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IBM lança processador quântico que supera o chinês Zuchongzi e atinge supremacia na computação

Capacidade de cálculo do dispositivo não pode sequer ser simulada por computadores convencionais

Eagle, novo processador quântico da IBM - Divulgação/IBM

O desenvolvimento da computação quântica, destinada a revolucionar a informática conforme a conhecemos, por elevar exponencialmente a capacidade de cálculo das máquinas, está experimentando avanços notáveis nos últimos anos.  O mais novo deles tem como protagonista a americana IBM, que apresentou em um evento seu, na terça-feira (16), o Eagle, um processador quântico de 127 bits quânticos, ou qubits.

Sua potência duplica a do Zuchongzhi, desenvolvido por engenheiros da Universidade de Ciência e Tecnologia da China e da Universidade Tsinghua de Pequim, e que até agora era a mais avançada — seus criadores disseram na revista Science que ele era capaz de resolver em cerca de três minutos um problema de geração de números aleatórios que os mais poderosos supercomoutadores habituais levariam 600 milhões de anos.

“O Eagle é um marco porque supera a barreira dos 100 qubits. Já chegou ao limite em que sua potência de cálculo não pode mais ser simulada com processadores clássicos”, diz Zaira Nazario, diretora técnica de Teoria e Aplicações de Computação Quântica da IBM, por videoconferência.

Segundo a empresa, o número de bits clássicos necessários para igualar a potência de cálculo do processador de 127 qubits supera o número total de átomos contidos nos 7,5 bilhões de seres humanos vivos atualmente.

O avanço é importante, mas ainda estamos longe de ver os ordenadores quânticos levaram a informática a um nível desconhecido. Para isso, será preciso que sua potência ronde um milhão de qubits.

 “A chegada do processador Eagle é um passo importante rumo ao dia em que os computadores quânticos possam superar aos computadores clássicos em níveis significativos”, contextualiza em nota Darío Gil, vice-presidente e diretor de pesquisas da IBM.

A empresa tecnológica pretende preparar até o ano que vem um novo processador de 433 qubits e, em 2023, outro de 1.121.

IBM e Google lideram a corrida para produzir o primeiro computador quântico de uso comercial, uma competição da qual também participam outras empresas, como Microsoft e Intel. Isso no plano empresarial, porque na geopolítica a partida é travada entre EUA e China, com a Europa como observadora.

Seguindo com esta leitura, os EUA podem anotar um tento, embora tenham tudo para perder o jogo. As cifras são teimosas quando falamos de investimento em pesquisa e desenvolvimento. E o desembolso da China não tem rival: entre 2017 e 2020, destinou 10 bilhões de dólares aos programas de computação quântica de seus centros de pesquisa. Os EUA querem dedicar 1,2 bilhão até 2023, enquanto a UE investirá um bilhão até 2026.

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