Empresas de tecnologia investem em ações para incentivar mulheres a entrarem na área

Iniciativas que visam diminuir e até extinguir a disparidade entre seus funcionários, independentemente do sexo

Pixabat

Comemorado nesta quarta-feira (8), o Dia Internacional da Mulher é mais do que um momento para celebrar a presença feminina no mundo. A data é tradicionalmente marcada por manifestações que buscam o fim da violência contra mulheres, além de ações que concretizem a equidade de gênero e igualdade salarial no mercado de trabalho. No âmbito da tecnologia, a luta pela inclusão de mulheres segue a passos curtos, porém firmes, com algumas empresas do segmento, como Intel, Amazon, Google e Microsoft, investindo em iniciativas que visam diminuir e até extinguir a disparidade entre seus funcionários, independentemente do sexo.

O foco da Organização das Nações Unidas (ONU) para celebrar o 8M em 2023 é o tema "Por um mundo digital inclusivo: inovação e tecnologia para igualdade de gênero". Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), até 2024, o Brasil precisará de 420 mil profissionais de Tecnologia da Informação (TI), sem contar com outras áreas do segmento.

No entanto, anualmente no país são formados apenas 46 mil profissionais e para agravar essa conta, de 580 mil profissionais de TI atuando no mercado brasileiro, apenas 20% são mulheres, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Um relatório apresentado ONU mulheres, em 2022, também revelou que, globalmente, mulheres ocupam apenas duas em cada dez vagas nas áreas de ciências, engenharia e tecnologia da informação e comunicação. Elas representam apenas 16,5% dos inventores associados a uma patente de produto.

Claudia Muchaluat, Diretora da Intel no BrasilClaudia Muchaluat, Diretora da Intel no Brasil. Foto: Wanezza Soares/Divulgação

“Tem um ‘gap’ [lacuna] no mercado brasileiro de 100 mil funcionários por ano - entre o que se demanda e o que é formado nas universidades e escolas. Então, em 5 anos vamos estar falando da falta de meio milhão de pessoas capacitadas”, comenta Claudia Muchaluat, diretora da Intel no Brasil, que assumiu, recentemente, o lugar de Gisselle Ruiz Lanza, promovida a Diretora Geral da Intel para a América Latina.

Ela ressalta que o mercado está favorável para abraçar esses profissionais, mas é preciso tanto a qualificação dos candidatos, quanto uma mudança na forma como as empresas lidam com o tema. “A gente trabalha com um ecossistema de parceiros e distribuidores para buscar a leitura deles de quais são as dificuldades e desafios para juntar a nossa visão e ver como, juntos, conseguimos somar esforços para ter mais impacto”, contou ao blog de Tecnologia e Games. 

Incentivar é preciso
Para o cenário oferecer uma mudança significativa na contratação de mulheres, é necessário que as empresas ofereçam não apenas vagas, mas também condições de trabalho próprias à presença feminina, com a promoção, de incentivos e treinamentos educativos, até mesmo para homens.  

“Se a gente olhar nos últimos 20 anos, a área de Steam [science, technology, engineering, arts e mathematics ou ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática, em tradução livre] teve uma redução. No começo dos anos 2000, a gente tinha 35% de mulheres na área de Steam, no mundo inteiro. Agora a gente tá com menos de 18%. Ao invés de aumentar o número de mulheres, a gente teve essa decrescente e isso impacta que, no final do dia, se a gente não tem gente se formando, como vamos ter pessoas trabalhando em tecnologia?”, questiona Carolina Prado Head de Comunicação da Intel para a América Latina.

Ela destaca as metas da empresa para garantir a equidade de inclui não apenas a abertura de vagas, mas o incentivo a ocupação de cargos de liderança. “Cada país tem sua especificidade em relação à diversidade, mas equidade de gênero acaba sendo um tema transversal em todos os países que a gente atua. É uma das metas globais que a gente tem até 2030. Ter pelo menos 40% em cargos técnicos e a outra é dobrar o número de mulheres que a gente tem na liderança", diz e afirma que, nem no Brasil “nem em qualquer lugar mundo, uma mulher ganha menos do que um homem, na Intel”. 

O que fazem as outras 
Para atender incentivar a migração de mulheres para as áreas da tecnologia, anualmente, o Google promove o Google para Mulheres, que desde 2017, busca ajudar mulheres a desenvolver habilidades pessoais e profissionais em diferentes áreas, como tecnologia, empreendedorismo e futuro do trabalho.

Este ano, a Amazon trouxe a campanha “Abrace a Equidade” (#EmbraceEquity) e destaca ações como a segunda edição do programa “Decola Garota”, um projeto de aceleração de pequenos negócios voltado para empreendedoras, em parceria com a Rede Mulher Empreendedora (RME), além de programas internos que visam educar os funcionários homens e gerar oportunidades para mulheres dentro da companhia. 

Há alguns anos a Microsoft promove o Black Women in Tech, programa de capacitação com foco na formação de mulheres negras para o mercado de tecnologia. Segundo a empresa, o projeto é idealizado e liderado pelos seus colaboradores e voluntários dos pilares de Diversidade e Inclusão da empresa – WAM (Women at Microsoft) e o BAM (Blacks at Microsoft). O objetivo é diminuir a lacuna de profissionais especializados em tecnologia, bem como ampliar a igualdade de gênero e racial no segmento.

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