Mercado brasileiro de jogos já impacta mais de 50% da população
Popularização dos smartphones transformou grande parte da população em potenciais gamers
RIO DE JANEIRO - Ocupando o 5º lugar no ranking mundial de população online, o Brasil concentra cerca de 103 milhões de jogadores. O grupo, que corresponde a 50,17% da população do país, viu o mercado dos games se transformar com uma série de inovações obtidas ao longo dos últimos anos. Maior mercado da América Latina, o Brasil reúne cerca de 1.042 desenvolvedoras que ajudam a fomentar esse ambiente.
Agora, o debate se volta para o futuro da indústria, que continua se desenvolvendo fortemente. O assunto foi discutido durante o Web Summit Rio 2024, evento de inovação e tecnologia realizado no Rio de Janeiro.
Para os próximos anos, a expectativa é de que a inserção de novas tecnologias auxilie na ampliação do setor de games em toda a América Latina.
A opinião é do presidente da Abragames, Rodrigo Terra. Destacando a grande dinâmica que envolve o mercado de games, Rodrigo considera que uma das principais inovações que têm o potencial de transformar o setor é a popularização da realidade virtual.
“Da mesma forma que os smartphones transformaram o cenário, tornando cada pessoa em um gamer em potencial, os novos acessórios de realidade virtual também deverão modificar a indústria como nós conhecemos hoje”, afirmou.
Atualmente, o potencial de crescimento da indústria brasileira é visto como um dos pontos de destaque. Entre as empresas que atuam no ramo, grande parte são consideradas de médio ou pequeno porte.
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“Essa variedade de atores e arranjos permite que as desenvolvedoras ocupem diferentes posições no mercado, podendo variar sua atuação em diferentes momentos da sua evolução empresarial, incluindo a atuação em outros setores como animação e projetos de gameficação”, destaca Terra.
O mercado nacional é composto, em grande parte, pelo segmento mobile. Um dos diferenciais do Brasil está na grande inserção dos games no cotidiano da população. Para cerca de 82,1% dos brasileiros, os jogos digitais são vistos como uma das principais formas de diversão.
Além disso, a possibilidade de exportação do conteúdo também é identificada como uma vantagem. “As baixas barreiras para atuação internacional permitem que empresas de pequeno porte se coloquem dentro de um ecossistema global, sem a necessidade de atuar em um ecossistema local. Por exemplo, uma empresa brasileira pode atuar com parceiros internacionais para o desenvolvimento de um jogo e distribuí-lo diretamente na Steam, em inglês”.
A opinião é compartilhada pelo cofundador da Abragames, Carlos Estigarribia. Para ele, a exportação do trabalho realizado no Brasil também deverá ser um dos destaques dos próximos anos.
A expectativa é de que as empresas locais, com características e formas de atuação variadas, consigam ampliar suas redes de negócios dentro de cadeias globais. Além disso, o cenário de desenvolvimento também deverá aumentar o interesse de estúdios e publishers internacionais em investir no Brasil.
Atualmente, cerca de metade das desenvolvedoras nacionais que atuam no mercado internacional conseguiram obter cerca de 70% de seu faturamento internacionalmente.
“Esse movimento já foi iniciado. Nos próximos dez anos, devemos ver mais empresas brasileiras levando conteúdo para fora. A perspectiva é de que esse cenário cresça e se mostre forte”, afirmou Carlos.