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Homenageada do Google: Enedina Alves, a primeira mulher negra engenheira civil do Brasil

O Google homenageia a responsável pela hidrelétrica mais importante de Curitiba

Enedina Alves Marques, primeira mulher negra a se formar em engenharia civil no Brasil - Divulgação

A homenageada do Google Doodle desta sexta-feira (13) é Enedina Alves Marques, a primeira mulher negra a se formar em engenharia civil no Brasil. Em um ambiente majoritariamente masculino, a história diz que Enedina, apesar de ser conhecida por sua vaidade, usava macacão e arma na cintura, para "se fazer respeitada", como afirma a revista Vernáculo, da Universidade Federal do Paraná, local onde Enedina se formou.

Ela foi a mulher responsável pela Usina Capivari-Cachoeira, uma importante usina hidrelétrica paranaense, responsável pelo abastecimento da cidade de Curitiba, capital do estado. Atualmente a usina tem o nome de Usina Hidrelétrica Governador Pedro Viriato Parigot de Souza.

Quem foi Enedina?
Nascida em Curitiba (PR), em 13 de janeiro de 1913, se formou em engenharia civil em plena Segunda Guerra Mundial, em 1945, pela Universidade Federal do Paraná. Ela foi a primeira mulher negra a se formar na área no Brasil.

Sua mãe, Virgília Alves Marques, era doméstica e trabalhava na casa do delegado e major Domingos Nascimento Sobrinho. Por conta disso Enedina esteve sempre na companhia da filha do delegado, que fez com que frequentassem as mesmas escolas.

Alfabetizada em escola particular, entre 1925 e 1926, Enedina passou a frequentar a Escola Normal, uma modalidade de instituição criada no Rio de Janeiro na época do Brasil colônia. Esse tipo de escola tinha o objetivo de formar professores para atuarem no magistério de ensino primário e era oferecido em cursos públicos de nível secundário (atual ensino médio).

Ela permaneceu na Normal até 1931. Um ano depois, passou a trabalhar como professora no interior do estado. Em 1938 fez curso complementar em pré-Engenharia e, em 1940, ingressou na Faculdade de Engenharia da Universidade do Paraná, graduando-se em Engenharia Civil no ano de 1945.

Seus maiores feitos
Após se formar na área, o governador do estado à época, Moisés Lupion, descobriu seu talento e habilidades, e a transferiu para Trabalhar no Plano Hidrelétrico do Paraná. Foi nesse período que Enedina fez o seu maior feito da carreira, a hidrelétrica que atualmente abastece toda a cidade de Curitiba, capital do Paraná.

Dentre outras obras, destacam-se o Colégio Estadual do Paraná e a Casa do Estudante Universitário de Curitiba (CEU).

Em 1962, Enedina se aposentou e recebeu o reconhecimento do governador Ney Braga, que, por decreto, admitiu os feitos da engenheira e lhe garantiu proventos equivalentes ao salário de um juiz. Enedina faleceu em 1981.

No ano de 2000, foi imortalizada no Memorial à Mulher, localizado na capital do Paraná, ao lado de outras 53 mulheres pioneiras do Brasil. Em 2006, é fundado o Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques, em Maringá (PR).

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