Cientistas buscam tecnologias para melhor detecção da Covid-19
No Dia Mundial da Saúde (7 de abril) especialistas do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), maior organização técnico-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, apontam as ferramentas tecnológicas que podem auxiliar numa melhor detecção da Covid-19 e auxiliar no tratamento e reabilitação de pacientes infectados pela doença.
Um deles é o professor da Universidade Católica de Pernambuco, Anthony Lins, que colaborou para a criação de um programa de computador, baseado em diversas abordagens da inteligência artificial, mineração de dados e aprendizado de máquinas para dar suporte, agilidade e precisão ao diagnóstico médico.
Segundo ele, pacientes com suspeita de Covid-19 apresentam febre, dor de cabeça, diarreia e outros sintomas que podem ser confundidos com várias doenças.
“Inserimos nesta ferramenta os dados coletados pelos exames do paciente a fim de identificar os padrões típicos da infecção por coronavírus. Desta forma, o programa consegue informar em minutos a taxa de probabilidade de a pessoa ter contraído Covid-19, o que contribui para a tomada de decisão do médico”, explica o docente.
O membro do IEEE explica que a solução tecnológica examina o material da coleta viral de nasofaringe realizada pelo swab nasal, e detecta possíveis marcadores encontrados no teste RT-PCR analisa dados contidos no hemograma completo e investiga se as lesões detectadas em radiografias e tomografia são compatíveis com as provocadas pelo novo coronavírus. Desta forma, a ferramenta consegue avaliar o potencial da pessoa de ter Covid-19.
Para realizar esta tarefa, os recursos de visão computacional analisam os exames de imagem. Já a mineração de dados averigua se os padrões encontrados foram marcados como sendo de Covid-19. E o aprendizado de máquinas dá ao computador a habilidade de perceber esses padrões. Trabalhando juntas, essas tecnologias ajudam a identificar a infecção no paciente e dar suporte ao diagnóstico.
Outras análises
O membro do IEEE, Anselmo Frizera, professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), afirma que ferramentas de inteligência artificial podem ser utilizadas para monitorar um paciente de Covid-19 e comparar sua evolução com a de outros indivíduos infectados.
Desta análise, poderiam ser extraídas sugestões para que a equipe médica realizasse pequenos ajustes no tratamento, a fim de levar o paciente a uma situação mais favorável, com base no que ocorreu com outras pessoas acometidas pela enfermidade com a mesma faixa etária, gênero e comorbidades.
Além de auxiliar no tratamento, a inteligência artificial pode ser usada para ajudar os pesquisadores a entender melhor a Covid-19. “Como a epidemia é global, temos a opção de usar a inteligência artificial para realizar o monitoramento da doença, seus sintomas e evolução em vários países e, assim, identificar padrões ou correlações que são difíceis de ser percebidas por simples observações”, diz Anselmo Frizera,
Paralelamente, é possível usar sistemas robóticos na reabilitação de pacientes com Covid-19, que apresentem sequelas neuromusculares, como fraqueza muscular ou perda do controle motor. “A reabilitação robótica já vem sendo utilizada na recuperação de pacientes com lesões motoras e cognitivas, como o acidente vascular cerebral (AVC) e a lesão medular”, conclui o membro do IEEE.