Com painel lotado, cocriador do ChatGPT afirma que não se deve confiar em respostas do software
Greg Brockman também falou sobre propriedade intelectual e futuro dos empregos
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Um dos painéis mais disputado pelo público durante o primeiro dia do South by Southwest (SXSW) 2023 foi o do cofundador e presidente da OpenAI, Greg Brockman. O CEO responsável pelo ChatGPT conversou com a jornalista Laurie Segall, da Dot Dot Dot Media, sobre o futuro Inteligência Artificial (IA) e os problemas éticos que acompanham essa nova era de inovação.
O blog de Tecnologia e Games acompanhou o painel diretamente de Austin, no Texas, em uma cobertura exclusiva do evento feita à convite do Itaú.
Em uma entrevista pautada por perguntas feitas também pela aplicação que criou, Brockman afirmou que as pessoas não devem confiar em tudo o que leem no chatbot.
“Não é porque o ChatGPT disse que é verdade. Não são verdade para os humanos e não são verdade para as IAs”, diz Greg.
Primeiros passos
O criador do ChatGPT também contou como a aplicação aprendeu as suas primeiras frases, que deram origem ao jeito “humano” com a qual o chatbot se comunica atualmente.
“Nos treinamos um modelo usando os reviews deixados na Amazon. E ele realmente aprendeu frases inteiras à medida que passava pelas análises. E isso pode não parecer muito impressionante, mas assim que soubemos para onde estávamos indo”, revelou.
Polêmicas
A revelação fez com que a repórter questionasse o uso da propriedade intelectual para alimentar a IA, já que ela consegue reproduzir o estilo de artistas, jornalistas e outras pessoas que mantêm seu trabalho publicado online até 2021. Nessa hora, Brockman gaguejou, mas respondeu:
“Eu realmente acho que isso é algo que a sociedade precisa se adaptar e não há dúvidas que algo está mudando. Eu acho que tudo está na mesa agora”.
Sobre a substituição dos empregos por aplicações de inteligência artificial como o ChatGPT, Greg parece mais otimista. O CEO afirmou que não acredita que profissões que exijam o fator humano vão sumir, mas que outras atividades, mais burocráticas ou que seguem um padrão mais mecânico. podem e serão feitas por um robô.
Para Ana Freitas, co-fundadora da ONG quid,Greg pareceu ingênuo demais sobre os impactos da tecnologia criada pela OpenAI.
“O discurso dele é de um otimismo extremo sobre o impacto da tecnologia dele no mundo. […] Foi legal de ter esse mergulho na maneira que ele enxerga, o cara acabou de lançar a tecnologia mais disruptiva e impactante dos últimos anos, um negócio que vai mudar tudo de como a gente conhece”, ponderou.