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CEO da OpenAI diz no Senado dos EUA que é "crucial" regular inteligência artificial

Os legisladores debateram com Altman e outros dois especialistas a necessidade de regulação

Samuel Altman, CEO da OpenAI, testemunha durante uma audiência do Subcomitê Judiciário do Senado sobre Privacidade, Tecnologia e Supervisão da Lei para examinar a inteligência artificial, no Capitólio em Washington, DC, em 16 de maio de 2023 - Andrew Caballero-Reynolds/ AFP

Sam Altman, diretor-executivo da OpenAI, criadora do programa ChatGPT, disse, nesta terça-feira (16), a um painel do Senado dos Estados Unidos que regular a inteligência artificial (IA) é "crucial" para limitar os riscos do uso dessa tecnologia.

"Acreditamos que a intervenção regulatória dos governos será crucial para mitigar os riscos de modelos cada vez mais potentes", avaliou o empresário de 38 anos, personalidade mais recente surgida no Vale do Silício.

"É fundamental que a IA mais potente se desenvolva com valores democráticos, o que significa que a liderança dos Estados Unidos é determinante", afirmou, ao testemunhar sobre o impacto da IA perante um subcomitê judicial do Senado sobre privacidade, tecnologia e direito.

Governos de todo o mundo estão sob pressão para adotar medidas depois do lançamento, em novembro, do ChatGPT, um robô conversacional, capaz de produzir conteúdo similar ao ser humano em um instante.

O senador Richard Blumenthal, presidente do subcomitê, fez seu comentário de abertura sobre os risco da IA, escrito usando ChatGPT e lido por um software treinado com sua voz real.

"Se você estivesse ouvindo de casa, poderia pensar que essa voz era minha e que as palavras eram minhas, mas de fato, não era minha voz", disse.

As tecnologias de IA "não são mais fantasias de ficção científica, são reais e presentes", enfatizou.

"Destruir nossas vidas"

Os legisladores debateram com Altman e outros dois especialistas a necessidade de regular os sistemas informáticos que poderiam "literalmente destruir nossas vidas", nas palavras do senador Lindsey Graham.

O Congresso americano evoca com frequência a necessidade de regular a internet para proteger melhor a confidencialidade dos dados e promover maior concorrência. Mas as divisões políticas têm bloqueado a maioria dos projetos de lei sobre o tema há anos.

A chamada IA generativa, adotada por OpenAI, Microsoft e Google - capaz de criar conteúdo, textos, imagens, sons e vídeos com um comando único - trouxe a questão da regulação tecnológica.

Muitos estão preocupados com seu impacto eventual em muitas profissões, com possíveis cortes maciços de empregos e, sobretudo, no conjunto da sociedade.

Os senadores revisaram essas áreas, como os algoritmos tendenciosos e a difusão de informação errônea cada vez mais sofisticada.

"A OpenAI foi fundada com a crença de que a inteligência artificial tem o potencial de melhorar quase todos os aspectos das nossas vidas, mas também cria sérios riscos", admitiu Altman. "Um dos meus maiores medos é que nós, esta indústria, esta tecnologia, causemos um dano significativo à sociedade", disse. "Se esta tecnologia for pelo caminho errado, pode ir muito longe [...] E queremos trabalhar com o governo para evitar que isso ocorra".

"Ingênuo"
O empresário lembrou que, embora a OpenAI seja uma instituição privada, é controlada por uma organização sem fins lucrativos, o que a obriga a "trabalhar para uma distribuição ampla dos benefícios da IA e maximizar a segurança dos sistemas baseados em IA".

Altman tem declarado regularmente seu apoio ao estabelecimento de um marco regulatório para a IA, preferencialmente em nível internacional.

"Sei que parece ingênuo propor algo assim, parece muito difícil" de se conseguir, mas "há precedentes", assegurou, dando como exemplo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

A ideia de criar uma agência federal despertou certo entusiasmo, mas teria que ser dotada de recursos suficientes, disse Blumenthal.

"E não estou falando apenas em dólares, mas em experiência científica", acrescentou.

No entanto, Altman destacou que a regulação por si só não é isenta de riscos.

"Se a indústria americana ficar para trás, a China ou algum outro país pode avançar mais rapidamente", disse.

Ele também insistiu em que qualquer medida não sufoque a pesquisa independente e, em troca, se concentre em empresas dominantes como a dele.

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