Estudantes pernambucanos vencem RoboCup 2022 na categoria Small Size League
Jovens da UFPE chegaram a fazer financiamento coletivo para participar de torneio na Tailândia
A RoboCIn, equipe formada por alunos de tecnologia da informação e de engenharia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), se tornou campeã do torneio de robótica RoboCup 2022, na categoria Small Size League (SSL). Os estudantes, que chegaram a fazer um financiamento coletivo em junho para participar da competição, são os primeiros brasileiros a vencer na modalidade em 25 anos de evento.
O torneiro aconteceu em Bangkok, na Tailândia, entre os dias 13 e 17 deste mês. Os pernambucanos competiram em duas categorias: Small Size League e 2D Simulation. Apesar de não ter ido ao pódio na modalidade 2D, os jovens ficaram em 10º lugar, melhor colocação de uma equipe sul-americana na edição, e em 6º lugar no Challenger. A vitória serviu para fortalecer ainda mais a confiança dos alunos em pesquisas futuras envolvendo robôs.
“Foi inexplicável [a sensação]. Demorou para cair a ficha que a gente tinha sido campeão”, conta Matheus Andrade, um dos integrantes da equipe de SSL. Para ele, a vitória foi ainda mais especial porque ter sido também o primeiro evento presencial de muitos dos integrantes desde o início da pandemia de Covid-19.
“Esta foi a primeira RoboCup da maioria dos integrantes, além de ter sido a primeira vez que uma equipe brasileira venceu nessa categoria. A gente tava muito animado com nosso crescimento e acho que o sentimento que fica é a confirmação do nosso trabalho. Que nosso esforço, pesquisa e tudo o que a gente lutou está indo para frente”, conta o jovem.
Sobre a RoboCup
A RoboCup é a maior competição internacional de robôs autônomos do mundo e busca o desenvolvimento da área através do esporte. Os alunos precisavam desenvolver robôs para jogar partidas de futebol, mas as técnicas aplicadas vão além da busca pelo gol. “A gente aplica no futebol, mas essas técnicas podem produzir robôs autônomos para a indústria, na agricultura, em hospitais, como é o caso dos robôs de desinfecção. Tudo o que a gente usa aqui pode ser aplicado”, afirmou Edna Barros, professora responsável pela equipe, em entrevista recente ao blog de Tecnologia e Games.
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Entre as dificuldades encontradas pela equipe para participar do evento, a falta de componentes eletrônicos no mercado - consequência das restrições necessárias feitas durante a pandemia - foi a principal. Os estudantes da RoboCIn precisaram reutilizar equipamentos de versões anteriores dos robôs. Além disso, durante a competição, interferências de sinais causadas por conta dos outros robôs quase tirou o título dos pernambucanos.
“A gente não conseguiu jogar com todos os nossos robôs porque, quando todos estavam ligados, sobrecarregava a nossa base de comunicação e eles não se moviam ou faziam movimentos estranhos. Então, nós jogamos com menos robôs do que poderíamos nos jogos”, explicou Matheus.
Os dois grupos eram formados por 18 pessoas no total, sendo 11 estudantes do SSL e sete do 2D. “Se não fosse a vaquinha não teria dado para ir”, afirmou Andrade. Após a temporada na Tailândia, as equipes devem participar de novos certames ainda este ano. É possível conferir todas as classificações no site do torneio.