Inteligência artificial pode ser grande aliada para a educação no pós-pandemia
A educação foi um dos setores que sofreu com mudanças no meio da pandemia do novo coronavírus. Sem a possibilidade de presença na sala de aula, as classes virtuais foram uma alternativa, com chamadas de vídeo e softwares para que as disciplinas pudessem continuar, mesmo de casa. No campo tecnológico, por exemplo, a inteligência artificial pode ser um auxiliar permanente, ajudando a direcionar o melhor conteúdo para os alunos.
A inteligência artificial pode atuar de forma que o conteúdo exibido durante as aulas seja direcionado, assim como as avaliações. No caso de um aluno ter melhor desempenho em matemática e pior em português, a IA pode identificar essas lacunas e dedicar mais questões de Língua Portuguesa para aquele aluno.
“Quando a criança fica dispersa, o dispositivo consegue entender por conta dos padrões e isso é comunicado com o computador e pode integrar e gerar a informação sumarizada para o professor para saber se o aluno está atento”, diz o membro do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE) e diretor de Ambientes de Inovação e Formação Superior da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco, Carmelo Bastos Filho.
Em Pernambuco, por exemplo, existem iniciativas em curso neste sentido, como um projeto da UFPE, juntamente com a UPE, para desenvolvimento de robôs para atividades assistidas. Mesmo em casa, o aluno teria a ajuda deste protótipo, que ensina crianças e jovens a aprender música. O robô pode dar o feedback se aquela atividade está sendo feita corretamente.
Isso pode melhorar o rendimento no pós-pandemia. Mesmo com o retorno das aulas presenciais, a inteligência artificial e as plataformas de aulas online serão cada vez mais presentes.
Por fim, Bastos Filho aponta que mesmo com o avanço da tecnologia na educação, o contato social e presencial não será substituído. “Creio que a gente não voltaria como era antes, onde se tinha o mínimo de recurso. As pessoas se acostumaram com a tecnologia. A gente tem um aumento de produtividade enorme inclusive com a educação. Agora, não temos que pensar que perderemos todo o contato. Existem outros processos e atividades de socialização importantes”, diz.
“O que acho que vai acontecer no futuro e muitas atividades serão automatizadas, mas a inteligência artificial não conseguirá suprir outros aspectos como a criatividade e a socialização, funções que a escola desempenha”, encerra.