perda da sensibilidade. A maioria dos casos de hérnias de disco não necessitam de tratamento cirúrgico. Já os sintomas podem ser aliviados com medicações, repouso, melhora da postura e com sessões de fisioterapia. Somente cerca de 10 a 20% dos casos irão necessitar de cirurgia, que evoluiu muito de uns anos pra cá. A grande maioria dos casos podem ser tratados de forma minimamente invasiva, a exemplo da endoscopia da coluna. Nos tratamentos minimamente invasivos, o paciente pode ter alta precoce, geralmente no mesmo dia, com taxa de complicações e sangramento mínimos. As incisões, feridas operatórias, geralmente são menores que 1cm, possibilitando um retorno às atividades laborais mais rápido e menor dor no pós-operatório.
Erlan Pércio é neurocirurgião do Instituto Real Neuro
CRM/PE: 21034
RQE: 8651
Instagram: @realneuro