Homem treina Inteligência Artificial para clonar jeito de conversar dos amigos em bate-papo
Tecnologia conseguiu criar conversas imitando personalidades de cada um dos homens no grupo de chat
Um cientista de dados norte-americano treinou um sistema de Inteligência Artificial (IA) generativa para copiar o jeito de falar dele e dos seus amigos na internet. Usando a mesma tecnologia que alimenta chatbots como ChatGPT, da OpenAI, Izzy Miller criou um clone verdadeiro do bate-papo em grupo de seus melhores amigos.
Ele fez o download de cerca de sete anos de conversas e usou isso para treinar a tecnologia.
Em entrevista ao site The Verge, o cientista revelou ter sido "surpreendentemente fácil de fazer" um novo chat a partir do existente. O projeto demorou apenas algumas semanas para ficar pronto e custou, ao todo, US $100 (cerca de R$ 492).
De acordo com Izzy, o chatbot não apenas aprendeu a falar como ele e os amigos, mas gravou coisas sobre a vida de cada um, que eram mencionadas durante as conversas criadas pela ferramenta.
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Miller alerta que, apesar de usar ferramentas que estão se tornando populares, ainda não é fácil reproduzir esse tipo de cópia. Ele contou como conseguiu fazer com que o chat reproduzisse as falas dos amigos em uma postagem de blog, em que apresenta o bate-papo batizado de “robôs”.
Para conseguir um resultado realista, a IA precisou estudar cerca de 500 mil mensagens, enviadas ao longo dos 7 anos de amizade entre os rapazes.
A IA estudou anos de conversa entre os participantes do grupo | Imagem: Izzy Miller/Divulgação
De volta para o passado
Com o experimento pronto, o cientista mostrou aos amigos verdadeiros como a IA acreditava que eles estavam se comportando, e os seis homens e seus clones de IA puderam, então, conversar juntos, com os IAs identificados pela falta de sobrenome.
Segundo o site The Verge, Miller ficou impressionado com a capacidade do sistema de copiar os maneirismos dele e de seus amigos e tornar as conversas reais, sem estarem copiando as mensagens que foram enviadas no passado.
No entanto, a aplicação não funciona perfeitamente. Uma de suas principais limitações é justamente não saber se está no presente ou no passado. Namoradas antigas, casas e empregos eram citados na conversa como se ainda fossem atuais.
“A modelo acha que é 2017, e, se eu perguntar quantos anos temos, ela diz que temos 21 e 22 anos”, disse Miller ao site.