Com menor custo, IA seguirá como destaque da tecnologia em 2025
Presente em mais dispositivos, Inteligência Artificial deverá se tornar mais acessível
Mais do que um chat capaz de responder perguntas complexas ou uma plataforma que gera imagens realistas, as diversas aplicações da Inteligência Artificial (IA) já estão presentes na rotina e deverão ganhar uma força ainda maior em 2025.
Apontada como a grande tendência para o setor de tecnologia no próximo ano, a IA deverá ser implementada em novos dispositivos que se tornarão cada vez mais acessíveis para toda a população.
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O avanço tecnológico trará importantes implicações por meio do desenvolvimento e presença em escala comercial de máquinas e dispositivos inteligentes. Com isso, a automação de serviços e a busca por novas soluções relacionadas ao processamento de dados e a cibersegurança também são tendências para 2025.
Essa é a opinião do CEO do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR), Eduardo Peixoto. Para o especialista, a aceleração acontecerá principalmente por meio de máquinas e dispositivos inteligentes.
“Um dos exemplos são fones de ouvido ou celulares capazes de realizar a tradução de conversas em tempo real. Vamos poder ver o uso de IA com objetos inteligentes que estarão cada vez mais conectados. É uma perspectiva de futuro que se torna uma realidade”, afirma.
Internet das Coisas
O salto tecnológico proporcionado pela IA está ligado a outro conceito: o da Internet das Coisas (IoT). Com maior poder de análise e conectividade, os dispositivos serão capazes de buscar os padrões, se readaptar e se autoconfigurar para entender melhor o usuário.
“A inteligência artificial está presente em aspectos muito maiores do cotidiano. Uma geladeira, por exemplo, poderá mostrar os itens que faltam e enviar um alerta para o usuário. Muitas dessas tecnologias já existem mas ainda não são tão acessíveis”, observa Eduardo.
No entanto, o especialista destaca que o ciclo de queda de custos de itens eletrônicos costuma ocorrer a cada 18 meses. Como a IA já está presente em alguns dispositivos, a tendência é de que a queda no preço aconteça em 2025.
“A Lei de Moore fala que, a cada 18 meses, o custo de uma determinada capacidade de processamento ou de armazenamento eletrônico cai pela metade. A perspectiva é de que o custo dessas novas tecnologias caiam em algum momento. Toda a tecnologia digital, de certa forma, obedece essa lei. O que hoje é caro, amanhã deverá custar a metade disso", detalha o CEO do Cesar.
Impacto em outras tecnologias e setores
A perspectiva é de que o avanço da IA também impulsione outros setores que precisam evoluir para fornecer o suporte necessário para a tecnologia.
“A IA, a cibersegurança e o processamento de dados são setores que andam juntos. Existe uma conexão. Os modelos estão presentes atualmente se tornaram viáveis porque atingimos uma capacidade de processamento que permite rodar esses modelos. Por isso, a computação quântica, que permite um processamento de dados em alto nível, também deverá evoluir em 2025”, observa Peixoto.
Para atender essa demanda, também será preciso que a capacidade de geração e armazenamento de energia evoluam. “A IA consome muita energia. Para que [o maior uso da tecnologia] se torne viável, é preciso que as baterias avancem. Também devemos ter muitos investimentos em Data Center e algumas empresas como a Microsoft, por exemplo, já têm garantido o suprimento de energia”, comenta o especialista.
Além disso, a grande conexão também implicará em uma necessidade de maior proteção dos dados que envolvem a tecnologia e suas aplicações.
“É preciso lembrar que quase tudo que fazemos hoje exige conexão, o que aumenta o risco de um ataque cibernético. Às vezes, até mesmo um bug ou falha em uma atualização é capaz de causar grandes consequências. Os ataques e sequestros de dados já são uma realidade e podem trazer prejuízos enormes”, completa Eduardo.