Drones: aliados na pandemia e também no futuro
Com a pandemia causada pelo novo coronavírus, as distâncias aumentaram de pessoa para pessoa, assim como a forma que agimos no mundo. Compramos mais pela internet. Vivemos mais pela internet. Essa mudança de hábitos teve grande impacto na tecnologia, à exemplo do desenvolvimento acelerado e utilidade dos drones no Brasil e no mundo. Seja levando mercadorias ou identificando o espaço urbano, os “aparelhinhos” ganharam ainda mais funções neste período.
“Em vários países, incluindo o Brasil, os drones foram adaptados para câmaras térmicas, para medir a temperatura de pessoas com febre. Na Europa e na Ásia foram utilizados drones com alto-falantes para dispersar as pessoas. No Brasil, a UFPE fez experimentos para o dispersamento de aglomerações”, explica o especialista do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos, Luís Lamb.
O IEEE é a maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade. O desenvolvimento da tecnologia durante a pandemia foi acompanhado pela organização e por Lamb, que fala sobre as aplicações já realizadas em solo brasileiro.
“Nesse período pós-pandemia haverá uma maior absorção de tecnologias em geral. Haverá um predomínio da computação na vida humana e os drones se inserem nisso. Certamente neste período teremos uma sociedade que se preocupa mais com a saúde pública e que vai utilizar mais ferramentas tecnológicas que ajudarão, como na geolocalização”, explica.
Segundo Lamb, os drones podem ser usados para mapear a presença de pessoas nas ruas, comunicando uma central sobre o nível de isolamento social.
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o uso profissional da ferramenta cresceu bastante em apenas um ano. De acordo com dados da agência, entre agosto de 2018 e 2019, o número de drones registrados para uso profissional saltou de 18.389 para 27.665, representando um aumento de 51%.
Porém, manusear um drone e utilizá-lo para o bem comum pode não ser tão fácil. “Os drones têm várias categorias, com diferencial no peso na altura de vôo. Mas tem que ter todas as regras (da Anac) para evitar qualquer problema no tráfego aéreo”, completa.
Pelo regulamento da ANAC, aeromodelos são as aeronaves não tripuladas remotamente pilotadas usadas para recreação e lazer e as aeronaves remotamente pilotadas (RPA) são as aeronaves não tripuladas utilizadas para outros fins como experimentais, comerciais ou institucionais.