Entrevista: Proteção dos dados deve ser prioridade para cidadãos e empresas, defende CEO da Bidweb

Invasão de um sistema ou sequestro de informações pode trazer graves consequências

Ataques hacker podem trazer diversos prejuízos aos cidadãos e empresas - Pexels/Reprodução

Em um mundo cada vez mais conectado, o compartilhamento constante de dados pode representar um desafio para as empresas que têm a obrigação mantê-los seguros. A alta sofisticação de golpes e o aumento nas tentativas de ataques exigem um preparo cada vez maior das organizações.

A invasão de um sistema ou sequestro de dados pode trazer graves consequências ao funcionamento de uma empresa. Para evitar a situação, é essencial que as instituições mantenham uma estratégia de segurança da informação bem definida e capaz de antecipar possíveis invasões.

CEO da Bidweb, Flávia BritoCEO da Bidweb, Flávia Brito | Foto: Júnior Soares/Folha de Pernambuco

De acordo com a CEO da Bidweb, empresa especializada em segurança digital, Flávia Brito, esse cuidado deve ser tomado por organizações de todos os tamanhos. Em entrevista feita pelo blog Tecnologia e Games na Rádio Folha 96,7 FM, a pernambucana destacou a importância na segurança no meio digital.

“Um ataque hacker, vazamento ou roubo de dados pode acontecer com pequenas, médias e grandes empresas e também com pessoas físicas. A segurança deve ser uma preocupação geral. As pessoas devem entender que não se pode acessar todos os sites nem clicar em todos os links porque eles podem ser maliciosos”, destacou a especialista.

Dentro do universo fi-gital, que entrelaça o mundo físico e digital, algumas ações devem ser tomadas como forma de prevenção a possíveis golpes

“Nas empresas, o primeiro passo é fazer um levantamento para identificar qual o nível de risco que ela está correndo. Depois, é montado um plano de ação para diminuir essa exposição. Otimizamos os recursos e os processos. É um trabalho de educação, estudo e cooperação para montar uma estratégia em segurança”.

Estar preparado para lidar corretamente com um ataque pode ajudar as empresas a evitarem grandes prejuízos que vão além do financeiro. “É preciso colocar o pé no chão e entender que todas as empresas lidam com dados. Um ataque pode paralisar a operação por vários dias além de trazer um prejuízo reputacional. Quando nota que a empresa sofreu um ataque, o cliente deixa de ter confiança de manter os dados ali”, observou Flávia. 

Além disso, a organização pode sofrer punições judiciais caso as informações dos clientes sejam alvo do ataque. “A empresa é responsável por salvaguardar os dados. É uma obrigação que está na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). A lei vem para doutrinar e disciplinar, criando uma cultura de proteção”, completou a CEO.

Para os cidadãos, os cuidados podem ser tomados por meio de ações simples, como não utilizar a mesma senha em diversas contas ou evitar a divulgação de informações pessoais em redes sociais, por exemplo. 

“O mundo digital pode ser obscuro porque você não sabe quem está do outro lado. Muitas pessoas compram smartphones maravilhosos mas não têm coragem de pagar R$ 100 por ano por um software de proteção, não usam duplo fator de autenticação nas suas redes sociais nem tomam outros cuidados”, exemplificou Flávia. 

Dentro desse cenário, a educação para lidar com o universo tecnológico é essencial para a prevenção. “É preciso guardar a ansiedade para saber lidar com essas questões. Muita gente cai em golpes envolvendo instituições que elas sequer têm relação. Por exemplo, chega a mensagem de um banco informando sobre saldo bloqueado ou compra no cartão e a pessoa clica, mas sequer tem conta naquele banco”, exemplificou.

A especialista reforça, ainda, a necessidade de que os cidadãos prejudicados com golpes digitais busquem a garantia dos seus direitos. “Os golpistas tiram proveito de um passo em falso. As pessoas precisam entender que qualquer um de nós pode ser uma vítima. Às vezes, um golpe é bem sucedido, mas as pessoas não prestam queixa por ser de baixo valor, mas é preciso imaginar que esse golpe poderia ser maior”, concluiu Flávia.

Confira a entrevista completa:

 

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