Dezenas de países pedem regulação do uso da IA na indústria militar

Em nível militar, a IA já é usada no reconhecimento, na vigilância e na análise de situações

Inteligência artificial - Freepik

Dezenas de países, incluindo Estados Unidos, China e vários latino-americanos, pediram, nesta quinta-feira (16), a regulamentação do desenvolvimento e uso da inteligência artificial (IA) nas Forças Armadas, diante do risco "de consequências indesejadas".

“Existe uma preocupação no mundo inteiro com o uso da IA no âmbito militar e a potencial falta de confiabilidade nos sistemas de inteligência artificial", destaca o texto, divulgado após a primeira conferência internacional sobre o assunto, realizada em Haia.

O texto foi assinado por mais de 60 países, entre eles Estados Unidos, China, Reino Unido, França, Suíça, Espanha, Bolívia, Chile, Equador, El Salvador e Guatemala, que manifestaram suas preocupações relacionadas à "falta de clareza sobre a responsabilidade” da inteligência artificial aplicada à Defesa, e as “potenciais consequências indesejadas”.

Em nível militar, a IA já é usada no reconhecimento, na vigilância e na análise de situações. No futuro, poderia servir para designar alvos de forma autônoma ou para se incorporar aos sistemas de comando e controle nuclear.

“Nunca deixem que o fator humano escape da responsabilidade que deve assumir. Não confiem jamais na inteligência artificial”, enfatizou o general Jörg Vollmer, ex-comandante da Otan.

Organizada pela Holanda e Coreia do Sul, a conferência reuniu cerca de 2 mil delegados, procedentes também de empresas de tecnologia e de organizações da sociedade civil. A Rússia não foi convidada, por causa da invasão à Ucrânia.

Especialistas consideram que ainda estamos longe de um acordo internacional que regule o uso da IA, como acontece com as armas químicas e nucleares. No entanto, os participantes concordaram com a urgência de estabelecer diretrizes.

Os países também anunciaram a criação de uma comissão mundial sobre a IA, para esclarecer a definição de tecnologia no âmbito militar e determinar o seu uso responsável.

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